quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Simplicidade.


Se eu pudesse...

Voltaria no tempo.

Em que largas saias usava.

Em blusa de algodão rústico branco.

E de pés descalços caminhava.

Por entre as trilhas dos matagais.

Colhendo flores silvestres para por sobre minha rústica mesa.

Fazia-o ao fim da tarde quando os trabalhos terminavam

E éramos liberados.

Corria para o lugar mais alto da ilha para os rochedos.

E ficava a ver o mar em luta ou brincadeiras com as rochas.

Algumas vezes as baleias vinha a tona com seus filhotes.

E via-lhes os esguinchos fora d’água.

O vento frio quase insuportável do começo de inverno.

Arrepiava minha pele.

Mas, eu ia lá.

O quadro que se me apresentava era inigualável.

O sol que se punha.

A escuridão que chegava.

O cheiro do mar.

A solidão que não incomodava.

A presença de Deus.

Em todo lugar.

Era completa a paz.

O silêncio do barulho.

O silêncio da mente.

Frente o poder criativo do Divino.

Podia sentir o cheiro, todos os cheiros dos campos.

Todos os lírios, todas as margaridas, todo capim quebrado.

Tudo que exalasse algum odor eu podia descriminar.

O som dos esquilos, dos ratos, dos besouros.

O bater das asas das borboletas.

Até que a lua brilhasse no céu eu ali ficava.

Anos bons, vida boa, vida simples.

Que ficou para trás.

Em vida passada que não volta mais.

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