segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Iguais por trás da pele.



Resultado de imagem para aparelho musculatorio feminino e masculino

Somos todos iguais por trás da pele.
Por trás da pele que sustem todos ossos, músculos e tendões.
Que forma e encobre todos os órgãos.
Somos iguais.

Seres vermelhos de sangue pulsante
Movimentos sem controle consciente
Bater constante do coração
Movimentos reptilianos e contrativos.

Basicamente iguais em carne
Parecemos ainda mais em algo sutil
Essa força que nos conduz à ânsia de viver.

Esse prazer enlouquecido da busca da felicidade
Pelo qual comentemos tantos erros
Caímos em tantos enganos
Cometemos tantos crimes contra a nossa Luz.

Até que finalmente cientes dos nossos incontáveis equivocos
Olhamos os nossos iguais
Reconhecemo-nos outro.

Por detrás da pele.
Num sorriso amarelo
Num olhar de desculpas
Estendemos as mãos a charrua
Ao trabalho do amor e da reconstrução.

E na luta da criação do novo mundo
Encontramos o alvo que não mirávamos mais
Essa tal de Felicidade.


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Refletindo a solidão.


Diante da minha solidão
Parceira tão antiga
Que nem lembro quando em mim se alojou
Senti as vossas.

Nessa senhora sentada a minha frente
Com seu prato de sopa
E seu olhar bisonho.

O homem e sua bengala.
O cajado, um braço de madeira.
Que lhe apoiava os passos
Mas que não lhe transmitia calor amigo.

A jovem vasculhando as vitrines
Buscando quem sabe?
Algo para acalentar sonhos.

Em volta de mim, a sussurrarem seus martírios.
Uma multidão de sozinhos
Despedaçados pelo silêncio dos outros.
Que me fizeram multiplicar o meu próprio abandono.

Sinto por mim, por vocês.
Que com certeza buscaram companhia
Na vida carnal e após a mesma.

Contudo, encontramos, lá e cá, somente um espelho.
Refletor de nossas almas.
Uma superfície polida que apenas retrata,
Sempre, sempre um ser magoado, sem rumo e só.

Fustigado parece que por uma eternidade
Buscando resposta a sua questão...
Até quando por companheira a solidão?


Mallika Fittipaldi.