quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quero chover...


Chove...

Quero chover também.

Chover na grama.

Pertencer a Mãe Terra.

Correr os veios subterrâneos.

Virar rio.

Escorregar nas pedras em cachoeiras.

Chove...

Quero chover também.

Molhar as ruas.

Esfriar calçadas.

Lavar as pedras portuguesas do chão.

Chove...

Quero chover também.

Nos olhos de quem tem saudades.

Nos olhos de quem sofre.

Nos olhos dos que riem tanto que choram.

Chove...

Quero chover também.

Para ser bênção a terra seca.

A planta sedenta.

Encher secos rios.

Trazer a vida.

Chove...

Quero chover também.

Molhar os corpos.

Lavar tristes pensamentos.

Molhar cabelos de quem volta para casa.

Banhar a alma e coração dos que se sentem pesados com a vida.

domingo, 25 de novembro de 2012

Somos Um.


Se tu e eu somos um.
Como não posso ler teus pensamentos.
Como não posso pisar sempre tua sombra quando andas.
Como não respirar com teus pulmões.
Ou nos meus ouvidos não ouvir o reboar do teu coração.
Como não saborear o alimento da tua boca.
E ouvir o som dos gases a caminhar pelo corpo.
Como não ver pelos teus olhos de mar.
E sonhar teus sonhos todos os dias.
Como esquecer que tu existes.
E que respira incessantemente.


Como não saber onde estás.
E ter que te procura dentro das minhas entranhas.
Como ser um só
Tendo a ti.
A todo instante.
Loucura.
Esquecimento.
Que somos um.
Tu és o que sou.
Eu sou o que és.


Não é porque está na prisão da carne que deixas de ser eu.
Não é por que estou livre no universo que deixo de ser tu.


Tu e eu, eu e tu, somos um.
E quando a carne se for.
Voltarás a mim.
E novamente seremos um.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sai Baba








Sai Baba 23/11/2012

Amável Sai Baba hoje é teu aniversário

Divino ser agradeço pelas teias cósmicas que te trouxeram a nós


A tua divina presença,

A tua magnificência,

O teu divino amor



Presente está nos momentos das nossas aflições

Presente sempre em meu coração.

Sinto tua falta meu Pai.

Saudades...

Amo-te.


Amo.

Sua pele enrugada pelo tempo.

Suas mãos deformadas pela artrite.

Seus dedos tortos.

Suas veias azuis sobre uma pele sem viço.

Seus fios de neve na cabeça.

Seus lábios finos.

Seus olhos baços.

Sua voz rouca e baixa.

Seu toque suave.

Sua lentidão em tudo.

Seus pensamentos antigos.

Suas histórias do passado.

Seu riso triste.

Cada lágrima que enxuguei tua.

Teus abraços.

Teu amor.

O tempo que me concedestes.

Que ficastes comigo.

Que me olhaste aos olhos.

Que sofresses por mim.

Amo-te mãe.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Raça só a humana



Hoje é o Dia da Consciência...


Não da consciência de raça.

Mas, da consciência de que:

Perante Deus somos todos irmãos,

Perante a Lei Cósmica somos iguais,

Sem distinção de sexo, cor, 

nacionalidade ou religião.

Pertencemos à raça HUMANA!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Amado Sai Baba


Quero depositar flores aos teus pés
Cantar o teu nome
Encontrar-te em sonho
Quando assim o quiseres.
Desejo saber que reges algum festival
Num pais distante que não conheço.
E que os devotos entram em êxtase
À tua presença.
Almejo sentir tua deidade
Viva na tua compreensão que sois deus.
Anseio ainda te encontrar
Em qualquer lugar desse lar.
Mas, tu já não te encontras mais na carne.
Vã é minha procura.
Buscar-te-ei então de onde nunca saístes.
Onde sempre estarás
No meu coração.
Om Sai Ram!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Espírito e eu.

O Espírito e eu.

O que falta?

A mim nada.

Ao eu tudo.

Por mais que tenha...

Sempre que mais.

Não lhe basta o céu azul

Ou estrelado.

Uma Lua redonda

Um Sol dourado.

A relva nos pés

As flores em cachos

As árvores sombreando as vias

Os pássaros cantando.

Um corpo sadio

Ou usável.

A beleza da minha presença

A Luz da minha anuência em aqui estar.

Ah! O eu...

Ele sempre quer mais.

Amealha tantas coisas

Coisas bobas, inúteis, vazias.

Preenche minha alma de vaidade, egoísmo, maldade.

Ah! Esse eu...

Que parece não saber que quando fomos

Ele ficará perdido, triste, desiludo.

Pois, saberá que morreu.

domingo, 18 de novembro de 2012

Cortejo.



Preciso ser delicado.

Preciso ser educado.

Preciso ser polido.

Preciso ser manso cordeiro.

Preciso ser verdadeiro.

Preciso ser amoroso.

Preciso ser bondoso.

Preciso ser preciso.

Preciso ser amigo.

Preciso ser amável.

Preciso ser adorável.

Preciso ser desejável.

Preciso ser bom.

Preciso ser o que desejo.

Preciso anotar todas essas qualidades.

Reuni-las em cortejo.

Praticar o mais que possa.

Quem sabe um dia a alguém importa.

Que não seja só eu e Deus.

sábado, 17 de novembro de 2012

Que não seja hoje.


Que não seja hoje.

Pode ser amanhã.

Preciso de Ti.

És o ar que respiro.

A Luz dos meus olhos.

O chão sob os meus pés.

O céu sobre minha cabeça.

Foram tantos os meus erros.

Que me pareceram magoá-lo.

Que detrataram o teu maior presente:

A minha vida.

Mas, me dizes que apesar de...

Nunca te fostes.

Estavas sempre comigo.

Eu é que não te queria ver pela minha vergonha.

Acolhe-me.

E em teu colo me faz criança.

Pura alma em bonança.

Depois da tempestade da vida.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Contudo...


Apesar da distância...

Estás tão perto.

Apesar do silêncio...

É quando te ouço.

Apesar da escuridão...

É quando mais me iluminas.

Apesar do medo...

É quando estás a me sustentar.

Apesar da solidão...

É quando estás tão próximo.

Apesar das lágrimas...

Sorris da minha ignorância.

Apesar do meu orgulho...

Estás aos meus pés.

Apesar de tua imensidão em amor...

Convives com minha miúda consciência do que sou.

Parte de Ti em mim...

Espírito em esplendor.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Quando Te encontro?


Quando Te encontro?

Depois de parar a busca,

Depois de fechar os olhos para o mundo,

Depois de calar,

Depois de aceitar o que é,

Depois de não mais duvidar,

Depois de me entregar,

Depois de confiar cegamente,

Depois de sofrer sem sentir,

Depois de viver,

Depois de morrer,

Depois de continuar vivendo,

Depois de aprender a amar,

Depois de saber perdoar,

Depois de abraçar meu inimigo,

Depois de esquecer os litígios,

Depois de ser não o que quero,

Mas, o que desejas de mim.

Com teu amor.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sonata.


Sonata.

Há uma música antiga

Que toca as fibras do meu coração

Ela me traz algo como recordação

Não imagens, palavras, só emoção.

Envolve-me em melancolia

Em uma soberba nostalgia

Em um mar de tristeza e solidão.

Um violino que chora

Uma angústia enraizada

Uma alma mal tratada

Consternada.

Pela vida amaldiçoada de aflição.

Ao mesmo tempo em que acalma

As minhas chagas

De um passado que mal lembro

Ou melhor, só sinto e pressinto.

Que dissabores vivi.

Mas, fortalecida sobrevivi.