segunda-feira, 20 de abril de 2015

Senhora.




Solidão em todas as portas e janelas
Ela se porta e aporta.
Nas meninas dos olhos enegrecidos,  úmidos
Desmedidos.
No céu da boca escancarado
Em que o pedido de socorro gora.
Na língua falante e ferina
Que a vida verga.
Em dentes cerrados, trancados, fechados
Que não concordam, não falam, não oram.
No silencio, na dor, na demora
Ela mora.
Infeliz como uma serpente que não se enrola
Sempre alerta para o bote e  a hora.
Em que enlaça mais um escravo essa vil senhora
E mesmo com milhões no seu exercito sombrio, curvado
Solitária ela chora.


Nenhum comentário: