sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Temo



Temo o dia que nasce

Com milhões de desafio ínfimos

Com milhões de cobranças disfarçadas e disformes

Com milhões de perguntas sem respostas.

Temo a rua.

Com seus milhões de desconhecidos

Com seus milhões de problemas

Milhões de problemas sem serem resolvidos.

Temo esse que cruza o meu caminho.

Será boa gente?

Quem sabe um bandido

A Deus não temente.

Temo os olhos dos pedintes.

Com suas dores

Com seus rancores

Com seus temores.

Temo em meio a tantos distúrbios

Perder a razão

Perde a emoção

Temo ser mais um.

Que por aí anda

Sem amor no coração.

Sem Deus.

Sem compaixão.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Serei o que queres.


Sei que não sou o que queres,

Seja lá o que for.

Sei que erro, peco e me condeno,

A viver sem teu amor.

Sei que luto comigo mesmo,

Saindo ferido dessa batalha.

Onde só eu posso ser o vencido ou o vencedor.

Sei por escrito os teus caminhos.

Contudo não sei caminhar.

Se me deres a mãos quem sabe...

Acharei meu caminho

E aí Pai, hei de te encontrar.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Lua.




Lua que banha o céu.

Lua que alumia o mar.

Lua que enfeita o celeste.

Lua que faz encantar.

Lua que deslumbra.

Lua que relembra.

Luas outras em outras luas.

Lua em lugares diferentes.

Lua amiga confidente.

Lua que sabe tanto sobre tanta gente.

Lua que do seu pedestal olhar esse mero mortal.

Lua que me acompanha.

Lua que não me abandona.

Lua que só desaparece quando se renova.

Lua vem então nova, crescente e cheia.

Lua que me protege as lembranças.

Lua minha amiga desde criança.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Piedade


Piedade Pai

Pelos que reclamam de “barriga cheia”;

Pelos que se entristecem pelo ócio,

Pelos que deixaram de lutar pelo bem,

Pelos que abandonaram os sonhos,

Pelos que martirizam seus irmão do mundo,

Pelos que roubam o pão da mesa do trabalhador,

Pelos que não aceitam sua sina,

Pelos que se revoltam com a colheita,

Pelos que não sabem envelhecer,

Pelos que escolhem a solidão,

Pelos que não estendem as mãos,

Pelos que perderam a fé,

Pelos que usam a violência,

Pelos que matam para manter vícios,

Pelos que vendem a alma,

Pelos que mentem em proveito próprio,

Pelos que decidiram Te esquecer,

Pelos que Te abandonaram,

Pelos que blasfemaram,

Pelos que se desiludiram e fugiram,

Pelos que não vêem Sua Luz,

Pelos que não percebem Teus sinais,

Pelos que não te compreende e não o querem,

Pelos que o baniram da condição de Pai.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Que a Luz seja...


Que te acompanhe a Luz.

Que Ela te abra os olhos para o que não percebes.

Que seja Ela teu farol,

Que seja teu guia.

Que te afaste das trevas e as trevas de ti.

Que te conduza a bons pastos,

Que aplaine suas estradas,

Que alivie sua ascensão,

Que seja tua segurança no caminho,

Que nunca a abandones,

Que nunca fique sozinho,

Que a Luz seja teu maior desejo,

Que atinjas o que almejas,

Que brilhe a tua Luz.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Coletivo



As luzes das ruas acessa saúdam a noite que chega.

As pessoas com pressa retornam aos seus lares.

Em rostos cansados me espelho.

Em gestos abusados e nervosos me reflito.

Não há paz.

Coletivos cheios, apertados e mal cheirosos.

Pessoas que falam alto.

Pessoas que reclamam da vida.

Pessoas, solitárias, que contam suas vidas a um desconhecido.

Crianças de colo choram.

Mulheres grávidas buscam um local para sentarem.

Ninguém lhes cedem o canto.

Como se fosse um território conquistado lá permanecem impassíveis.

Parecendo não ver o doloroso estado de cansaço da gestante.

Senhoras de idade agarram-se aos ferros como papagaios em árvores,

Com medo de sofrerem quedas.

Quem sabe quebrar o fémur ou a bacia?

O cobrador não sorrir e mal fala quando algo lhe perguntam.

O calor torna-se insuportável.

Lembra-me o aquecimento global.

Lamentavelmente esse coletivo lembra-me o mundo.

Como agem as pessoas.

Voltadas para seus próprios umbigos,

Criam muros, muralhas e fortalezas.

Para se separarem dos seus iguais.



Bruxa de pano

Pequena bruxa de pano

Comprada na feira de domingo

Abre os olhos

Toma vida

E vem brincar comigo.

Pequena bruxa de pano

Abre teus lábios vermelhos

E conversa comigo.

Fala dos amigos encantados

De seres alados

Pequena bruxa de pano.

Põem-te a andar pelo quarto

Dança a luz da vela

Que te acendo

E canta tuas canções de magia.

Pequena bruxa de pano

Eu e tu junta estamos

Para num caldeirão preto gigante

Colocarmos o mundo e toda gente.

Pequena bruxa de pano

Como és inteligente

Poderosa, forte e influente.

Junto às forças mágicas do bem

Farás um grande feitiço.

Pequena bruxa de pano

Cobrirá nosso caldeirão de amor

Caridade e sacrifício

Criando um novo mundo

Cheio de sonhos e benefícios.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Quando eu for...

Quando eu for...

Quero teus braços ao redor dos meus.

E o teu beijo em meus cabelos.

O teu coração a palpitar ao meu ouvido.

Tua boca a falar de sonhos.

Teus olhos a brilharem feitas as estrelas.

Teu sorriso a encanta o dia.

Tua voz a preencher vazios.

Quero abraçar teu corpo jovem.

Sentir tua felicidade.

Tua falta de experiência.

Tua crença em ser feliz.

Teus sonhos impossíveis.

Quero estar contigo onde estiveres.

Mesmo que em pensamento.

Que te possa ver com olhos d’alma.

Defender-te nos graves momentos.

Quero estar onde me possas achar.

Nos momentos de tempestades.

No instante da desilusão.

No momento em que deixares de ser menino.

E a dor da vida te fazer homem.

Meu filho, minha vida, minha devoção.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Lanço ao mar minhas dúvidas.



Lanço ao mar minhas dúvidas.

Lanço as águas às questões.

Que nenhum cientista me respondeu a contento.

E fico assombrado pela falta de sapiência humana.

Que envia naves ao universo.

Que viaja entre os pequenos seres microscópicos.

Que elabora membros de metal pensantes.

Computadores de ultima geração.

Drogas que cessam a vida.

Drogas que salvam vida.

Drogas que nos levam a outras dimensões mentais.

Que clona animais.

Que pensa em clonar humanos.

Que faz chover.

Retira sal do mar e torna a água doce.

E apesar de tanto saber

Não conseguem responder:

Quem somos nós?

De onde viemos?

Para onde vamos?

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Anjo do anjo.



Meu anjo dorme no meu colo.

É pequeno feito um filhote.

É branco feito uma louça.

Seus cabelos são loiro feito cabelo de milho.

Seus olhos azuis como o céu sem nuvens.

Ronrona feito um gatinho.

Sorrir feito criança.

Suas asas são macias como algodão.

Suas mãos rechonchudas.

Seus pés lisos de qualquer marca.

Ele descansa.

E enquanto lhe velo o sono.

Eu sou o anjo do anjo.