quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quero chover...


Chove...

Quero chover também.

Chover na grama.

Pertencer a Mãe Terra.

Correr os veios subterrâneos.

Virar rio.

Escorregar nas pedras em cachoeiras.

Chove...

Quero chover também.

Molhar as ruas.

Esfriar calçadas.

Lavar as pedras portuguesas do chão.

Chove...

Quero chover também.

Nos olhos de quem tem saudades.

Nos olhos de quem sofre.

Nos olhos dos que riem tanto que choram.

Chove...

Quero chover também.

Para ser bênção a terra seca.

A planta sedenta.

Encher secos rios.

Trazer a vida.

Chove...

Quero chover também.

Molhar os corpos.

Lavar tristes pensamentos.

Molhar cabelos de quem volta para casa.

Banhar a alma e coração dos que se sentem pesados com a vida.

Um comentário:

Nyce Pinto. disse...

Oi Malika, que lindo esse poema! Adoro chuva e, desta forma, descrita aqui "eu também quero chover"! Não tenho passado mais seguido por falta de tempo, mas sempre que posso leio tudo que consigo! Um abraço e muita luz sempre...