domingo, 5 de agosto de 2007

Apesar de...


Apesar de...
Não ter tudo que queiras
Agradeça pelo que tens.

Apesar de...
Teu amor não ser correspondido
Ama que te sentirás bem.

Apesar de...
A injustiça bater a tua porta
Abra-a sempre para o Sol entrar.

Apesar de...
Perseguições constantes
Age no bem sem delas se lembrar.

Apesar de...
Ajudares a muitos e poucos te agradecerem
Continuas a ajudar a obra de Deus no amor ao próximo.

Apesar de...
Ficares cansado da batalha pelo bem
Não desiste do teu sonho de solidariedade.

Apesar de...
Que estendendo a tua mão recebas incompreensão
Segue auxiliando quanto puderes.

Apesar de...
Não seres ainda o perfeito trabalhador na senda divina
Persistes na tua lida, na correção dos teus erros e na prática da caridade.

Cedo ou tarde colherás...
Tudo o que plantastes de bom
Mesmo que não tenhas sido compreendido pelos teus pares.

Um dia serei capaz


Um dia serei capaz de...

Calar nas horas em que se faz necessário o silêncio fraterno.

Ouvir quando os problemas já saturaram o irmão de caminhada.

Auxiliar no que é realmente necessário.

Trabalhar sem reclames infundados.

Ser paciente em todas as ocasiões.

Estar atento às necessidades do outro.

Amar sem cobranças.

Viver com pouco.

Ser feliz com o que tiver.

Honrar minhas palavras.

Estabelecer limites aos meus desejos.

Amparar os decaídos.

E assim, atingir a paz de espírito.

Que tanto procuro.

sábado, 4 de agosto de 2007

Amontoamos


Amontoamos na vida tantas coisas.

Abarrotamos nosso guarda-roupa de trajes que não usamos.

Enquanto tantos se enrolam em trapos.

Enchemos nossas despesas de alimentos que chegam a perder a validade.

Enquanto tantos passam fome.

Para dois pés temos dezenas de sapatos.

Enquanto tantos andam descalços.

Economizamos em poupanças para o futuro.

Enquanto tantos precisam da droga curativa com urgência.

Gastamos com perfumes caros para esconder nosso odor natural.

Enquanto tantos não têm o básico para a sobrevivência digna.

E assim, amontoamos na vida tantas coisas.

Que na realidade são supérfluas.

Que poderiam ser descartadas.

E transformadas em balsamo para os mais necessitados.

Amontoamos tantas coisas na vida.

Mas, no final dessa, carregados de penduricalhos.

Seremos obrigados a depositar nossos bens a terra.

E partiremos para a pátria espiritual.

Sem o único bem verdadeiro.

As boas ações que poderíamos ter realizado.

Mas, que esquecemos de fazer para...

Amontoar tantas coisas na vida.

Ações


Carregue seu coração de bons sentimentos.

Ele é o cartão de entrada no Mundo Maior.

Tuas ações nesse momento são frutos para o amanhã.

Sejas sincero em tuas palavras.

Os teus atos não te condenem a uma consciência pesada.

A um remorso ilimitado.

Caminhas sempre buscando o interesse geral.

Pensar só em si é egoísmo desejo triste e acanhado.

Tua família são todos seres desse e outros mundos.

Não sejas mesquinho divide o que podes com muitos.

Caso a vida não lhe seja tão leve e as dores te marquem profundo.

Erga os olhos para o céu e encontrarás amparo para tudo.

Ninguém há que se doando seja esquecido por Deus.

Mesmo que aos olhos humanos sejas infeliz.

No âmago do ser serás um eleito à felicidade da paz intima e perfeita.

Receberás a comunhão com Deus.

Que propicia bênçãos infinitas.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Levanta-te.


Revolta-te a dor do irmão. Que não se cansa de chorar.
Contudo, não te levantas do canto para ajudar.

Tem um belíssimo discurso. Opinião singular.
Contudo, não te levantas do canto para ajudar.

Pranteia os infelizes que vivem a se sacrificar.
Contudo, não te levantas do canto para ajudar.

Frente a histórias de vidas tristes maldizes esse pesar.
Contudo, não te levantas do canto para ajudar.

Incomodam-te as dores alheias e o choro a rolar.
Contudo, não te levantas do canto para ajudar.

A feiúra, a miséria, a fome gostaria de exterminar.
Contudo, não te levantas do canto para ajudar.

Os doentes te enternecem e são de se lastimar.
Contudo, não te levantas do canto para ajudar.

Enxuga lágrimas fingidas, de compaixão simulada.
Levanta-te desse teu canto e te põe a trabalhar.


Encontro.


Numa encruzilhada se encontraram.

_ Aonde vais?

_ Ceifar.

_ Por que?

_ É a hora certa.

_ não te vás.

_ Faz-se necessário.

_ Não poderia estender uma moratória?

_ Para que? Reclama-se de tanto sofrimento.

_ Mas, ninguém te deseja.

_ Não necessito de convite. Posso ir e vir à hora que me convier.

_ Tens piedade.

_ Pois não é que a tenho. Por isso ceifo.

_ Como dizes essa barbaridade!

_ Tu não vês quanta bondade faço?

Retiro do leito das dores intermináveis os que gritam de dor.

Os cansados da vida que lamuriam eternamente.

Os tristes pela solidão dos que lhe antecederam na passagem.

Os que vivem em erros profundos antes que comentam mais enganos.

Os velhos que têm o corpo frágil para sustentar a alma.

As crianças para que não sofram tanto, não errem tanto, não se iludam tanto.

As mães que choram a perda dos filhos.

Os viciados para que se afastem dos seus pendores mal sã.

Os recém natos para que continuem com sua vida no mundo das almas.

Assim, vivo a prestar a favores, a conceder benesses. E por que reclamas? Se ao final de algum tempo todos retornam a ti.

Deixa-me ir vida.

_ Vai irmã morte. Como dizes todos a mim retornarão. Somos, nós duas, portas de saída e entrada. Trânsito interminável das criaturas.

E cada uma seguiu seu rumo.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Há.


Há eterna beleza.
Nos teus olhos profundos.
No teu olhar magnânimo.

Há profunda doçura.
No som da tua voz.
Nas tuas palavras.

Há imensurável paz.
Em cada um dos seus gestos.
Em todos seus movimentos.

Há misericordiosas bênçãos.
Em tuas mãos divinas.
Impostas pela Tua vontade.

Que possamos receber teus dotes.
Através da tua caridade incansável.
Da tua bondade interminável.

Para que atravessemos nossa existência.
Mestre Jesus Nazareno.
Mergulhados em teu amor.


Agradeça pelo que tem e pelo que não tem.


Agradeça pelos olhos que contemplam a vida.
E que se cerram no momento oportuno.

Agradeça a boca instrumento da fala.
E o seu silêncio na hora exata.

Agradeça pelos pés que sustem seu corpo.
E pelos passos que não deu na vida.

Agradeça pelas mãos que trabalham.
E pelas agressões que ela não cometeu.

Agradeça teu coração que mantém o sangue circulando.
E pelos maus sentimentos com os quais ele teve que lutar.

Agradeça pela sua inteligência.
E pelos planos que tão bem orquestrados não deram certo.

Agradeça pelos erros e acertos.
Todos os dois tem peso sem igual.

Na sua jornada pela carne.
O certo e o errado fazem parte do grande jogo da vida.

Do desenvolver da alma que usa o corpo para se expressar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Fiel amigo.



Meu fiel amigo que me acompanhou por tanto tempo.

Que em meu coração ainda ocupa espaço.

Saudade de quem ficou sem teus carinhos.

Seu focinho gelado, seus latidos, suas brincadeiras infinitas.

Seu bom humor que dividia sempre comigo.

E seu silêncio aos meus pés quando percebia minha tristeza.

Lembro teus uivos para a Lua e as estrelas.

E teu olhar estendido até a rua.

Focinho colado ao portão.

Tua coragem para defender tua casa.

Tua, pois assim a via.

Não eras propriedades minha.

Eu sim era propriedade tua.

Com pouco esforço ficasses quase humano.

E nos seus olhos compreendia seus desejos.

E no final frente a tua dor meu pranto.

E no teu último suspiro eu estava lá a te consolar.

Creio firmemente que voltasses para o céu dos cães.

Onde os anjos da natureza te esperavam.

Voltaras um dia, em breve, para nossa morada.

Um novo corpo te aguarda.

Serás de novo um cão?

Não sei...

Mas, feliz aquele que te tiver a presença.

Serás para ele o que fosses para comigo.

Um amigo inesquecível da vida, da estrada.

Porta


Eis a porta pela qual entrarás em lutas.

Lutas contra as sombras que em ti habitam.

Fragorosas lutas em prol de ti mesmo.

Ardorosas lutas para teu crescimento.

Escava teus sentimentos.

Esmiúça teus defeitos.

Embala teus sonhos sem receios.

De melhorares através da passagem pela porta.

Encontrarás velhos amores e antigos rancores.

Os inimigos te cobrarão as dividas.

Os que te amam te protegerão com a própria vida.

E tu crescerás entre flores e espinhos.

Com teus erros e suas conseqüências aprenderás a distinguir o certo do errado.

Tudo que te ocorres de importante foi ou é criação tua.

Não apontes teus dedos de culpa para outrem.

Sois vós criador e criatura da tua realidade.

Aproveita a porta, vai cria coragem, e nela te lança.

É a esperança da renovação.

Causara-te chagas e aborrecimentos.

Tristezas e lamentos.

Mas, vale a pena tanto pesar.

Esta é a porta da vida da carne.

Que te propicia a oportunidade de purificação pelas dores.

E iluminação espiritual pelo desabrochar dos teus bons pendores.