domingo, 27 de setembro de 2009

Um rato

Um rato

Passou por trás do fogão

Escondeu-se sob o forno.

Aquietou-se para não ser percebido.

Não era assim, um raaaaaaaaaato!

Uma catita.

De olhos cativantes, vivos, inquiridores.

De focinho que mexia a cheirar o mundo.

Incluindo a mim.

Com pelo brilhante

Negro como noite sem lua

Liso como tinta liquida.

Na verdade um lindo rato.

Fora a cauda descabelada

Seria um maravilhoso bicho de estimação.

Mas...

Veio a isca

Veio a fome

Veio a janta

Veio a morte

Veio a compaixão

Pelo pequeno rato

Que como eu

Era mais um ser de criação.

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