terça-feira, 13 de setembro de 2011

Caí a chuva


Cai a chuva.

Cai a chuva na estrada, na rua, na calçada.

Cai à chuva nas folhas da mangueira, nas palhas dos coqueiros, nas flores da roseira.

Cai à chuva nos morros, no barro, vira lama.

Cai à chuva no mar e se mistura.

Cai à chuva nos asfalto e o esfria.

Cai à chuva e corre para os bueiros.

Cai à chuva na rua e a alaga.

Cai à chuva no canal e ele transborda.

Cai à chuva e o céu ainda fica escuro.

Esperando nova chuva.

Enquanto troveja sua bravura.

E lança raios de aviso de perigo.

Cai a chuva e eu na rua.

Os cabelos molhados.

A roupa colada ao corpo.

O frio e o arrepio.

Os olhos sem enxergar direito.

Os sapatos entoando a canção dos sapos.

As poças d’água.

Caí à chuva e molha por fora.

Levando o suor, o calor e a poeira do dia.

Bom seria se me molhasse por dentro.

E arrastasse com sua força branda a minha agonia.

Minhas tristezas e fracassos de fantasias.

Lavando-me o coração, a mente, a alma.

E preenchendo-me de alegria.

Nenhum comentário: