domingo, 24 de junho de 2018

O não morto


Resultado de imagem para pintura olhos que choram
De que forma esquecer o que ainda vive?
Mesmo quando fecho os olhos sei que persistes.
Numa existência pardacenta, nevoenta,
Que a minha alma a tua acorrenta.

Como chorar o cadáver que não existe?
Que não desceu a cova.
Que não apodreceu, não fedeu, nem mesmo morreu.

Qual a solução que não seja o frio assassinato
Apagando todos os momentos passados
Des-criando qualquer chance de futuro
Imaginado atos funestos e escuros.

Desejo cortar esses vínculos que a ti me une,
Romper os cordões que nos ligam e me punem,
Por crer, somente crer em tua quimérica perfeição.

Essa dor que se aninhou no meu peito
Rasgou sem conserto todos os teus bons feitos.
Mostrando tua face infame de não anjo
Cheia de tortuosas mentiras para obter teus ganhos.

Não, não quero ser teu juiz e nem teu carrasco.
O que quero realmente é aqueles antigos braços
Onde não se encontrava nós, só doces laços.

Mallika Fittipaldi. Autoria.






Um comentário:

Lírio das Almas disse...

Pois eu quero agradecer e retribuir tão honrosa visita, que no jazigo do Lírio das Almas, adornaram-no e floriu. Um fraterno abraço.