quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Os motivos.


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Existem motivos para não te deixar entrar.
Não quero que vejas além do simples olhar.
Desejo impedir que ultrapassasse o jardim
Fachada de flores,
Que passes das fronteiras das aparências
Abras a porta da minha alma
Devasse minha privacidade.

Prefiro assim, que só vejas as margens,
Do meu rio da vida.
Não te convido a vê
Minhas dores,
Meu destino,
A face escancarada do medo,
Os estragos do escarnio,
Do não perdão.

Deixo-te a porta
Onde não consegues enxergar
Todas as vidas
Todas as lamurias
Todos os erros
Dessa viajante.

Ficas aí
Onde só a risos,
Festas,
Brilho.
Entendes, que ao final permitido tua entrada
Encontrarias sob os véus

Tu mesmo.

Mallika 16.11.2016

terça-feira, 4 de outubro de 2016

O vento, o tempo e o Dente de Leão.

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Passa o vento
Passa o tempo
Passatempo
Ao vento
O tempo passa
O tempo arrasa
O tempo nunca atrasa
Vem o vento
Varre o tempo
Apaga o que foi ou continua sendo.
Dente de Leão
Ao vento
Com o tempo
Anélitado pelo vento
Desaparece aos olhos
Caí na terra mãe
Renasce com o tempo.
Sendo soprado novamente pelo vento
Torna-se a repetir
Passa o vento
Passa o tempo...

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Iguais por trás da pele.



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Somos todos iguais por trás da pele.
Por trás da pele que sustem todos ossos, músculos e tendões.
Que forma e encobre todos os órgãos.
Somos iguais.

Seres vermelhos de sangue pulsante
Movimentos sem controle consciente
Bater constante do coração
Movimentos reptilianos e contrativos.

Basicamente iguais em carne
Parecemos ainda mais em algo sutil
Essa força que nos conduz à ânsia de viver.

Esse prazer enlouquecido da busca da felicidade
Pelo qual comentemos tantos erros
Caímos em tantos enganos
Cometemos tantos crimes contra a nossa Luz.

Até que finalmente cientes dos nossos incontáveis equivocos
Olhamos os nossos iguais
Reconhecemo-nos outro.

Por detrás da pele.
Num sorriso amarelo
Num olhar de desculpas
Estendemos as mãos a charrua
Ao trabalho do amor e da reconstrução.

E na luta da criação do novo mundo
Encontramos o alvo que não mirávamos mais
Essa tal de Felicidade.


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Refletindo a solidão.


Diante da minha solidão
Parceira tão antiga
Que nem lembro quando em mim se alojou
Senti as vossas.

Nessa senhora sentada a minha frente
Com seu prato de sopa
E seu olhar bisonho.

O homem e sua bengala.
O cajado, um braço de madeira.
Que lhe apoiava os passos
Mas que não lhe transmitia calor amigo.

A jovem vasculhando as vitrines
Buscando quem sabe?
Algo para acalentar sonhos.

Em volta de mim, a sussurrarem seus martírios.
Uma multidão de sozinhos
Despedaçados pelo silêncio dos outros.
Que me fizeram multiplicar o meu próprio abandono.

Sinto por mim, por vocês.
Que com certeza buscaram companhia
Na vida carnal e após a mesma.

Contudo, encontramos, lá e cá, somente um espelho.
Refletor de nossas almas.
Uma superfície polida que apenas retrata,
Sempre, sempre um ser magoado, sem rumo e só.

Fustigado parece que por uma eternidade
Buscando resposta a sua questão...
Até quando por companheira a solidão?


Mallika Fittipaldi.

domingo, 15 de maio de 2016

Do amor a vida.




Ei-la por todos os lugares
Brilhante ou escura.
 Plena de sons ou no total silêncio.
Repleta de perfumes ou odores fétidos.
Fácil de cruzar ou cheia de obstáculos.
Risonha ou tristonha
Amável com os seus ou detestável pelo que trouxe.
Contínua por toda a eternidade.
Arrastando consigo
Galáxias,
Anjos,
Homens.
E tudo que for pensável.
Num rodopiar interminável.
Arrancando risos e lagrimas.
Desejada e amaldiçoada.
Depende como tu olhas.
Saúdo-a

É a vida.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Sou mulher



Estou mulher.

Com todos os defeitos femininos
Que com o tempo foram surgindo.
Que vivem indo e vindo.

Sou mulher presa aos pequenos detalhes
De cada coisa que faço
Mesmo que outros (por isso de mim) gargalhem
É assim que meu caminho traço.

Sou mulher de batons vermelhos
Rouge rosas
Olhos de água carmim.

Sou a mulher que exibe os seus dotes
Com desejos que coisas melhores de mim brotem
Autoconsciente do que sou no presente
Sempre pronta, apesar de...  De ir em frente.

Sou mulher presa a espelhos
Em cada um uma mulher eu vejo
Frente a algumas paro e ouço os conselhos
Outras me amedrontam fujo e somente as entrevejo.

Sou mulher por escolha
Por acreditar em Madonas sem masmorras
Em felicidade nessa condição aviltada
Por eras mutilada, oprimida e escamoteada.

Sou a mulher esposa, Lilith, mãe.
Cuidadora e opressora da prole terrível defensora.
Que o poder mesmo a força detém
Sempre pensando no futuro além.

Sou mulher de hoje a empresária
De ontem a dona de casa aviltada
A bruxa do passado viva queimada.

Sou mulher e nessa longa caminhada
Minha alma em corpo feminino incrustada
Alegrou-se nessa condição de muitas vezes não ser nada
De gerar vidas durante minha vida e no fim da mesma... 
Resguardá-las.







domingo, 10 de abril de 2016

Eira e beira







Não solte a minha mão Pai.
Não se perca de Ti a minha alma.
Seja sempre o reto caminhar o meu tesouro.
Que em Tuas mãos seja eu que nem ouro
Como no bolso daqueles que usuram.
Acontecendo de Ti me afastar
Assovia alto Pai.
E onde eu esteja
Correrei feliz ao teu encontro sem lerdeza.
Para ser feliz onde te aprouver
Mesmo que seja sem eira nem beira.

*Sem eira nem beira significa destituído de tudo.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Em minha pele Tu

MARCOS ALBERTO HIGA - MS
Vista a minha pele.
Sinta como estou.
Seja a minha vida a tua
Dolorosamente crua e nua.
Perceba em ti meus anseios
E todos os meus mais terríveis medos.
Sinta-se cego,
Viva na escuridão,
Reconheça o mundo pelo tato das mãos.
Nada ouça nem um psiu
Somente o silencio de sons vazio.
Não, não se mexa, pois não podes.
O corpo não te obedece e sofres.
Ouça as vozes na minha mente
Que por bilhões de vezes mentem, mentem e mentem.
Seja eu
Não tu.
Perceberá minha tristeza, minha melancolia.
Meu desespero, minha agonia.
Vem! Veste a minha pele
E enfim... 
Seremos eu em tu e tu em mim.