segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Musas


Minhas senhoras me ajudem a criar sem me deter

Um poema que cause admiração e não dor

Algo que traga alegria

Relembre nossa perfeição

Amarrem meu coração a Lua

E iluminem de prata minha alma e as tuas.

Lindas senhoras da inspiração

Sejam meu caminho nessa direção

Em que as palavras não sejam só riscos e linhas

Mas atitudes, emoção, desejos, decisão de ter e ser.

Amadas senhoras das letras, poesia e canção.

Nunca se esqueçam de mim.

Então, sussurrem em meus ouvidos teus conselhos.

Preencham meu peito com sentimentos

Dos mais variados em todos os momentos

Para que eu fale coisas ao vento

Murmure a irmã água

Crepite ideias com o fogo

Enterre meus tesouros em terra frutificante.

E quem sabe um dia seja mais que uma poetisa e-rrante.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Sentes?

Florence Nightingale as the Lady with the Lamp

Sentes a minha pele?

Minhas mãos nas tuas?

Meu beijo em teu rosto?

Podes ainda vê meu sorriso?

Mesmo que triste e dementado?

A lágrima, a última de olhos pela dor rasgados?

O tremor do corpo assustado?

A sensação de perda irreparável?

Ainda me sentes?

Sabes do meu amor por ti?

Que tudo faria para te ter de novo?

Qualquer pacto com deus e com o demo?

Tantas perguntas e só silêncio

Neste final instante de agonia

Em que teu corpo esfria


E tua alma escapa para a eternidade.

domingo, 21 de setembro de 2014

O tempo.



O tempo não me trouxe só milhões de rugas
De fracas unhas
Fios brancos nos cabelos
Poucos desejos.

Arrastou consigo muitos sonhos
A sensação de ser santo
As alegres tentações
E as fortes emoções.

Deixou cicatrizes profundas
Numa alma nauseabunda.
Criando um ser repulsivo
Asqueroso ente de limo.

Transformou a criança em homem
Velho descrente
Das maravilhas infantis
Dos sonhos juvenis.

Transformou o herói imbatível
Num covarde corruptível
Para se safar da dor
Esquecendo-se de tudo até do amor.

Eis o tempo meu inimigo
Deles todo o mais esquisito
Que corrompeu meu coração
Mas, que ensinou lições.

As quais não quis aprender
Com medo de sofrer
Escolhi a rota mais fácil
O caminho mais rápido.

E me perdi
Perpetuamente
Ausente e demente
Sem a Luz ardente de Deus.


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Fim




Hoje entendo o fim

De todas as coisas o fim.

O murchar das rosas.


A relva amarelando.

A pedra se desgastando.

Os rios que secam.

O gelo que derrete.

A terra em erosão.

As mãos que enrugam.

A criança que adormece para sempre.

Os sóis que explodem e escurecem.

Hoje entendo o fim.

Não como  o termino fatal.

Mas, somente uma passagem de estados.

Uma mudança e uma transformação

Que se num ponto desaparece

Em outro aflora com novo esplendor de vida.