Diante da minha solidão
Parceira tão antiga
Que nem lembro quando em mim se alojou
Senti as vossas.
Nessa senhora sentada a minha frente
Com seu prato de sopa
E seu olhar bisonho.
O homem e sua bengala.
O cajado, um braço de madeira.
Que lhe apoiava os passos
Mas que não lhe transmitia calor amigo.
A jovem vasculhando as vitrines
Buscando quem sabe?
Algo para acalentar sonhos.
Em volta de mim, a sussurrarem seus martírios.
Uma multidão de sozinhos
Despedaçados pelo silêncio dos outros.
Que me fizeram multiplicar o meu próprio abandono.
Sinto por mim, por vocês.
Que com certeza buscaram companhia
Na vida carnal e após a mesma.
Contudo, encontramos, lá e cá, somente um espelho.
Refletor de nossas almas.
Uma superfície polida que apenas retrata,
Sempre, sempre um ser magoado, sem rumo e só.
Fustigado parece que por uma eternidade
Buscando resposta a sua questão...
Até quando por companheira a solidão?
Mallika Fittipaldi.
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