Quando eu erro sofro. Penso que
poderia ter feito tudo corretamente perfeitamente, sem falhas, sem atraso. Perfeito!
Sinto um quê de inabilidade, um tanto
de fracasso, de falta de tato, pouca intuição. Penso que se tivesse feito isso
ou aquilo, dessa ou daquela forma, se tivesse prestado mais atenção, dedicado
um pouco mais de tempo, ponderando um pouco mais na questão teria sido mais
feliz e não teria feito asneira.
Padeço pelo meu insucesso em
completar qualquer tarefa sem ter atingido a meta dos 100%. É uma dor quase
infantil daquelas que sentia quando parecia que desagradava meu pai com uma
peraltice ou magoava minha mãe querendo me tornar uma pessoa adulta (aos 12
anos).
Expio a dor de não ser perfeita, de
cometer desacertos.
Nesses momentos, reconheço a minha
inabilidade de ser onisciente, onipotente, onipresente. Percebo a minha
pequenez nas minhas falhas. Reconheço a minha prolongada imperfeição.
E nessa carrancuda cara que faço no
espelho, brigando comigo mesma, puxando minhas próprias orelhas, quando fixo
meus olhos com meu olhar... Reconheço que sou falha. Porém, no entanto, todavia
sou maravilhosamente flexível para perdoar-me, aceitar-me, compreender que fiz
o melhor que pude e se não o fiz, o farei amanhã ou em outra oportunidade.
Já me bastam as consequências do meu desacerto.
Não mereço a mutilação da minha estima, do amor próprio, de dores que não preciso
e nem faço jus. Haverá uma forma de reparar o estrago e se não houver como
consertar com certeza há formas de conviver ou amenizar a situação. E no fim
fica o tirocínio.
Bem amanhã é outro dia. Talvez possivelmente
outros erros. E com certeza muitos acertos. Perdoo-me. Sigo. A vida tem muito
que ofertar para que eu empaque a cada tropeço e estacionar na eternidade é
estultice.
Mallika Fittipaldi. Autoria.
08.09.2017
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