sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

História de porto.



Nos seus cachos prendia meus dedos.

E os enrolava cada vez mais.

Negras cascatas.

Que vinham até a tua nuca.

Ou se debruçava sobre os verdes olhos mar.

Com o qual olhavas para o horizonte.

Onde barcos de pesca saíam em aventuras.

E tu corrias até as pedras da praia

Até vê-lo se tornarem pequeníssimos pontos nas águas frias.

Voltavas para mim.

Olhava-me.

E eu sabia.

Que um dia irias embora

Num barco qualquer

A qualquer hora.

Meu coração tremia.

E com minhas mãos de menina.

Eu prendia as tuas as minhas.

Crescesses e fostes.

Eu fiquei, na vila, vendo os barcos.

Fosses e voltasses tantas vezes.

Mas, um dia não voltastes com o barco.

Ficasses perdido de amor por outra alma.

Mas, eu não, eu fiquei no porto.
Dias após dia.

Esperando-te.

Esperando-te.

Chamavam-me a moça do porto.

Chamavam-me a mulher do porto.

Chamavam-me a velha do porto.

Até que um dia cansada.

Debrucei-me nos rolos de cordas.

E te vi.

Como eras.

Vieste, voltastes.

Corri a te abraçar.

Nada que passou valia a pena.

Só nosso amor.

Volvo os olhos para a velha do porto.

Está frio.

Ajeito seu chalé.

E tu e eu partimos.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fuga.



Fecho os olhos e vejo.

Tudo que não vejo aqui.

Louca sou porque vejo?

Ou porque vejo louca sou?


Tu não vês?

Porque não procurou.

Mas, se tivesses procurado veria.

Tudo que vejo.


Inexistentes mundos,

Seres alados,

Amores de nereidas,

Almas perdidas, esquecidas de si.


Luzes que correm no céu ao dia.

Cores que acompanham cada ser.

Explosões de luz inexplicáveis.

Anjos que tocam harpa.


Fecho cada vez mais os olhos.

Para meu mundo dito real.

Onde se permite a violência,

Mata-se o irmão e deixam crianças morrerem de fome.


E poucos são tocados no coração.

Põem a mão na charrua,

E se entrega à labuta de auxiliar, se dar, se doar.

Sem perguntar a quem, sem nada cobrar ou retorno esperar.




quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Que a paz esteja contigo!



Que a paz esteja contigo.

No que fizeres ou pensares.

Em toda ação perpetrada.

Em toda palavra falada.

Em todo sorriso doado.

Em todo não bem dado.

Em todo sim abençoado.

Que a paz esteja contigo.

Quando relembrares teu dia

À noite no travesseiro.

E um sorriso de vitória brote-lhe aos lábios.

Não encontrando o que desabone tua conduta.

E orando agradece ao Teu Senhor essa felicidade.

Pois, muitos nessa hora, perto de ti

Não conseguem por a cabeça no travesseiro

E em paz dormir.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O que te espera?


Sabes bem o que te espera.

Uma colheita maldita.

Que plantasse a cada dia,

Todos os dias da tua vida

Com teu ódio ao diferente:

Ao negro,

Ao hispânico,

A prostituta,

Ao gay.

Ao deficiente.

Sabes bem o que te espera?

O retorno de cada ação.

À volta como reação.

De toda maldade empregada.

Para ferir,

Para machucar,

Para humilhar,

Para desonrar,

Usar e jogar fora.

Os que pela tua vida passaram

E eram diferentes.

Teu medo te custará caro.

Teu receio e tuas ações

Virão as tuas portas.

E não poderás fugir deles.

Pensas

Se o Pai Altíssimo recolhe no seio todos os filhos.

Todos diferentes e únicos.

Por que tu não aceitas e abraças

Aqueles de outras nações.

De outras cores.

De outras opções.

Modificando tua semeadura.

Modificarás teu coração.

E tua colheita será bendita então.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

amizade eterna.



Amizade eterna.
Nossa amizade será eterna.
No túnel do tempo
Que leva a rodopiar a humanidade
Nos encontramos tantas vezes.
Minha irmã de aventuras de vidas.
Minha mãe.
Caminhos antigos nos trouxeram até aqui.
Como não reconhecer em seus olhos
Tua alma.
Alma minha.
Que ama o que amo.
Os livros novos ou bolorentos.
As flores no jardim.
Os contos de fadas.
Os espíritos que vagueiam no Universo.
Os que nos aborrecem.
O perdão fácil.
A mágoa guardada.
As tentativas de espalhar amor.
O ficar brava e logo após sorrir.
A facilidade em se desculpar.
Hoje nos separa a distância.
Mas, meu coração é unido ao teu.
Eternamente.
Minha hoje então amiga.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Como te amo(minha mãe).

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Nas vidas que passei.

Amo-te.

E nada fará com que isso mude.

Tu estás no meu coração.

Implantada feito uma prótese.

Enraizada feio um baobá.

Tu que valeu em toda obra.

Tu que não faltasse em nenhuma hora.

Amo-te.

E jamais a esquecerei.

Teus olhos de mel.

Teu cabelo liso.

Tuas mãos.

Tuas palavras.

Teu sorriso.

Amo-te.

E estarás sempre comigo.

Em meu corpo.

Em meu sangue.

Perpetuada em meu filho.

Em teus futuros netos eu e tu.

Nosso abrigo

Amo a ti pelo que fizestes.

Pelo que deixasses de fazer.

Pelas horas de sono perdidas.

Pelos exemplos de amor e doação impecáveis.

Fosse meu exemplo.

E hoje sou parte do que és

Esses são meus sentimentos para contigo:

Amor.

Agradecimento.

Orgulho de ti.

Seja feliz o quanto possa.

Feliz dia para ti mãe.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Medusa




Medusa.

Ah! Tu que envenenas tudo que olhas.

Que só consegues ver o mal.

Que habita em tua própria sombra.

E se alimenta das sombras alheias.

Oh! Tu que fazes parte das falanges de ódio.

Que espalha a discórdia.

O ódio impensado.

O desamor entre todos.

Ah! Esquecesses para que foste criada?

Se tornastes uma fera embrutecida.

Um mostro desfigurado pela tua própria maldade.

E hoje te escondes para que não te vejam.

E se te vêem os paralisa.

Tu és o mal que penetra em cada coração.

E nutri o que cada homem tem de pior.

Ah! Esquecesses para foste criada?

Fosses criada como Luz.

Para crescer com a Luz.

Viver na Luz.

Levar a Luz às sombras.

Levanta-te!

Rasga do teu peito todo mal.

E reinicia tua caminhada como deveria ser.

Sempre é tempo de mudar.

Mesmo que doa.

Mesmo que machuque.

Mesmo sem ser compreendida.

Mesmo solitária.

Refaz teu caminho.

Para o que tu és.

Uma parte da Luz de Deus.