quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Devo...


Tenho um dever a cumprir.

Nem que para isso tenha de mim mesmo desistir.

Tenho que fazer o que devo.

E dessa forma atender o Seu e o meu desejo.

Tenho que ser forte na hora da morte.

Tenho que ser doce com quem me ataca.

Tenho que ser sempre melhor em cada etapa.

Tenho, tenho, tenho...

E se não puder sê-lo?

O que farei com meu dever de ser?

Perdoa-me Pai.

São tantas coisas que tenho que fazer.

E difíceis de realizar.

Frente as dificuldade, que sei vou encontrar.

Mas, se falhar Meu Amado.

Põem sobre meus ombros teus braços.

E me guia de volta ao dever.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

vidas e vidas.




Vidas e vidas...

Lembra-se de mim Senhor?

Há muito tempo andei nas savanas africanas em caçadas com as tribos.

Fui feiticeiro de cura na Ilha da Páscoa.

Dona de casa na antiga Irlanda.

Guerreiro bárbarro na queda de Roma.

Cigana.

Cavaleiro na Idade média (participei das cruzadas).

Matei na terra santa teus filhos.

Logo após fui padre.

Vendi teu perdão com as indulgências.

Participei da perseguição às bruxas.

Quando já tinha sido uma.

Fui prostituta nos bordéis dos caminhos que levavam as feiras européias.

Arrependida voltei como freira carmelita.

Passei muitas vidas na igreja.

Quase segui são Francisco.

Não tive forças.

Migrei para o oriente.

Desta vez como vendedor de jóias.

Fui escrava de um nobre senhor.

Servi como limpador de estrebarias.

Nasci como pária.

Senti na pele todos os preconceitos.

Fui um iogue de rua, um solitário.

Retornei ao Velho Mundo.

Como curandeiro.

Morri em dura miséria.

Renasci uma dama de corte.

Fui enfermeira numa cidadezinha.

Vi as duas guerras e seus horrores.

Hoje aqui estou como trabalhadora.

Que apesar de todas essas vidas.

como viajor.

Nas tuas Terras Senhor.

A Ti não encontrou.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Melhor amigo.



Como não ser feliz contigo ao meu lado.

Com seus olhos que fazem os meus ver o universo.

Com seu sorriso.

Que alegra meu coração e abre meu peito a novas emoções.

Como não ser feliz contigo ao meu lado.

Ensinado-me o que melhor fazer.

Como agir quando as coisas parecem ruins.
  
Como não ser feliz contigo ao meu lado.

És melhor amigo desse mundo.

Se te dás por inteiro aos teus amigos.

Que nada nega a quem faça o bem.

Como não ser feliz contigo.

Se quando estou só vem para meu lado.

Se quando estou com raiva me acalma.

E me enche de amor.

Como não ser feliz contigo ao meu lado.

Jesus.

domingo, 25 de setembro de 2011

Quem sabe amanhã?


Quem sabe?

Quem sabe amanhã amanheço melhor?

E essa tristeza infinita finde então...

Quem sabe termine tão grande aflição.

E o medo desapareça do meu coração.

Quem sabe...

Aconteça algo inesperado.

Antes que raie o dia.

E minha mente iluminada desista.

Quem sabe...

Um telefonema amigo.

Uma oração de irmão.

Um pedido de anjo.

Quem sabe...

Então desisto.

E continuo a vida.

Aqui.

Ou então, me espera a morte.

Escolhida por mim.

No dia e na hora que assim quis.

Quem sabe...

Não é bem assim.

E continue a viver.

Depois deste crime contra a vida cometer.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sorrisos de crianças.


Sorrisos de crianças.

Sorrisos de crianças são mel aos lábios.

São esperanças que explodem feitos balões de festa.

São cores mil a enfeita um céu.

Que se abriu para tantos anjos.

Felicidade que contagia os velhos magoados.

Os jovens desesperançados.

Os adultos que andam em medo com a vida apavorada.

Sorrisos de crianças.

São prenúncios de alegria.

Limites para a doente letargia.

Expurgo de má fantasia.

Limpeza d’alma.

