quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O que entorta.



Nascemos anjos perfeitos
Primorosas obras primas
Crianças de luz
Em nosso riso felicidade
Nas pequenas mãos nenhuma maldade
Nada que perturbe a paz da humanidade.

Crescemos

E entortamos nossos espíritos.
Na luta por sermos notados
Na guerra surda para sermos amados
Nas suplicas famintas de não sermos abandonados.

Mentimos, enganamos, ludibriamos

A quem quer que seja
Por um pouco de amor
Pelo pão a nossa mesa
Pelo reconhecimento de alguma de nossas obras.

Necessitamos, queremos, desejamos

Perdemo-nos, como crianças luz, escurecemos.
E quando em um dia nos vemos no espelho da alma
Não nos reconhecemos.
Assusta-nos aquele ser vil que nos tornamos.

Tombamos e sofremos.

Entortamos pela busca dos prazeres que nos oferece o mundo.
Ei que então com sua luz morta e fria
Bordamos nossa mortalha onde enrolamos nossa casca vazia.

Pudéssemos saber de antemão

Que tudo que nos oferta a vida poderia ser iluminado
Por cada ação amorosa que fizéssemos.
O gesto carinhoso com o outro mesmo quando nosso coração sangra de solidão
O pão repartido quando também temos forme
O braço amigo mesmo que a dor faça-se presente pela nossa ação.

Pudéssemos saber

Que a rota da real da felicidade
Não é a conquista da nossa  alegria
Ou louros de vitória
Ou ouro e gloria

Somente sim criar o bem de todos

Sendo seres calorosos e amorosos
Manteríamos nossas almas eretas
Nossos espíritos radiantes.
Nossas mortalhas brilhantes.

Nossas cascas... Amor.




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