quinta-feira, 21 de julho de 2011

Recomeçar




Já não era possível carregar tanta dor comigo.

Todos tinham ido.

Estava só.

Ficaram comigo até o último centavo.

Findo esse. Comigo findaram.

Arrebataram minha casa, meus móveis, meu lar ancestral.

As fazendas, os bois, os cavalos vendidos em leilão.

O banco feito uma fera tresloucada de fome.

Não se saciou.

E nem as jóias da minha amada mãe dele escapou.

Perdi tudo.

Nada tenho.

Os amigos fogem de mim.

Como se algo fosse eu lhes pedir.

Resta-me o fim.

O rio frio.

A morte.

Atiro-me.

A água gelada faz doer meu corpo.

Ouço ao longe a voz desesperada da minha mãe morta.

Não! Filho!

Uma mão se estende em meu salvamento.

Quando da agonia da morte.

Agarro-a e me salvo.

Acordo sem ninguém.

Não há, mas, houve socorro.

Elevo os olhos para céu.

Agradeço a Deus.

E vou recomeçar a vida de novo.

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