Na luz tênue da Lua, a mulher
caminha pela estrada pelas horas escuras da noite a procura do que poucos veem.
Com olhar de lobo e de águia perscrutam em todos os lugares, seus olhos são negros e escuros como o véu que cobre a Terra.
Mãos rápidas e leves afastam a vegetação, descortinado milhões de vida. Pelas quais ela não se interessa.
Finalmente, um sorriso baila em seus lábios, ei-la! Pequena, espinhosa e enrugada. Escondida por trás de um tronco. Pega-a e coloca dentro de um pequeno saco preso a cintura.
Sua alegria é cortada pelos
gritos dos aldeões. Não demora muito está
encurralada. Mil mãos se estendem para ela. Logo se vê presa ao poste de
tortura. Nos seus pés começa a arder à chama.
Aos gritos de bruxa, bruxa! É
queimada viva. Com ela sua bolsa de cintura. E a erva que curaria as crianças
doentes da aldeia. Doença que seus vizinhos, amigos e inimigos a acusaram de
lançar sobre os filhos dos aldeões.
***
A ignorância e o ódio
gerado pelo medo do que não se entende e inveja do que não se tem ainda queimam
bruxas.
Mallika Fittipaldi. Autoria.
Mallika Fittipaldi. Autoria.