terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pai.

Pai.

 

Hoje te trago o que tenho.

 

Aos teus pés meu pequeno tesouro.

 

Nada de magnífico ou maravilhoso.

 

Nenhum ouro, prata ou pedraria.

 

Nenhum castelo nas montanhas.

 

Nem casarão ou sobrado.

 

Nem diplomas ou honrarias.

 

Nem medalhas de bravura.

 

Nem lembranças de fartura.

Trago-te um corpo cansado da luta diária.

 

Mãos calejadas pelo trabalho.

 

Face enrugada pelo sol.

 

Costas doídas pelos fados.

 

Venho contanto cheia de alegria.

 

Pois deposito aos teus pés.

 

Pai amado

 

Minha consciência limpa.

 

De ter verdadeiramente tentado

Seguir o que nos tem ensinado.

Através dos teus profetas e messias:

O rumo certo para nossa peregrinação na vida.








segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Seres mágicos.




Onde estão as fadas que eu via?



Nas histórias que lia.



Com suas asas de inseto.



Transparentes como o vento.



Com suas varas de condão.



Voando todas entre as flores.



Onde estão os gnomos?



Que corriam entre as árvores.



Escondiam seus potes de ouro.



E dançavam em noites de lua cheia.



Onde estão os duendes?



Que amarravam os rabos dos cavalos.



Nos derrubavam da cama.



E assoviam alto para todos ouvirem.



Onde estão as sereias.



Que cantavam nos arrecifes.



Enlouqueciam os marinheiros.



E afundavam navios.



Onde estão todos os seres mágicos?



Os belos príncipes.



As puras princesas.



Reis e rainhas.



Parecem perdidos no tempo.



Na bruma do esquecimento.



Onde perdi minha alma pequenina.



E envelheci também por dentro.

domingo, 10 de outubro de 2010

Musas.




Já é tarde perdi a hora.

As musas já foram embora.

E agora?



Elas sempre vêm.

E me auxiliam.

A criar minha poesia.



Sem elas como escrever poemas.

Ficam quebrados sem rimas sem sistema.

Que pena.



Fica agora para outro dia.

Logo quando o sol raiar.

Elas virão me orientar.



Chegam os outros.

Com seus barulhos.

Destroem toda minha inspiração.



Guardo caneta e lápis.

Guardo idéias pro dia que vem.

Faço a oração que me convém.



E vou embora nessa hora.

sábado, 9 de outubro de 2010

Letras.


Letras mortas em brancas folhas.

Falam de um tempo que já não existe.

Uma realidade que só em mim persiste.



Língua morta ou moribunda.

De um tempo que já se foi.

E insiste sei lá porque em viver a dois.



Eu e ela língua morta.

Ela e eu só nos dois.

Vivendo um para outro como se não existisse antes e depois.



Letras mortas nada falam.

Nem a mim nem a ninguém.

Então por que retalham meu coração como réquiem.



Falam de ti e de todos que já não estão aqui.

Falam de um passado morto.

Que em vão tento suprimir.



São lembranças nessas letras.

Lembranças que atormentam.

Lembranças que dementam.



Se pudesse fechar o livro.

O livro da minha vida.

Findaria agora mesmo sem longas despedidas.



Mas, a minha crença é forte.

Numa vida no além.

Assim, espero a morte.



Como forma de partida.

Para uma nova vida.

Que a essa de transtorno finda.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pontuação.



Escondo-me no ponto.
Ponto final.
Pondo fim ao desencanto.
Que me faz tão mal.
Espero nas reticências.
Que nada enfim concluem.
Fica na consciência que nada deduz.
Pergunto na interrogação.
Pergunto e não me respondem.
Que faço então?
Surpreendo-me na exclamação.
A vida é cheia de surpresas.
Cheia de supetão.
No hífen separo.
O que é meu e teu.
E fico sozinho desamparado meu eu.
De linha em linha caminho.
Pulo uma linha lá outra cá.
Para tentar me encontrar.
Bilhetes, cartas, tratados.
Escritos empoeirados.
Palavras esbranquiçadas.
Nomes, sentenças, deduções.
Pensamentos vãos.
E só quando me calo.
E paro.
É contigo Pai que falo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pergunto a Ti.


