São pés chagados no caminho.
Vitimados pela longa caminhada.
Sujos do pó da estrada.
Rasgados por pedras e pedregulhos.
São pés que experimentaram tantas rotas.
Que às vezes a lugar nenhum levaram.
E então retornavam a mesma estrada abandonada.
Reiniciando a caminhada.
São pés de criança que cresceram
Pelas estradas da vida.
Sofreram, se esfacelaram e padeceram.
Pelos caminhos envelheceram.
São pés com marcas profundas.
São pés que viveram solitários.
Pois ninguém poderia por eles.
Fazer-lhes o itinerário.
São pés que marcaram o primeiro barro virgem.
Que traçaram os primeiros caminhos.
Que criaram as primeiras estradas.
E por elas perpetraram sua macha.
São pés que cansaram.
Cansaram da dor e da destruição.
E por um momento pararam.
Em meio a uma multidão.
E pés e corpo conheceram.
O tormento e a injustiça.
Na face daquele homem.
Posto miseravelmente a cruz
E os pés mudaram de estradas.
E todas as suas caminhadas.
Todas as trilhas palmilhadas.
São agora em glória de Jesus.
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