quarta-feira, 13 de junho de 2012

A quem serve?



A quem serve?

Doar uma roupa usada, rasgada, a faltar botões, suja, imprestável...

A quem serve?

Doar o pacote de feijão bichado, velho, duro, quase impossível de cozinhar...

A quem serve?

Doar o móvel da sala usado, forro rasgado, carcomido pela polia...

A quem serve?

Doar o perfume forte, adocicado, que lhe causa náuseas...

A quem serve?

Doar o que lhe sobrou da feira, o que não quis, o que não foi aceito pela família...

A quem serve?

Doar o lençol fininho, remendado, que não suportará mais uma lavagem...

A quem serve?

Doar o livro de palavras complexas, de sentido profundo, que leu e não entendeu...

A quem serve?

Quem doa tudo aquilo que não mais lhe serve, um peso que carrega...

A quem serve?

A si mesmo. Somente a si mesmo...

terça-feira, 12 de junho de 2012

Abandonado caminho.

Abandonado caminho.


Abandonei esse caminho.

Já não suportava...

Não me trazia prazer algum

Só desesperança.

Não me sentia útil.

Não servia para ninguém.

Nem para mim mesma.

Nada fazia com amor.

Nada criava.

Nada dava.

Nada recebia pelos esforços tentados.

Trabalhar com almas estacionárias.

Que não desejam sair de onde estão.

Para mim dei o tempo que podia.

Até que minha alma em agonia

Cedeu a pressão e melancolia.

Abandonei.

Sem nenhum sentimento de culpa.

Pois sei que posso ajudar de outras formas.

Com palavras e atos.

Com contos e histórias.

Com o pouco que sei.

Com o amor pequeno que possuo.

Com desejo de realizar algo bom.

Se esse era o meu caminho troquei.

Pois, Tu me desses o poder de escolha.

Apóia-me nessa caminhada Pai.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Rumos.



Rumos.

Caístes em desgraça.

O mal que plantaste voltou-se contra ti.

As cortinas, da vida, abertas mostraram tua verdadeira face.

Fosses humilhado.

Abandonado pelos que te amavam.

Infelicitado pela solidão da falta dos amigos que contigo não compactuaram.

Manchaste teu nome.

Estás na sarjeta.

Só.

Não há mais sorrisos para ti.

Somente olhares de piedade.

Daqueles que não te conhece a história.

Pois, se a conhecessem afastar-se-iam de ti.

És um réprobo.

Ser abominável.

Homem condenado a penas humanas e divinas.

O que fizestes?

O mal abominável.

Importa agora o que farás.

Levanta teus olhos para o Teu Pai.

Que perdoa e ama.

Sofrerás as conseqüências dos teus atos.

Mas, receberá a energia amorosa dos anjos de Deus.

Que te ampararão na caminhada de retorno ao bem.

Não te acanhes.

Reinicia tua marcha para a angelitude.

Todos caem.

E cedo ou tarde se levantam, pois não suportam mais a dor.

Não perdes mais tempo.

Confias.

Porque Ele é o único que apesar de toda a sua sombra humana.

Nunca te abandonou.

domingo, 10 de junho de 2012

Que houve?



Que houve?

Que houve com teu coração?

Por que endureceu?

Por que não sorrir mais com o meu?

Por que gelou?

Que fiz de tão mal?

Errei? Perdão?

Não foi, totalmente, intencional.

Queria chamar tua atenção...

Para minha dor...

Para minha tristeza...

Para meu abandono...

Para minha solidão.

Meu caminho é duro.

As subidas ígrenes.

As descidas escarpadas.

O lodo escorregadio.

As quedas constantes.

As dores são muitas.

Os amores tão poucos.

As lembranças distantes.

Teu calor e teu riso.

Teu abraço, teu laço.

Frouxos estão.

Há lembranças tão duras.

Há cicatizes profundas.

Há desgostos.

Há desilusão.

Não há nada que o agrade.

Que eu faça para ti.

Sinto-me um peso.

Algo que a ti nada serve.

Uma pedra no caminho da tua felicidade.

Diz-me então.

E como silenciosamente entrei na tua vida.

Saio.

Silenciosamente como uma sombra.

Fecho portas e portões.

Para que sejas feliz.

Enquanto tempo há para sua satisfação.

sábado, 9 de junho de 2012

Não foste Tu.


Não foste Tu.

Ah! Se não fosses Tu.

Onde estaria minha alma?

Em agonia com certeza.

Em total desespero.

Em ignorância extrema.

Mas, Tu enviaste os teus.

