domingo, 24 de março de 2013

Não como antes.




Não, não sofro como antes.
Vendo a dor minha ou de outro.
A doença que mutila.
O câncer que mata.
A criança que fenece.
O ancião corroído pelo tempo.
Não, não secaram meus olhos.
Ainda se enchem d’água.
Umedecem e entristecem
Frente à aflição qual seja.
Nem meu coração secou
A ponto de não se enternecer com os suplicio,
O sacrifício para nos mantermos em pé
Mesmo dilacerados pela agonia.
Mas, não sofro como antes.
Quando não encontrava explicações,
Quando não entendia o enevoar das mentes,
Quando se quedava em pranto o irmão
Visitado, vitimado pelos males.
Hoje mesmo que chore,
Mesmo que me choque,
Mesmo que me escandalize,
Vejo a dor em outro patamar.
Uma mestra severa e tristonha,
Que vem ensinar
O que é certo, o que não é.
A nós vivenciar.

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