domingo, 10 de agosto de 2008

A Felicidade

A felicidade.

Não mora ao lado.

Nem a minha frente.

Não está no passado.

Nem ausente.

Encontra-se em lugar mais fácil.

Tão fácil que esquecemos.

A felicidade é no agora.

Em todo bem que fazemos.
(visite: Poemas e Encantos II )

sábado, 9 de agosto de 2008

Dançam


Dançam.


Dançam a luz e a sombra.

Em meios as nuvens brancas.

Auréolas dos santos.

Os coros dos anjos.


Dançam.

A luz lépida ligeira.

A sombra pesada e passageira.

Dançam juntas em bailado.

E quem as vê fica estupefato.


Mas, dançam.

Dançam felizes.

Como antigas companheiras.

Num baile interminável.

Dançam com beleza inigualável.

Dançam.

A sombra atrás da luz.

Perseguindo-a implacável.

Enquanto a luz nem percebe o perigo abominável.

Até que se volta sorri e abraça a sombra.


Dançam.

Abraçadas sombra e luz.

E esta desfalece.

A sombra envolvida em luz.

Alumia-se e desaparece.


(visite: Poemas e Encantos II )

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Estarei.

Estarei.


Estarei sempre aqui.

Até quando Deus permitir.

Esperarei-te à janela.

No meu quarto de dormir.

Estarei entre livros e poeira.

Em meio a velas, aromas.

E fumaça.

E meu coração pensará em ti.

E pedirei bênçãos para tua vida.

E proteção para tu e o que é teu.

Falarei bem de ti.

Amarei a ti como irmão.

Até que te vá um dia.

Não sei para onde.

Também não perguntarei.

Continuarei, porém, a fazer o mesmo.

Menos te esperar a janela.

(visite:
Poemas e Encantos II )


quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tuas mãos.

Tuas mãos.

São expressões da tua alma.

Quando:

Acalentam um bebê.

Afagam o rosto de uma criança.

Constroem para outros usarem.

Escrevem palavras de ânimo.

Dizem adeus para que o outro parta sem culpas.

Enxugam lágrimas de tantas dores.

Limpam o mundo.

Salvam vidas.

Ensinam.

Agitam-se em alegria.

Aplaudem que o merece.

Participam do amor.

Apertam as mãos frias do amigo que se vai para outro plano.

Arriscam-se pelo bem de outro.

Fecham-se para não compactuar com o erro.

Elas falam por ti.

Dizem que sois.

E no fim repousam sobre o teu peito.

Como o protegendo da amargura do adeus.

(visite:
Poemas e Encantos II )

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Conhecimento.

Conhecimento.

Ah! Agora me dói o peito

Ver os meus defeitos.

Conhecer meus erros.

Ter-me corrompido os desejos.

Cegado-me as paixões.

Vívido no ócio.

Fugindo da solidão.

Maltratado irmãos.

Nunca sacrificado meu prazer.

Não ter amado e fazer sofrer.

Fugido dos problemas.

Fechado os olhos ao sistema.

Ser devasso.

Intransigente.

Não perdoar.

Ser a todos ausente.

Pensar só em mim.

Como dói agora.

Que me conheço.

E que a todos que me amavam eu deixo.

Mesmo sem ter merecimento.

No padecimento quando lancei meu último suspiro.

(visite:
Poemas e Encantos II )


terça-feira, 5 de agosto de 2008

Lumiar


Iluminando.

Quem me dera ser o Sol

Para iluminar os planetas

A Terra azul de oceanos e mares

Fazer crescer a grama e o carvalho

Banhar o ar purificá-lo.

Derramar luz sobre os homens.

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Então, quem sabe ser a Lua.

Volitando no mar das estrelas

Sendo visitada por anjos e cometas

Inspirando os poetas e poetisas

Abrilhantado as noites dos enamorados.

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Talvez, uma estrela a piscar no espaço.

Rodeada de irmãs alumiando o céu noturno

Trazendo sorte a quem me fita

Um astro com luz própria.

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Poderia, quem sabe, ser fogos de artifícios.

Em grandes festas

Em tempo de júbilo

Quando a paz faz folia

E só traz a humanidade alegria.

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Contudo, ainda me esmerando, poderia ser uma vela.

Num casebre pequeno e imundo

Iluminado os parcos recursos

De algum irmão da sociedade deserdado

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Resta-me ser a faísca do fósforo

Que pelo menos por alguns instantes

Ilumina um canto

E nesse instante para meu espanto

Serei uma faísca divina.

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Poemas e Encantos II )

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Canção da natureza.



Canção da natureza.


O vento que assobia.

A ventania que uiva.

O cão que ladra.

O gato que ronrona.

A água que escorre.

A chuva que caí.

A grama que cresce.

A flor que desabrocha.

O pássaro que canta.

A baleia que canta.

A terra que se move.

As pedras que rolam nas estradas.

O andar das nuvens.

Os trovões e relâmpagos.

O inseto que voa.

O réptil que rasteja.

As asas da borboleta a baterem.

A lagarta a roer a folha.

O silêncio só existe para o homem.

Para que ele possa ouvir a Deus.

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Poemas e Encantos II )




domingo, 3 de agosto de 2008

Honra e dignidade



Honra e dignidade.


Não há honra em manter-se a palavra.

Quando essa é juramento de vingança.

Não há dignidade em seguir com promessas.

Quando já não convém a maioria.

Não há honra em seguir velhos conceitos.

Quando esses ferem direitos humanos.

Não há dignidade em dizer a verdade.

Quando ela é pueril e só machuca quem a escuta.

Não há honra em considerações a nomes e tradições.

Quando eles escondem o lamaçal de corrupção e futilidades.

Não há dignidade em bradar erros alheios.

Quando o brado não retirar o ser dos trilhos da esquerda.

Não há honra em se manter estático nos valores.

Quando não produzem mais crescimento.

Não há honra em se postar como dono da verdade.

Quando a verdade humana é relativa.

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Poemas e Encantos II )

sábado, 2 de agosto de 2008

Pássaros

Pássaros.

A janela abre para fora.

Incomum janela.

Que abre para fora.

Abre para fora.

Convidando-os a entrarem.

Com seus cantos e cores.

Seus pios de amores.

Seus gorjeios.

Seus vôos.

Seus gracejos.

Que entrem os pequenos seres.

E façam uma cantoria.

Que encha esse quarto.

Essa casa de alegria.

Com seus cantos e magia.

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Poemas e Encantos II )

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Canto.

Canto.

Canto as minhas dores.

As tuas.

As deles.

Canto os desencantos.

Meu.

Teus.

Deles.

Canto a tristeza.

Minha.

Tua.

Deles.

Canto a solidão.

Minha.

Tua.

Deles.

Canto que vai ao coração.

Meu.

Teu.

Deles.

Canto e me espanto.

Por mim.

Por tu.

Por eles.

Canto e continuo, pois:

Em mim.

Em ti.

Neles.

Encontro esperanças.

Assim, preciso continua meu canto.

Levando essa luz a cada canto.

Cantos esquecidos de encantos.

(visite:
Poemas e Encantos II )