Lamento de uma terapeuta.
Gostaria de falar de coisas boas.
Mas, meus olhos sempre se voltam para dor.
E molhados se unem ao pranto de milhões.
Gostaria de ter na boca palavras doces.
Mas, minha boca lembra milhões de bocas que estão secas de
fome, de água e de verdade.
E se abre para abrir os ouvidos dos que teimam em não
escutar os gemidos dos que sofrem.
Gostaria de ter flores sempre frescas para ofertar.
Mas, minhas mãos estão ocupadas no trabalho.
De manter minha dignidade e auxiliar no que posso. Como me
permite a Divindade.
Gostaria de ser mais tranquila.
Mas, corro sempre atrás de alguma coisa que naquele momento
me parece necessária.
Seja pra mim ou pra ti.
Gostaria de estar sempre de bem com a vida.
Mas, meu corpo cansando já sofre as agruras do tempo.
E meus esforços já não dão os mesmos resultados.
Gostaria de ser mais amável.
Mas, tenho pressa em ser prestativa.
E pouco tempo para ouvir lamurias repetitiva.
E assim não agrado a todos.
E nem mesmo a mim mesma.
Talvez, quem sabe, minha própria consciência?
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