quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sem lamentos.



Sem lamentos.


Não, não devo lamentar.

Os erros que cometi,

As palavras rudes que falei e hei de falar.

Todos os não que ainda terei que dar.

Os caminhos tortos que cruzei.

O fogo da paixão que não consumei.

O lírio branco que não conservei.

As dores que não senti.

Os amores que não vivi.

Os lamentos que não chorei.

As orações que não fiz.

Os pedidos que esqueci.

O brilho que perdi.

O sorriso que não dei.

A mão que não apertei.

A criança que eu não quis.

O amante que repeli.

A felicidade que olvidei.

A ajuda que recusei.

A mão amiga que afastei.

Preferi caminhar sozinho.

Longe dos pares humanos.

Que me trouxeram imenso desencanto.

Voltei, voltei para mim, minhas esperanças.

De não sentir remorsos.

De seguir em frente altaneiro.

Levando no peito a bandeira.

De um solitário enrustido.

Que a todos parece bendito.

Pois, é pousada para aflitos.

Silêncio para os culpados.

Amigo para os abandonados.

Fiel, prestativo e amoroso.

Mas, que esconde no fundo do poço.

Poço da sua alma.

Uma figura solitária.

Como uma jóia com uma só pedra engastada:

Deus.

Boas lembranças.



Boas lembranças.


Perguntara-me o que eu estava precisando.

Uma nova roupa?

Uma sandália?

Um sapato?

Uma cinta?

Um bom perfume?

Uma bolsa?

Algum dinheiro?

Alguma medicação?

Uma coisa qualquer que necessitasse...

Ora, todas essas coisas as tenho.

Não em grande quantidade.

Mas, o necessário e não o supérfluo.

Então, pedi...

Dê-me boas lembranças.

Para que te recordes sorrindo

E não chorando.

Feliz e não triste.

Presente e não distante.

Distante, mas, junto a mim.

Amando e nunca de outra forma.

Ajudando com seus dons.

Saindo de si para os outros.

Conversando comigo quando precisar.

Orando juntas.

Viajando pelas terras do coração.

Dê boas lembranças.

Seremos felizes,

Eu e tu então.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Onde encontro Deus?




Onde encontro Deus?

No mar.

No céu.

Na Terra.

No ar.


Onde encontro Deus?

Na flor que nasce.

No cão que ladra.

No pássaro que voa.

No garanhão que corre nos prados.


Onde encontro Deus?

Na chuva.

Na tempestade.

No tufão.

No furacão.


Onde encontro Deus?

Na nascente do rio.

Nas corredeiras.

Nos lagos.

Nas cachoeiras.


Onde encontro Deus?

Na criança que balbucia.

No jovem que gargalha.

No adulto que trabalha.

No velho que cochila.


Onde encontro Deus?

Na oração.

Na meditação.

Na reflexão.

Na concentração.


Onde encontro Deus?

No lugar mais inesperado.

Um canto inusitado.

Talvez, nem pensado.

No coração dos homens ensimesmados.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Somos diferentes e iguais. Contraditórios e complementares.



Destemidos seres que enfrentam
A tresloucada sociedade humana
Que em riso de escárnio e humilhações,
Espezinham o que lhes não parece indubitável,
Os que não aceitam os ditames da certeza social,
E pela opressão tenta separá-los.

Dementada gente tola e imbecil,
Que atiram, nos outros, seus falsos pudores
Onde em quatro cantos fechados fariam
Tudo o que rotulam de abominável.
Lamentam pelos seres que gritam abjetos!
E enciumados e ensandecidos, partem para destroçá-los.

Essas criaturas divergentes
Em seu amor maior,
Em sua falta de separação,
Unidos por um afeto inabalável,
Frente a qualquer situação intolerável
Ainda se abraçam... E se amam.

Pois, inexiste o que separe
A Verdade da Vida,
Os espíritos que se deparam,
Depois do vagar no espaço,
Dos neons na erraticidade,
O encontro de almas gêmeas.

Mesmo que aos olhos mortais e pré-conceituosos
Sejam seres diferentes e contraditórios nos corpos que habitam,
Nos abissais labirintos da psique
No centro emocional de suas essências,
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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Aceito.


Aceito.

Ser sua companheira na viagem.

Vestir nova roupagem.

Acompanhar-te.

Aceito.

Tentar tornar tua vida mais fácil.

Teus pensamentos retos.

Teu sorriso farto.

Aceito.

Buscar tua felicidade.

Amparar-te nas tempestades.

Guiar-te.

Aceito.

Está contigo nos desencantos.

Vivenciar teu pranto.

Sofrer ao seu lado.

Aceito.

Dar-te a mão e caminhamos.

Juntos e inseparáveis.

Pelas estradas da vida.

Aceito.

No fim está contigo.

Fechar teus olhos amigos.

E esperar te reencontrar no mundo dos espíritos.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eu e tu


Eu e tu

Tu choras

Umedece meus olhos.

Tu gritas por socorro

Fere minha garganta.

Tu sofres

Sinto dor.

Perdes-te.

Eu fico sem rumo.

Revolta-se

Sinto-me indignada.

Entristeces com a vida

Eu fecho os olhos e me tranco.

Envolve-te nos teus pensamentos tempestuosos

Sou atingida pelos teus raios.

Somos distantes

Somos diferentes

Somos humanas

Somos irmãs de caminho

Sentimos uma pela outra

Mas, não podemos caminhar

A mesma estrada

Ter as mesmas reações

Sentir da mesma forma

Aprendamos uma com a outra

O que cada uma tem de melhor

E repartamos o bolo da vida

Seu chocolate (amargo)

Seu vinho (ilusório e inebriante).

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Dor da solidão.


Dor da solidão.


Sei que dói a solidão.

Como tira atada firme ao peito.

Que sufoca, magoa em desrespeito

As nossas mais sublimes aspirações.

Sei que dói a solidão.

Que coroe como acido sulfúrico.

As fibras da boa vontade.

Vontade de viver.

Vontade de ser feliz.

Sei que dói a solidão.

De não ter a quem amar.

De não ter a quem cuidar.

De não ter a quem olhar.

Sei que dói a solidão.

Mas, é ela necessária a quem a sente.

Para lembrar o quanto é importante.

O amor ao irmão.