quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Simplicidade.


Se eu pudesse...

Voltaria no tempo.

Em que largas saias usava.

Em blusa de algodão rústico branco.

E de pés descalços caminhava.

Por entre as trilhas dos matagais.

Colhendo flores silvestres para por sobre minha rústica mesa.

Fazia-o ao fim da tarde quando os trabalhos terminavam

E éramos liberados.

Corria para o lugar mais alto da ilha para os rochedos.

E ficava a ver o mar em luta ou brincadeiras com as rochas.

Algumas vezes as baleias vinha a tona com seus filhotes.

E via-lhes os esguinchos fora d’água.

O vento frio quase insuportável do começo de inverno.

Arrepiava minha pele.

Mas, eu ia lá.

O quadro que se me apresentava era inigualável.

O sol que se punha.

A escuridão que chegava.

O cheiro do mar.

A solidão que não incomodava.

A presença de Deus.

Em todo lugar.

Era completa a paz.

O silêncio do barulho.

O silêncio da mente.

Frente o poder criativo do Divino.

Podia sentir o cheiro, todos os cheiros dos campos.

Todos os lírios, todas as margaridas, todo capim quebrado.

Tudo que exalasse algum odor eu podia descriminar.

O som dos esquilos, dos ratos, dos besouros.

O bater das asas das borboletas.

Até que a lua brilhasse no céu eu ali ficava.

Anos bons, vida boa, vida simples.

Que ficou para trás.

Em vida passada que não volta mais.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Tristeza e alegria


Tristeza e alegria


Quando bate a alegria a minha porta.


O prazer me faz sentir embriagada.


Há sorrisos para todos.

 
E o céu é azul como nuca o foi.


Há beijos e abraços.


Carinhos sem moderação.


Gargalhadas sem porquês.

 


É o tempo de alegria.


Quando a tristeza bate a minha porta.


Abro-a com presteza.


Meu sorriso diminui.


O céu escurece como manchado de negra tinta.


Não há sorrisos nem gargalhadas.


Não há alegria.

 


Os beijos e abraços diminuem.


São frágeis como cristais.


Só fica uma certeza.


De assim como se foi um dia a alegria.


Outro dia irá embora a tristeza.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Escuridão.

Nessa escuridão o que vês?



Que luzes podem existir por trás da tua cegueira?



Por que teus olhos parecem perceber coisas que ninguém mais percebe?



E tu sorris. Como tivesses algo a esconder?



Como fazes para reconhecer teus brinquedos, teus parentes, teus amigos?



Por que não te abandona o teu cão já que com ele não podes correr?



Como suportas ficar a janela como se estivesse vendo o por do Sol?



Ou à noite pedes para ir ao terraço “ver” o céu.



Por que não choras tua desgraça.



A noite eterna sem estrela?



Quem te dá essa alegria minha criança?



Quem te sustenta na negritude das horas?



Quem te segura à mão para não te perderes?



Tu me respondes: Jesus.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Presente do blog: O amor, a paz, o bem, a fé


A fé

É na fé que concebemos...

pontes invisíveis

escadas impalpáveis

sonhos irrealizáveis

É na fé que se espera...

que se espera...

e se espera...

A esperança firme,

a confiança certa

Quem na fé se afiança,

não se descompassa nessa dança

Fé materializadora dos mundos

edificados pelas palavras de Deus...

Fé fiadora em orações

milagreadas pelos desejos teus...

Pela fé de Moisés, o mar se abriu

Pela fé de Noé, majestosa arca surgiu

Pela fé de Maria, Jesus luziu

Pela fé de Cristo, a missão do pai se cumpriu

Fé é perseverança no meio da provação,

é força no meio da fraqueza,

é vitória no meio da promessa

A vida sem fim no fim da vida

Fé que agasalha,

que alenta,

que alimenta

O que não se vê

O que não se mede

O que se pede

O que nas mãos não se pega - a fé

Fé em Jó (inabalável fé em Jó!)

Fé em Jacó,

em Gideão,


em Sansão

Fé nos catadores de lixo,

nos pés descalçados,

nas mães aflitas nas filas dos hospitais lotados...

Fé dos que clamam por teto

e chão

Fé dos que choram sem força

e pão

Fé em tristes olhares

(a vida sem solução)

Mas não titubeia quem edifica fé

no coração

Remove montanhas a fé além

de nossa limitada visão

Sem amor os que vagueam sem fé

na senda da escuridão

ofereço este poema para a poetiza Mallikka Fittipaldi

http://bethzhalouth.blogspot.com/

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Como tecer sonhos?


Com esperança que se concretizem.


Com leveza de brisa perfumada.


Com amor altruísta.


Com fervor.


Com delicadeza feminina.


Com força masculina.


Com risos frente aos obstáculos.


Com compreensão de até onde se pode ir.


Com respeito as suas necessidades.


Com conhecimento de suas deficiências.


Com crença em sua competência.


Com alegria infantil.


Com desejo sem fim.


Com olhos no futuro.


Com credibilidade no potencial do seu sonho.


Com fidelidade a sua consciência.


Com verdade e honestidade.


Com fé.


Com planos de fazer o bem a muitos ou a quem puder.


Com a petição da oração.


Com a certeza da divina bênção de realização.








































segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Queira Deus .


Queira Deus pode te encontrar.

Qualquer dia deste em qualquer lugar.

 Seja por coincidência ou onisciência.

 Que eu possa te achar.

 Virando uma esquina.

 Parado frente a uma vitrine a olhar.



Queira Deus pode te encontrar.

E mesmo depois de tantas décadas.

 
Reconhecer.

Teu corpo.

Teu rosto.

Teu sorriso.

Teu olhar.

 
Queira Deus um dia te encontrar.

 
E que nesse dia estejas só.

Que é para me ajudar.

A olhar nos teus olhos.
Apertar tuas mãos.

E antes de partir desse mundo.

Pedir teu perdão.

 Meu irmão.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Você quer ser minha amiga?


Então vem cá coça minhas costas.

Ver se tem algum bichinho preso no meu cabelo.

Ou se meus ouvidos estão sujos de cera.

Ou meus dentes estão com algum fiapo preso desde o almoço.



Você que ser minha amiga?

Então quando for a minha casa e me ver acordando não rias dos meus cabelos.

Dos meus olhos inchados.

Do meu bafo de leão velho.

Do meu pijama, velhinho e rasgado.



Você que ser minha amiga?

Ouça pela milionésima vez a mesma piada.

E não se incomode quando eu perder a chave do carro em cima da mesa.

Ou revirar a bolsa atrás do batom que nem uso.



Você que ser minha amiga?

Esteja pronta a ir comigo a livrarias.

E ficar a olhar o mar de livros sem falar nada.

Vendo o ir e vir de desconhecidos nas prateleiras.



Você que ser minha amiga?

Agüente minhas piadas sem graça.

Minhas patadas sem sentido.

Meus abraços inesperados.

Meu riso de bruxa.



Você que ser minha amiga?

Esteja comigo e eu contigo.

E quando sentires dor chorarei contigo.

E seremos assim, meio irmãs siamesas.

Separadas de corpos.

Mas, unidas de alma.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Tocaria.

Tocaria violão para a natureza.



Acordaria o Sol.



Veria o céu se abrir.



Escutaria os primeiros pássaros.



Ouviria seus cantos.



Junto a minha música e toques.



Fecharia os olhos e só veria beleza.



Nada quem maculasse uma manhã perfeita.



Uma união completa.



Homem, beleza, natureza.



Tríplice aliança criativa.



Realização Divina.



Cercada pelos aromas da mata.



O correr da água do rio, o barulho do vento nas árvores.




O som do silêncio.





Guardaria meu violão.



E esperaria ver Deus para completar perfeita visão.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Os passos.

O primeiro passo é o mais difícil.

É o primeiro abalo ao orgulho.

É o primeiro sinal de quem quer a paz.

É visto, por muitos, como sinal de fraqueza.

É dolorido para quem já está acostumado a ter “amor próprio”.



O segundo passo entala na garganta.

Não se sabe como começar.

Dizer primeiro que temos razão.

Mas, que pela nossa bondade, pelo amor que temos, perdoamos.

Pois, não queremos perder tamanha amizade.



O terceiro passo fala o corpo.

Ele se aproxima.

Abre seus braços.

Envolve a criatura que machucamos.

Aperta-a e ouve seu coração bater.



E finalmente...

Pedimos perdão.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ladainha.

Da gula que engorda.



Livrai-me Senhor.



Da luxúria que bestializa.



Livrai-me Senhor.



Da avareza que transtorna.



Livrai-me Senhor.



Da ira que destrói.



Livrai-me Senhor.



Da soberba que me atormenta.



Livrai-me Senhor.



Da vaidade que me perturba.



Livrai-me Senhor.



Da preguiça que me atrasa.



Livrai-me Senhor.







A castidade que purifica.



Concede-me Senhor.



A generosidade que me humaniza.



Concede-me Senhor.



A temperança que me traz autocontrole.



Concede-me Senhor.



A diligência que me fortalece.



Concede-me Senhor.



A paciência que acalma minha alma.



Concede-me Senhor.



A caridade que se opõe à inveja.



Concede-me Senhor.



A humildade que me faz respeitar o próximo.



Concede-me Senhor.



Assim seja!