terça-feira, 26 de março de 2013

Mistério.




Como há tanta saudade do que não se teve,
Do que não se sentiu,
Do que não se viveu,
Do que não se viu morrer.

Quanta dor pelo que não se amou,
Pelo que não se tratou,
Pelo que não nos desgastou.

Que lembrança pode existir?
De figuras que nunca pairaram ao olhar?
De odores nunca sentidos?
De sons nunca ouvidos?

Como explicar tamanho mistério
De uma saudade que por si só e incompreensível,
É um arcano.

Não sei. Mas, sinto.
Enterrada no peito a saudade de tudo que nunca me existiu.
Entranhada na pele o sabor do que nunca provei.
Uma vida que me parece ter vivido.

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