Que ensinaram sobre a vida.

Sobre morte,

Sobre o amor,

Sobre o perdão,

Sobre recomeço,

Sobre ultrapassar a si mesmo.

Sobre a não ser inútil,

A crescer como alma,

A amar incondicionalmente.

Preenchendo o coração retalhado.

Armazenado amor e caridade.

Iluminando nossas vidas.

Ao iluminar outras.

A Ti que nos guias nos precipícios

Dessa terra de dor.

Recebes meu amor.

Como forma de gratidão.

Por tudo que nos proporcionaste Senhor.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cria.


Cria.

Somos jovens

E nossos corpos são hormônios.

Nosso pensamento

Amor carnal.

Nos teus olhos

O céu.

Na tua boca

As delicias.

No teu corpo

O paraíso.

Que há de mal nisso?

Assim, fomos criados.

Para co-criar.

Enquanto teu ventre incha.

Meu orgulho aumenta.

Fiz um filho.

Meu filho.

Meu sangue.

Minha continuação.

Eu em outro.

Que venha para meus braços.

Que seja meu amigo.

Que seja ele diferente ou parecido.

Será sempre meu filho.

Minha cria.

Através do amor.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Doações.


Doações.

Dei rosas.

Recebi espinhos.

Dei vida.

Recebi indiferença.

Dei alegria.

Recebi tristezas.

Dei companhia.

Recebi solidão.

Dei sorrisos.

Recebi decepções.

Dei o melhor de mim.

Recebi o melhor dos outros.

Compreendi...

Era o melhor que podiam dar.

E o melhor que eu podia receber.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Diante.



Diante.

Diante dos olhos o esperado.

Diante dos olhos o inesperado.

Diante dos olhos o que não se queria achar.

Diante dos olhos o que se buscou.

Diante dos olhos o que passou.

Diante dos olhos a tentação de recomeço.

Diante dos olhos o que está morto.

Diante dos olhos o que não mereço.

Diante dos olhos do que me apeteço.

Diante dos olhos um caminho.

Diante dos olhos um mundo desconhecido.

Diante dos olhos o almejado.

Diante dos olhos o rejeitado.

Diante dos olhos...

terça-feira, 5 de junho de 2012

Feras adormecidas.


Feras adormecidas.

Pensas que sou o que digo?

Ou quem sabe o que escrevo?

Até mesmo o bem que faço?

Engana-te.

Eu mesmo tento enganar-me.

Mostrando sempre um sorriso doce.

Uma palavra de conforto.

Uma mão que ajuda.

Doando um abraço.

Um coração puro...

Enganamo-nos...

Ruge em minha alma tantos males.

Guardadas de eras passadas.

Adormecidas feito feras hibernais.

Em suas cavernas escuras sem iguais.

Esperam o momento do levante.

Quando o orgulho, a preguiça, a vaidade, o ódio.

A maledicência sussurrante age.

E as feras atacam suas vitimas.

Mascaradas de anjos de boa vontade.

E as machucam no que mais dói.

Em suas próprias vaidades.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Armadura.


Ser abandonado.

Pelas ruas cheias de amargura.

A armadura de homem enferrujada.

Pelas lágrimas derramadas.

O orvalho das madrugadas.

A chuva, a tempestade.

Oh! Vida quem diria.

Lançaria-me a sarjeta.

Eu um homem.

Dono de si mesmo.

Dono de meu destino.

Hoje sem orgulho.

Sem aparato.

Sem melindres.

Retirando pouco a pouco a armadura.

Do orgulho.

Do egoísmo.

Do egocentrismo.

Do poder.

A cada peça retirada carne maltratada.

Sangue a escorrer.

Feridas e pus.

Que limpam profundamente a alma.

domingo, 3 de junho de 2012

Sonhando.

Sonho.

E no sonho, sonho com minha paz.

Paz profunda.

Prazerosa.

Imune a tudo.

As minhas falhas.

As minhas dores.

Aos meus amores.

Aos meus apegos.

Aos meus desassossegos.

Sonho.

E no sonho, sonho com minha paz.

Obtida em cada queda.

Em cada desilusão.

Em dor profunda.

Em desunião e traição.

Em usar erradamente a razão.

Em alimenta ilusão.

Sonho, sonho com minha paz.

Entre os amigos espirituais.

Entre os seres angelicais.

Entre os guias paternais.

Meio a jardins astrais.

Quando o corpo feneceu.

E fiquei livre.

Da prisão necessária para que se realizasse.

A paz dos sonhos meus.