quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cinco elementos.




Cinco elementos.

No mar revolto dos teus cabelos
Vivo mil aventuras.
Nas lagrimas que rolam em tua face
Desço corredeira.
No ir e vir do teu sangue nas artérias
Embarco em lutas contra invasores.

Teus pés ao pisar o chão
Trazem-me centramento.
Tua pele
Sensações telúricas.
Tua pélvis
Prazer humano.

Teu primeiro sopro
Trazendo-me a vida.
Tua respiração
Dando-me continuidade.
Teu ultimo suspiro
Meu adeus.

Teus pensamentos
Maquinações, planos, projetos.
Teus pesadelos noturnos
Meus medos.
Teus sonhos
Devaneios.

Vivemos assim unidos
Tu terra, fogo, água e ar.
Eu éter (tua alma)
A ti vivificar. 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ciclos.



 
Amo o entardecer com suas luzes

Quando o Sol cansado se põe para dormir.

Dando um show de luz e cores.

Ficando em tons vermelhos o céu sempre azul

Como houvessem pincelado de rubro a abobada celestina.


Amo a noite com sua negritude

Que escurece o céu antes vermelho azul do entardecer

Fazendo brota os milhões de gemas estrelarem

Que piscam num continuo, quase eterno, no véu bruno da Mãe Noite.

Transformado o céu num tapete de olhos de pavão irradiantes observadores.


Amo a gélida madruga com seus poucos sons humanos

Quando os homens parecem enfim descasarem

E os ruídos da noite ficam por conta dos insetos que cantam,

Do vento que assovia entre as frestas de nossas fortalezas

E o quase se ouve o silêncio.


Amo o dia com sua claridade solar

Seu calor que aumenta a cada hora

Seu Sol a pino esquentando os corpos e dando vida

Seu vai e vem ininterrupto

Seu eterno recomeçar.


Amo todos os tempos e ciclos do dia

Do raiar do Sol ao surgimento da Lua,

O céu claro azulado, o véu negro da noite, a madrugada fria.

Amo-os, pois em realidade é um só tempo.

Tempo para a vida.




domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sou mais feliz quando...


Sou mais feliz
Bem mais feliz quando compreendo
Que a dor desse momento
É prenuncio de venturas.

Que se faz necessário à caminhada
Para fortalecer o corpo
E alma.

Que a cada erro
Aprendo novas maneiras de acertar.
E consertar.
O que parecia não ter conserto.

Sinto todas as dores
Que me foram imposta
Por mim mesma.

Contudo, não há desespero.
Quando alço meu ser
E busco o espírito
Entro em completo enlevo.

Continuo minha ronda
Por todos os caminhos que houver.
Não me cansa a vida.

Sempre há algo novo a ver,
A sentir prazer,
A compreender,
A enaltecer.

Agradeço ao Cosmo
Por tudo que me fiz acontecer.
Pela bondade com que me cuidou.

E certamente, sem nenhuma duvida.
Serei por ele mantida,
Integral e impecável
Na Luz do amor.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Canto da Sereia.




Canta minha sereia encantada.
Espalha teu canto sombrio.
Em cada canto um encanto.
Alucinando, inebriando marinheiros mil.

Exuberante sereia de beleza vil.
Que chama à morte homens varonil.
Viajantes do mar bravio.
Sem receio, sem temor do teu canto estarrecedor.

Canta sereia e não te cansas
De levar ao profundo mar as tuas presas
Que seguras com unhas e garras com destreza.

E com teu beijo mortal,
Hipnotiza suas almas
Para que vivam eternamente em suas amarras.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Lá e cá.


Não sou mais daqui
Também não me sinto de lá.
Fico e estou perdido entre lá e cá.

Assim como pluma ao vento
Balanço entre mundos
Um calmo outro violento
Não me decido onde ficar.

Quando cá estou
Saudade de lá
Da terna terra de ninguém.

Quando lá estou
Saudades de cá
Com seus movimentos constantes
E almas inconstantes.

Vivo entre mundos
Meio lá
Meio cá

Mas quem pode de algo me acusar?
Tendo eu amores lá e cá
Apegos lá e cá
Tornei-me alma errante sem poder me enraizar.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Guardador de alma.



Que te amo sei.
Como tenho a certeza do ar que me preenche os pulmões.
A saliva que molha a comida em minha boca.
O liquido que brota dos meus olhos.

Sei que te amo.
Quando balanças os meus quadris no meu andar.
E minhas pernas ficam num enorme vai-e-vem.
Os pés tocando o chão de forma firme.

Amo-te sei.
Em cada batida desse coração cinquentenário.
Pela luz que penetra nos meus olhos
Decodificada em imagens pelo meu cérebro.

Te amo sei
Aos sons que vibram minhas cordas vocais.
Quando então canto o teu louvor.
Em musicas mundanas e felizes.

Amo, amo, amo.
A ti meu corpo.
Presente divino
Guardador de minha alma.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Recomeço




Reinicio a descida

No seio a dor da vinda

A saudade dos que deixo

Tudo novo, aparência.

Pois, encontro e reencontro o que já uma vez deixei.

Cartas marcadas, cartas velhas, velhos amigos e inimigos.

Por tudo em ordem

Tentar e tentar mais uma vez

Colocar pontos nos is

Extinguir as magoa

Perdoar.

Difícil reencontro

Ver antigos amores

Mães que já não me são genitoras

Irmãos transformados em amigos

Amigos indiferentes a minha nova roupa.

Recomeça, recomeçar, neste quase eterno vai e vem.

Meu coração cansado

Minha alma sobressaltada

Minhas perplexidades

Minha grande questão

Até quando?

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Carnaval




Carnaval.

Em meio a tanta alegria...
Quantos não voltarão
Quantos se perderão
Esquecidos na orgia.

Sofrimento e alegria
Em alguns rostos só risos
Em outro só escárnio e ira.

As mãos dadas em folia
A tristeza entranhada
Na morte,
Na agonia.

Sorri Baco e bacantes
Vinhos, cerveja, álcool embriagante.
Perda do siso nos que foliam.

É no grito do bloco, da escola,
E no eco apavorado de quem rola
Empurrado, comprimido, na viela,
Pisado esmagado, triturado, chutado.

Tudo sem sentido.
Nem a alacridade.
Nem a agonia.

Numa só noite de carnavalesca alegria.
Morre o sonho de toda uma família.
O filho inesquecível, o pai infalível, o amigo adorado.
Deitado na rua, pisado.

Um corpo a mais nas estatísticas
Um furo televisivo
Gravado num imprevisto.

E sobre o chão de mijo
Esfacelado, sangrando, corpo frio.
Um folião dado em sacrifício
Aos prazeres dos homens ensandecidos.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Procura-se um sorriso.

Procura-se um sorriso


Pode se que esteja um tanto cansado

De sorrir sozinho...


Um pouco amarelado

Pelo tempo...


Com certeza, certamente.

Bastante usado...

Solitário ou não

Continua sorriso...


Acompanhado então

Cuidado pode virar gargalhada...


Tende a fazer você sorrir

Por isso, não se espante ao encontrá-lo.


É um sorriso largo

Gosta de todo mundo...



O tempo todo mostra os dentes

Mas, com certeza não é para morder...




É um sorriso feliz, feliz, muito feliz.

Não sei como esse tesouro perdi...


Caso o encontre pode usar

Ele pode ser meu ou seu...

Não importa

Desde que dele não esqueçamos.


Não o sufoquemos

Não o escondamos



Não o percamos

Mas, o usemos.

Para encantar e fazer sumir

Choros, tristezas e prantos.