quinta-feira, 31 de maio de 2012

Dores e soluções.

Dores e soluções.


Dor de cabeça?
Aspirina.

Dor de dente?
Dentista.

Do no estômago?
Ranitidina.

Dor nas pernas?
Ponha-nas para cima.

Dor de coluna?
Fisioterapia.

Dor de solidão?
Amigos.

Dor de egoísmo?
Doação.

Dor de encerramento?
Recomeço.

Dor de fim de amor?
Amor novo.

Dor de filhos?
Tolerância.

Dor de alma?
Deus.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Os que falam...




Os que falam...

Aqueles que falam de amor.

Têm os olhos calmos.

Puros e incandescente.

Nunca amaldiçoam.

Não mentem.

Não enganam.

Honram sua honra.

Cumprem sua palavra.

A qualquer preço.

São justos.

Dividem o que têm.

Pouco ou muito.

Caminham pela vida.

Solitários ou junto a outros.

Que tentam, buscam ser como ele.

São simples como flores silvestres.

Claros como céu primaveril.

Nada possuem que não compartilhe.

Ao mesmo tempo em que nada têm ou retêm

Têm tudo.

Pois, têm a Deus.

São profetas,

São santos,

São gurus,

São mestres,

São messias.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Tenho a ti ofertado

Tenho a ti dado...

Dor.
Para aprenderes a dela se esquivar.

Lágrimas.
Para lavares tua alma.

Trabalho.
Para construíres tua inteligência.

Desilusões.
Para dares valor ao que é real.

Miséria.
Para reconheceres a dignidade na pobreza.

Doenças.
Para respeitares o corpo.

Inimigos.
Para aprenderes a se defender.

Maledicência.
Para ficares calado ocultando o segredo que te foi pedido.

Solidão.
Para te conheceres melhor.

Luxúria.
Para sentires o amargor do sexo sem amor.

Tenho e tento te ensinar pelo amor.
Mas, tu preferes o mais difícil, a dor.

Chama-me de vida.

domingo, 27 de maio de 2012

Relógio mágico.

Relógio mágico.

Quem dera um relógio mágico.

Que voltasse o tempo em horas e minutos.

E os somando em dias, meses e anos.

Concedesse-me o privilégio de antecipar dores.

De salvar vidas.

De deter os que se lançaram a morte.

De fazer feliz os magoados.

De me torna o que queria.

De ser um tanto diferente.

Do que agora sou.

Sim, eu me amo.

Mas, seria tão mais leve sem tantos erros.

Sem lembrar de dores causadas.

Das palavras ferinas, malvadas.

Quem sabe seria melhor pessoa.

Melhor exemplo.

Mais amorosa.

Servindo plenamente ao Plano Divino.

sábado, 26 de maio de 2012

Desejos de um curador.

Quem dera poder.

Para, com as mãos.

Estancar o sangue que escorre fora do corpo.

O sangue que sai das veias em jorros.

Restaurar a pele queimada.

Fechar a carne aberta.

Fazer pulsar o coração adormecido.

Pôr em ordem pensamentos vadios.

Diminuir, espantar por fim a dor.

Secar as lágrimas do sofredor.

Expulsar o mal que ataca o órgão.

Ampliar a visão de quem está na penumbra.

Quem sabe repassar uma réstia de luz.

Soltar a língua presa.

Firmar pernas.

Aliviar mentes perturbadas.

Quem dera...

Poder.

Para, com as mãos.

Realizar a profecia do Cristo.

De que faríamos o que ele fez

E muito mais.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Novo dia.

Novo dia.

Há sempre um novo dia.

Um novo raiar do astro rei.

Que expulsa a escuridão do céu.

E nos enche de energia.


Há sempre um novo dia.

Basta ter forças para levantar da cama,

Abrir as janelas,

Olhar o jardim,

Ouvir os pássaros.


Há sempre um novo dia.

Que nos traz novas responsabilidades,

A continuação do que estávamos a fazer,

O dever a cumprir.


Há sempre um novo dia.

Onde água nova escorre pelo corpo,

Junto com as lágrimas disfarçadas,

De uma dor, de uma perda.


Há sempre um novo dia.

Um atrás do outro.

Intermináveis momentos de tristeza e alegria.

Que somados são nossas vidas.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Essa senhora.

Amo essa senhora cinquentona.

Cada cabelo branco em sua cabeça.

Seus pequenos olhos baços.

Seu sorriso fino.

Nariz arrebitado.

Pele de sardas e manchas.

Corpo arredondado.

Sorriso triste.

Gargalhada estridente.

Verdade dita a meio tom.

Pensamentos incomuns.

Orações constantes.

Pensamentos insistentes ao Pai.

Pele com rugas.

Corpo curvado.

Eu a olho e vejo não a senhora.

Mas, a menina.

A menina moça.

A mulher.

A luta para se fazer o que é.

Melhor sempre que ontem.

Que mesmo falhando recomeça.

E ela me alegra por ser assim.

Uma senhora que leva alegria.

Mesmo com coração em agonia.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Velho no espelho




No espelho a verdade

Nos meus olhos o engano.

No espelho as rugas

Nos meus olhos a cegueira.

No espelho os anos transcorridos

Nos meus olhos, olhos de menino.

No espelho a dor que transpassar

Nos meus olhos a dor que cala.

No espelho um corpo decadente

Nos meus olhos um ser surpreendente.

No espelho decrépito ancião

Nos meus olhos eterno garotão.

No espelho meu corpo retratado

Nos meus olhos desenho d’alma.

domingo, 20 de maio de 2012

Homem e anjo



Homem e anjo

A música que me cabia

A parte que me valeria

Esqueci...

As asas que tinha

A coroa que me adornava

Perdi...

A luz que me iluminava

O corpo que brilhava

Escureci...

A liberdade doada

Liberdade que gozava

Dissipei...

A beleza impar

O sorriso Sol

Desmereci...

O anjo celeste

Caído por orgulho

Tornou-se homem...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Alma redimida.



Alma redimida.

Do seio Divino parti.

Sem dores, sem sentido, sem percepção.

Desci a matéria bruta

Sem nenhuma noção.

Rolei entre as pedras, os seixo, os diamantes e cristais.

Sentir o corpo de folhas e caules, frutos e flores.

Fui trigo e milharal.

Ofereci-me em holocausto.

A fome de outros.

Voei como louva-deus, como borboleta e besouros.

Corri nas pradarias sobre quatro patas.

Tornei-me homem.

Respirei a consciência.

Desenvolvi-a em caminhos tortos.

Morri centenas de vezes.

Desci a mansão dos mortos.

Nasci.

Sofri de novo.

O umbral estava a minha espreita.

O mal era o meu caminho.

Cada vez mais profundo.

Até o abismo.

Perdi formas.

Chorei e implorei.

Voltei à carne milhões de vezes.

Tornei-me homem.

Venci a mim mesmo.

Renasci como anjo.

Alma em busca da paz.



Aceito tua Luz.

Mesmo em meus recantos mais escuros.

Mostra-me onde se escondem os meus erros.

Onde estar o meu mal.

Quero abraçá-los e iluminá-los.

Como abraço amorosamente o bem que já me pertence.

Voltarei.

Ao corpo de carne.

Testarei minha conversão ao belo.

A minha paciência.

A minha tolerância.

Aceitarei minhas dores.

Abraçarei desafetos.

Mas, fica comigo.

Não permitas que de ti me apartes.

Que possa na escuridão do medo

Sentir Tua presença

Invadir meu coração.

Alma arrependida.



Alma arrependida.

Sim, sim.

Arrependo-me.

Nunca mais o farei.

E se retornasse ao passado não o faria.

O mal que criei.

Criei mais para mim que para os outros.

Ele transformou-me em uma besta.

Sedenta de sangue, dinheiro, poder.

Fiz tudo que deve ser feito para obter o que era passageiro.

Vazio e efêmero.

Só o percebi no fim.

Quando o corpo já não me obedecia.

E os que diziam me amar mostraram sua verdadeira face.

Alguém orou por mim? Quem? Se a ninguém amei realmente.

Não conheci pais ou irmãos.

Não tive família só o orfanato.

Quem de mim teve compaixão?

Irei contigo que dizes ser meu irmão.

Cansei-me do mal e da aflição.