quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Destruição.

Destruição.

Uma só palavra

Um só sentimento

Uma vingança

De todo tormento

Desde a infância

Ao amadurecimento.

Uma luta

Batalha por batalha vencida

Sem remorsos nenhum na vida.

O delírio

A loucura

A maldade ou engano.

Não se sabe.

As botas

Os fuzis

Os tanques

As metralhadoras

Os aviões

Toda vida por um triz.

O líder

O povo ébrio

Os poetas loucos

As mães cortadas ao meio

Os filhos mortos.

O orgulho

A sede de poder

O sonho de mando

O conquistador

O salvador da pátria

O destruidor na História

O que determinou

A guerra.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sou Luz.


Sou Luz.

Diamante bruto.

Encerrado na escuridão da alma.

Mas, sou Luz.

Ponto brilhante

Em um universo sem estrelas.

Como um diamante que esparge cores

E um pouco clareia.

Sou Luz.

Pequenina, escondida, pelas trevas.

Contudo Luz

Como uma réstia.

Branca Luz.

Que penetra pela fresta da janela

E ilumina o quarto escuro.

Deixando minha alma em festa.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Escuridão II

Escuridão...

Estou só

Nessa imensidão. Só.

Sem sons.

A não ser meus pensamentos, gritos, choro.

Escuridão...

Quem te fez?

Nenhuma luz...

Somente sombras silenciosas.

Meu abismo...

Por que ainda existo?

Não deveria a morte ser o fim?

Caminho na lama fétida

Os pés em chagas sagram

Não, na verdade não caminho.

Arrasto-me entre a lama e espinhos.

Infinito tempo e agonia.

Lembro...

Sobre cavalos em batalhas.

Em cadafalso, o algoz.

O estrupador de meninas.

O mercador de escravos.

O capataz, o chicote, a pele negra sangrando.

O assassino.

O ladrão.

O adúltero.

O mentiroso.

O sem Deus.

E todos

Todos eles

Sou eu...

domingo, 28 de outubro de 2012

Anjo caído.


Anjo caído.

Que olha de longe ao longe

A luz que resplandece do Sol a lua.

A luz que não é sua.

Que não ilumina seu corpo.

Seu ser.

Espírito perdido

Em trevas esquecido.

Por Deus banido.

Devido à justiça universal.

Ser dos abismos.

Da feiúra, da luxúria, dos gemidos.

Da maldade, do egoísmo, dos baixos sentidos.

Eternamente, até quando desejar, no mal escondido.

Estanca frente à obra Divina.

Entre a beleza infinita.

Prova de imenso Divino amor.

Toca-lhe a alma ferida.

Escorre pela sua face... Lágrima cristalina.

Da essência que eclipsou.

sábado, 27 de outubro de 2012

Limpeza geral

Limpeza geral?

Varri o quintal.

Podei as plantas.

Arranquei o capim.

Limpei as grades e as janelas.

Espanei o teto.

Vassoura na casa toda.

Lavei roupas antigas.

Joguei fora coisas sem uso.

Fotos amarelas, roupas rasgadas, bilhetes sem sentido, contas ultrapassadas.

Pano úmido em todos os móveis.

Óleo de peroba nos de madeira.

Cera para o chão brilhar.

Banheiros lavados, pedra por pedra azulejar.

Vidros de janelas transparentes.

Pratos, panelas, talheres brilhantes de tanto esfregar.

Sabão em pó, em barra, desengordurante, alvejantes tudo que há.

Para uma cozinha limpar.

Terminei.

Olhei-me ao espelho.

Tudo igual.

Por dentro ainda o caos.

O falatório mental.

Contraditórios pensamentos.

Doloridos sentimentos.

Que também preciso faxinar.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sem solidão.


Não há solidão.

Que consuma meus dias.

Que fira minha alegria.

Molhe os meus olhos.

Abafe meu riso.

Apague meu sorriso.

Manche meu contentamento.

Destrua minha euforia.

Disponha minhas energias.

Escureça minha luz.

Quando estou contigo.

Jesus.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ame.


Ame.

A cada instante,

O mais profundo que te é possível.

Com todas as tuas forças.

Com todo seu desejo.

Ame o que lhe parece belo.

Ame a feiúra que se esconde.

Ame o limpo e o sujo.

Ame.

Sem dúvidas ame.

Como puder amar.

Mas, nunca esqueça de amar.

O que quer que seja.

Há sempre um motivo para algo ou alguém receber seu amor.

Ame.

Espalhe semente de amor no teu caminho.

Pois, quando retornares ele estará:

Repleto de árvores frondosas.

Estas te oferecerão sombra, frescor, frutos.

Frutos do teu amor.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Preciso de um abraço.


Preciso de um abraço.

Daqueles que se recebe após muito tempo sem ver alguém.

Que nos envolve por completo.

Que o coração fica junto ao outro coração.

Tocando seu toque em harmonia com o outro.

Que esquenta todo o corpo e a alma.

Que alimenta felicidade.

Abraço de reencontro.

Abraço de saudade.

Abraço de quem chegou.

Daqueles que você recebe sem limitações.

E todo o corpo se abraça.

Num imenso bem-estar.

Como se fosse quatro braços a se encontrar.

Preciso de um abraço.

Para me sentir vivo,

Para me sentir amado,

Para saber que tenho amigos,

Que sou apreciado.

Como eu há outros.

Carentes de abraços,

Carentes de afeto,

Carentes de amor,

Doe um abraço.

Não custa um centavo.

Mas, pode ser o resgate de muitos erros.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sou feliz.



Sou feliz.

Quando olho para um céu de brigadeiro.

Quando vejo flores em jardins.

Quando fecho os olhos para dormir.

Sem dor.

Sou feliz.

Quando vejo teus olhos.

Tua face, tuas rugas.

Tua risada de menina.

E recebo tua bênção de mãe.

Sou feliz.

Quando vejo meu filho brincando.

Alegria em seus olhos.

A certeza de que já cresceu.

Mesmo sendo menino.

Sou feliz.

Quando vejo minhas irmãs.

Sorrindo.

Brigando na vida para serem mais felizes.

Unido-nos nas crises.

Sou feliz.

Quando oro.

E minha Mãe Divina aparece.

Em forma de amor.

De bem aventurança.

Sou feliz.

Por compreender hoje o sofrimento mais que ontem.

Por não encontrar mais injustiças.

Por pensar menos em mim.

E mais um pouco em ti.

Sou feliz.

Com todas as minhas dores.

Com minha solidão.

Com minhas quedas.

Com minha insatisfação.

Sou feliz.

Quando recebo ingratidão.

Mesquinhez.

Brutalidade.

Mentira.

Desamor.

Sou feliz.

Quando tudo transformo em lição.

Para crescer minha alma.

Para conhecer a mim mesma.

Para conter meus instintos.

Para adubar minhas ações.

Para lutar pela minha angelização.