sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Grilhões partidos.


Quando os nós desatam
As algemas caem
As dúvidas dissipam-se
E a vontade impera
Os pensamentos impõem-se
O coração emudece
Os pés se mexem
E andam.

Abrem-se portas
Escancaram-se janelas
Caem os muros.
Repentinamente lá está ela:
A vida
De roupa nova
Novos desafios
Tantas alegrias
Algumas novas dores.

Mas, vida
 Pulsando...
Invocando-te. Vem!

Aos que romperam os grilhões
Com os velhos amores
Situações pendentes resolvidas
Optaram pela liberdade
Existe nova chance de ser feliz.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Simples assim


Um simples sorriso pode elevar o animo de um suicida.

Um abraço amoroso confortar a quem alguém perdeu.

Uma pequena caricia eleva a autoestima de uma criança.

Um elogio pode parar a vontade de desistir.

Um ósculo enxuga lagrimas.

Dando as mãos podemos dirigir outro por caminhos mais retos.

Ficar em silêncio permite a fala dorida de um amigo.

Um olhar afetuoso pode curar uma ferida.

Pequenos atos que não nos transforma numa Madre Tereza de

 Calcutá.

Mas, nos faz ser luz para os que estão em momentos de escuridão.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Desisto



Desisto de buscar a compreensão da vida
Um sentido coeso para a mesma
Uma resposta para suas questões básicas
Um prumo, um rumo.

Desisto de viver com sabedoria
De assinalar vitórias e perdas
Apontar conquistas e esmaecer as derrotas
Da memória.

Desisto da lógica
Da matemática
Da álgebra
Da química.

Desisto de tentar ser analítico
Positivista
Heroico buscador espiritual
Um argumentador.

Entrego-me ao vai e vem do destino
Ao nascer e morrer do Sol
As partes loucas da Lua
As constelações vistas e não vistas.

A magica implícita em cada nascimento
A vida implícita em cada extinção
O começo e o fim
Unidos sempre.

Entrego-me a ilusão
Ao sonho de ser vivente.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Máscara


Ouço tuas gargalhadas espalhafatosas

Teu riso desmembrado do real

O som estridente da tua alegria

Pergunto-me é natural?


Nos teus olhos pupilas alcoólicas

O bafo da cerveja

A secreção bucal da maconha

O que buscas?


No toque dos tambores alucinados

Das músicas que gritam aos teus sentidos primitivos

Do som alto

Indago o que tentas sufocar com tais ruídos?


Fim de festa

Bêbado

Sem rumo

Dormes sob a marquise como criança abandonada.



Não há mais drogas

Nem risos

Nem musicas

Somente tu e tua verdade adormecida.



Perdida entre as festas da carne

Escondida pela falsa alegria

Escondes tão bem tua agonia

De não ser o que querias.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Sombras.


Amanhece

As sombras da noite esvanecem.

Buscam seus cantos úmidos, pequenos, apertados.

Escondem-se.

As luzes as ofuscam

As afastam.

Elas a temem.

Têm medo de serem descobertas

Escancaradas, ridicularizadas

Por não possuírem real poder.

Correm desesperadas aos primeiros raios solares.

Como minhas sombras que fogem

Quando me visto de alguém

Maquio meu rosto

Perfumo-me

Preparo-me para sair ao mundo.

Minhas sombras se encobrem

Para que eu possa ser

Ao menos...


Ser aceitar pelos outros.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Alzheimer


Que palavras direi ...

Que te façam tremular feito bandeira ao vento,

Relembrar momentos que deveriam ter sido inesquecíveis.

Como posso te olhar de forma a invocar um passado poderoso

Que nos levou a mudar vidas e a unir destinos?

Poderá minha mão tocar a sua e deliciar teus sentidos,

Arrepiar tua nuca,

Excitar teus desejos.

Minha respiração corresponderá a sua em um abraço

E num instante nos tele portamos para o passado jovem?

Adiantar-nos-ia reviver o que já se foi,

O que foi vivido tão intensamente,

Em forma de amor sensual, desejo de estar perto, sentir o outo?

Ou quem sabe depois de tantas décadas

Basta-nos olhar o outro esquecido do mundo,

Parado no ar feito colibri,

Desnudo de todo conhecimento,

Esquecido de si mesmo...

E pedir, implorar, apenas mais alguns momentos unidos na dor.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Espinhos


Entre os espinhos da dor

O corpo que se contorce

O coração disparado em medo

O futuro ameaçador.


Entre lembranças doridas

Agonias que parecem infindas

Tristeza, solidão, desemparo.


Entre o estar só mesmo em companhias

Preso a si mesma

Num corpo fustigado pelo desespero.

Entre todos esses males


Entrego-me a Ti

Na esperança sincera de ser ouvida

De ter meus clamores atendidos

Minha situação remediada


E por tua graça ser abençoada.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A Chave

 

Tenho comigo a verdade,

De todas as coisas a explicação,

De todos os segredos as respostas.

Nada há que não conheço,

Nunca existiu, existe ou existira mistério.

Sei de todas as coisas,

Conheço todas as faces,

Pertenço a todas as classes,

Sinto todas as dores e saudades,

Como os risos e alegrias.

Posso saber o que sois,

O que queres e o que temes.

Nada oculto sob o céu ou o Sol.

Falta-me apenas um pequeno instrumento,

Simples e mínimo...

Uma chave.


A chave da iluminação.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Abençoa-me.




Sou eu que te busco nesses dias chuvosos
Abaixo de torres de lama de pecados
Frente aos leões que me devoram as carnes.
Entre a tensão de ser humano e divino
Sendo o que não desejo ser
Procurando o que desejo me revelar.
Não me abandones nessa tormenta
Que posso ter criado com meus crimes
Contra mim e minha natureza
Peço-te proteja-me
Minha dor supera a alegria
E corro em busca da harmonia
Que sei que estás contigo
Quando estarei consigo.

Abençoa-me Deus.