quarta-feira, 27 de março de 2013

Tardiamente.


jesus-cristo-crucificado
Quero esquecer Teu rosto entre os gritos aflitos dos teus amados,

Entre os gemidos dos dois ladrões, entre Ti, crucificados.

Peço que perdoe minha fraqueza

De na hora da agonia ter partido e te deixado

Sozinho no caminho, sem sequer um amigo.


Não relembre minha face estúpida, minha asnice e parvoíce,

Meu medo incontrolável dos romanos.

Sei que tu nada esqueces 

E nada lembras àqueles que te parece dever alguma coisa.


Pudesse eu 

Ordenaria que o Sol retornasse ao dia anterior,

Arrancaria-te a força do teu destino.

Desta sina tão pesada e infeliz.


Assim, te vejo mesmo com olhos no escuro,

O sangue pisado no teu rosto tranquilo,

Os teus lábios em vinagre embebidos,

Teu corpo pendido numa cruz


E eu inteiro e sem feridas.

Alma combalida pela covardia fica a sofrer mil agonias.

Somente agora tenho certeza

Daria minha vida pela tua.


Amar-te-ia com plenitude nobre e jamais te abandonaria.

Se soubesse naquela hora nazareno,

Ser de luz sereno, verdadeiramente,

Que Tu eras o profeta tão falado,

O messias, esperado:


O Cristo.

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