sábado, 11 de fevereiro de 2017

Cobranças

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Já não me cobro perfeição,

Sublime ação,

Temperamento santo,

Voz angelical,

Passos de monge,

Palavras de mestre,

Amor eterno,

Empreendimento sem retorno.

A outra face não desejo conceder.

Encontro-me no espelho

Dupla,

Nem só sombra,

Nem só luz.


Eu somente.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Agosto


Aguardo agosto.
Com seus ventos
Que balançam a roupa no varal,
Batem portas,
Assoviam nas janelas,
Desarrumam os cabelos.
Espero agosto.
De ares mais frios,         
Refrescando o corpo,
Causando arrepios.
Anseio por agosto.
Com suas sextas treze,
Os gatos pretos,
Os medos ancestrais.
Desejo agosto.
Mês em que os silfos estão tão presentes.
E os exus no meio das “gentes”
Brincam se divertem e auxiliam.
Pena ser apenas por ano um agosto
Ele me trás recordações
De não sei que,
Criando nostalgia,
Sem ter pra que
Que venha agosto
Enchendo-me de gostos
Que tanto gosto.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Onde andas?



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Minha poesia onde andas?
Busco-te e não te encontro
Como dantes.
Abandonei-te reconheço
Perdoa-me.
O mundo me fez abdicar da tua presença.
Absolve-me.
Pois, em ti encontro guarita.
Braços amigos acolhedores,
Lábios que me beijam,
Mãos que me enxuga as lágrimas.
Cá estou.
Aceita-me.
Peço-te.
És tu que me enches de palavras,
Que faz brotar as ideias,
E as veste de luz, sonoridade, preciosidade.
Abre-me tuas portas
Tu conheces minha humanidade
Perdoa-me e acolhe-me.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Resistência

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Por que tanto tempo só. Não procurei você em todas as vidas?

Sei que não sou feliz. Infeliz, também não o sou.

Mas, trago comigo um nó no peito.

A sombra triste da desilusão

 Enganastes-me tantas e tantas vezes.

Contudo busco-te sempre.

 A cada vez que renasço. Renasce a esperança que dê certo.

Que tua alma una-se a minha e sejamos um.

Vivo assim há tanto tempo que nem lembro

E meu coração partido tantas vezes trás consigo marcas profundas.

Não desisto. 

Fomos feitos para sermos felizes e então, somente então, amando-nos...  Profundamente poderei te deixar.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Os contrários.

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Encontro no escuro da alma
Luz.
Em meio as trevas da ignorância
Sabedoria.
No caos da mente
Harmonia.
Nos olhos rasos d’água
Felicidade plena.
No corpo falido
Vida.
Na antítese
A síntese.
Na dor
A felicidade vindoura.
No fel
A busca do mel
Em todos os contrários
O novo começo.
Aprendo comigo
E com todos os outros
Que dizem não ser eu.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Os motivos.


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Existem motivos para não te deixar entrar.
Não quero que vejas além do simples olhar.
Desejo impedir que ultrapassasse o jardim
Fachada de flores,
Que passes das fronteiras das aparências
Abras a porta da minha alma
Devasse minha privacidade.

Prefiro assim, que só vejas as margens,
Do meu rio da vida.
Não te convido a vê
Minhas dores,
Meu destino,
A face escancarada do medo,
Os estragos do escarnio,
Do não perdão.

Deixo-te a porta
Onde não consegues enxergar
Todas as vidas
Todas as lamurias
Todos os erros
Dessa viajante.

Ficas aí
Onde só a risos,
Festas,
Brilho.
Entendes, que ao final permitido tua entrada
Encontrarias sob os véus

Tu mesmo.

Mallika 16.11.2016

terça-feira, 4 de outubro de 2016

O vento, o tempo e o Dente de Leão.

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Passa o vento
Passa o tempo
Passatempo
Ao vento
O tempo passa
O tempo arrasa
O tempo nunca atrasa
Vem o vento
Varre o tempo
Apaga o que foi ou continua sendo.
Dente de Leão
Ao vento
Com o tempo
Anélitado pelo vento
Desaparece aos olhos
Caí na terra mãe
Renasce com o tempo.
Sendo soprado novamente pelo vento
Torna-se a repetir
Passa o vento
Passa o tempo...

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Iguais por trás da pele.



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Somos todos iguais por trás da pele.
Por trás da pele que sustem todos ossos, músculos e tendões.
Que forma e encobre todos os órgãos.
Somos iguais.

Seres vermelhos de sangue pulsante
Movimentos sem controle consciente
Bater constante do coração
Movimentos reptilianos e contrativos.

Basicamente iguais em carne
Parecemos ainda mais em algo sutil
Essa força que nos conduz à ânsia de viver.

Esse prazer enlouquecido da busca da felicidade
Pelo qual comentemos tantos erros
Caímos em tantos enganos
Cometemos tantos crimes contra a nossa Luz.

Até que finalmente cientes dos nossos incontáveis equivocos
Olhamos os nossos iguais
Reconhecemo-nos outro.

Por detrás da pele.
Num sorriso amarelo
Num olhar de desculpas
Estendemos as mãos a charrua
Ao trabalho do amor e da reconstrução.

E na luta da criação do novo mundo
Encontramos o alvo que não mirávamos mais
Essa tal de Felicidade.


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Refletindo a solidão.


Diante da minha solidão
Parceira tão antiga
Que nem lembro quando em mim se alojou
Senti as vossas.

Nessa senhora sentada a minha frente
Com seu prato de sopa
E seu olhar bisonho.

O homem e sua bengala.
O cajado, um braço de madeira.
Que lhe apoiava os passos
Mas que não lhe transmitia calor amigo.

A jovem vasculhando as vitrines
Buscando quem sabe?
Algo para acalentar sonhos.

Em volta de mim, a sussurrarem seus martírios.
Uma multidão de sozinhos
Despedaçados pelo silêncio dos outros.
Que me fizeram multiplicar o meu próprio abandono.

Sinto por mim, por vocês.
Que com certeza buscaram companhia
Na vida carnal e após a mesma.

Contudo, encontramos, lá e cá, somente um espelho.
Refletor de nossas almas.
Uma superfície polida que apenas retrata,
Sempre, sempre um ser magoado, sem rumo e só.

Fustigado parece que por uma eternidade
Buscando resposta a sua questão...
Até quando por companheira a solidão?


Mallika Fittipaldi.

domingo, 15 de maio de 2016

Do amor a vida.




Ei-la por todos os lugares
Brilhante ou escura.
 Plena de sons ou no total silêncio.
Repleta de perfumes ou odores fétidos.
Fácil de cruzar ou cheia de obstáculos.
Risonha ou tristonha
Amável com os seus ou detestável pelo que trouxe.
Contínua por toda a eternidade.
Arrastando consigo
Galáxias,
Anjos,
Homens.
E tudo que for pensável.
Num rodopiar interminável.
Arrancando risos e lagrimas.
Desejada e amaldiçoada.
Depende como tu olhas.
Saúdo-a

É a vida.