Sorrisos de crianças.

São luzes na escuridão.

Reacendem a luz da paixão pela vida.

Levam-nos a própria infância esquecida.

Verde esperança de melhorias.

Sorrisos de crianças.

São presentes divinos.

Para que nunca esquecermos.

Que tudo se renova.

O que hoje é decrépito e doentio.

Após a passagem será um anjo gentil.

Um ser de luz.

Para ouvir nossas preces.

E levá-las a Jesus.

domingo, 18 de setembro de 2011

Santidade...


Santidade...

Não, não sou santo.

Nem mesmo poderia ser.

Não chego perto segue de um beato.

Muito longe de um yogue.

Muito mais de swami.

De um adepto, nem pensar.

De um mahatma, só rindo, há, há!

Mas, há algo em mim divino.

Que nunca vou deixar de buscar.

O Deus que em mim habita.

Que me ilumina.

Que de felicidade me faz chorar.

Que eleva meus pensamentos aos céus.

Que purifica meus sentimentos em águas brandas.

Que modifica minha alma para o bem.

E meu espírito se preenche de Luz.

Luz do Pai.

Onde desejo estar e me abrigar.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Serei


Serei.

Serei um dia o que sou.

Deixarei para trás tudo que almejei.

Todo o peso que conquistei.

Que me prendia ao não Eu.

Sacudirei o pó das minhas sandálias.

As sombras dos meus olhos.

As dores da minha alma.

A angústia do meu peito.

Deixarei sem remorso tudo que foi meu.

Tudo que amei.

Tudo a que me apeguei.

E levei vida após vida.

Como se fossem tesouros reais e eternos.

Abandonarei meu orgulho.

Esquecerei meu plano de grandeza.

Minha inveja maquiada.

Meu veneno.

Abandonarei o velho eu.

Quando encontrar o que procuro.

Deus.



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Caí a chuva


Cai a chuva.

Cai a chuva na estrada, na rua, na calçada.

Cai à chuva nas folhas da mangueira, nas palhas dos coqueiros, nas flores da roseira.

Cai à chuva nos morros, no barro, vira lama.

Cai à chuva no mar e se mistura.

Cai à chuva nos asfalto e o esfria.

Cai à chuva e corre para os bueiros.

Cai à chuva na rua e a alaga.

Cai à chuva no canal e ele transborda.

Cai à chuva e o céu ainda fica escuro.

Esperando nova chuva.

Enquanto troveja sua bravura.

E lança raios de aviso de perigo.

Cai a chuva e eu na rua.

Os cabelos molhados.

A roupa colada ao corpo.

O frio e o arrepio.

Os olhos sem enxergar direito.

Os sapatos entoando a canção dos sapos.

As poças d’água.

Caí à chuva e molha por fora.

Levando o suor, o calor e a poeira do dia.

Bom seria se me molhasse por dentro.

E arrastasse com sua força branda a minha agonia.

Minhas tristezas e fracassos de fantasias.

Lavando-me o coração, a mente, a alma.

E preenchendo-me de alegria.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Viajante


Viajante.

Viajante, hoje veste as roupas de doutor.
E ontem lembras?
Farrapos encobriam tuas vergonhas.

Viajante hoje teu orgulho te separa dos teus irmãos.
E ontem lembras?
Como os desejava junto para aplacar o frio das noites nas ruas.

Viajante hoje te farta em mesas cheias de iguarias.
E ontem lembras?
Que o pão mofado poderia ser tua única refeição no dia.

Viajante hoje teu orgulho não te permite falar com os necessitados.
E ontem lembras?
Era um deles em busca de ajuda.

Viajante hoje moras em uma mansão luxuosa.
E ontem lembras?
Ocupava qualquer lugar na rua como tua casa.

Viajante hoje tem riqueza, luxo e reconhecimento social.
E ontem lembras?
Era o pária de quem a maioria fugia.

Viajante hoje ocupar um lugar.
Ontem ocupava outro.
E amanhã onde estarás?

Viajante hoje, não perde a oportunidade de espalhar felicidade.
Ontem não a tinhas.
Para que tenhas amanhã a colheita do agora.