Quando dói penso em Ti.

 
Pergunto-te porquê?


Quando sofro penso em Ti.


Pergunto-te para que?


Quando choro penso em Ti.


Pergunto-te se deveria chorar?


Quando só estou .


Penso em Ti.


Pergunto-te até quando?


Quando sinto que nada há mais a fazer.


Penso em Ti.


Pergunto-te o que decidir.


Quando já é dilacerante a dor.


Penso em Ti.


Pergunto-te é necessário?


Quando meus olhos cansados repousam.


Penso em Ti.


E me embalo no teu amor.


Vejo-te ao meu redor.


E sinto tua mão que cura.


E a paz me invade.


Entrego-te minha vida e minhas desventuras.


Abranda-me o sofrer.

 


Pois em Ti está o meu viver.


Abraça-me Mestre e leva-me consigo.


Pois, nada há mais que me prenda a esse lugar.


Só desejo estar contigo.


Envolver-me em tua luz.


Te amar.



terça-feira, 5 de outubro de 2010

Somando.


 
Somando minha vida a tua

Somos dois.

As nossas vidas a de um outro

Somos três.

As nossas três vidas

Somos nove.

Somos milhões de um.

Milhões de dois.

Milhões de três.

Milhões de nove.

Multiplicando-nos em cada um

Que somos

Somos um.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Luz do oriente.


Luz do oriente.

Que banha o mundo.

 
Tão fortemente que afasta as trevas.

As trevas dos ignorantes e dementes.

Que vivem enclausurados em suas mentes.

Que vivem presos aos seus prazeres.

Que não conhecem tua Luz.

Luz do oriente.

Que cá esteve tão pouco tempo.

 
E em tão pouco tanto fez.

 
Mudou a história, mudou o mundo.

 
Com palavras, exemplos e sensatez.

Luz do oriente.

 
Que está sempre presente.

 
Em todos que por ti clamam.

 
Em todos que ti chamam.

 
Que não esqueces teus irmãos.

 
Que ainda não perceberam.

 
Que a cruz lá no cruzeiro.

 
Não é enfeite.

 
É caminho.

 
Caminho pra vida eterna.

 
Caminho para a paz.

 
Caminho para luz.

 
Sendo guiado por ti Jesus.

domingo, 3 de outubro de 2010

Luz

Como procurar a luz em gruta tão escura.



Como buscar o que nunca se viu.



Como enfrentar a escuridão vil.



Como lidar com tantos monstros.



Que nos perseguem noite e dia.



E nos ilude com seus falsos preceitos.



Nos levando a neles crer de qualquer jeito.



Como separar o falso do verdadeiro.



O anjo bom do malfazejo.



Como operar tal milagre?





De separa joio do trigo e sai imune.



Como secar na alma o orgulho e a vaidade.



A inveja e a maldade.



A intriga e maledicência.



O egoísmo e a impaciência.



São tantos os monstros a nos atordoa.



A nos devorar a paz.



A nos levar a loucura.



A nos trazer sob suas peias.



Impingindo-nos dor e torturas.



Há, contudo uma receita.



Antiga como o tempo.



Ama ao outro como a ti mesmo.



E a caridade te conduzirá.



A melhores caminhos.



A paz e ao bem estar.

sábado, 2 de outubro de 2010

Vida.



A vida é bela.

Basta ter olhos abertos para ela.

 
A vida é plena.

 
Quando a percorremos cheios de esperanças.

 

A vida é formosa.



Em seus tons de rosa.



A vida é perfeita.



Quando a olhamos em profundidade.



A vida é espelho.



Do que criamos no peito.



A vida é doçura.



No amor as criaturas.



A vida é bondosa.



Quando traçamos a caridade como rota.



A vida é exuberante.



Em cada ser que a transborda.



A vida é divina.



Pois, é eterna.



Presente do Pai.



Em doação de amor