domingo, 6 de maio de 2012

Saudades do que não tive.



Saudades do que não tive.

Das grandes montanhas

Banhadas de neve o topo.

Os vestidos verdes e vermelhos.

Os tamancos de madeiras.

O canto lírico nas ruas e prados.

O pão de forno

A torta de maça exposta à janela.

O frio matinal cercado de brumas.

O chalé sobre os ombros.

O andar sobre as pedras nuas e lisas das ruas.

O mercado, o peixeiro, o açougueiro, o vendedor de quinquilharias.

A ida a costureira anualmente.

As missas matutinas.

Os sermões intermináveis no latim incompreensível para mim.

Os olhares trocados entre moças e rapazes rubros.

A pele branca de bochechas rosadas.

A neve no natal.

A lama que a seguia.

Os sonhos com um príncipe.

Um marido comum.

Filhos alegres.

Velhice com a família.

Frente a uma janela que me mostrava o mundo.

Um mundo verde e dourado do trigo.

Com montanhas pontiagudas apontadas para o céu.

Partida tranqüila.

Saudades do que não tive?

Um comentário:

Lilica Passos disse...

Legal gostei!

Também tenho saudades de muitos
acontecimentos em minha vida que nunca voltara mais.