sábado, 21 de agosto de 2010

O que levarás?

Guardastes tanto e agora?

A quem deixarás toda fortuna?

Quem receberá tua mansão?

Quem o carro importado?

Quem usará tuas roupas de encomenda?

Quem será privilegiado com teu sobrenome?

Quem dormirá em teus lençóis de seda?

Quem beberá teu champanhe?

Quem lembrará de ti com doçura?

Quem fará uma prece pela tua alma?

Quem bem falará da tua vida?

Quem terá de ti boas lembranças?

Quem sentirá tua ausência?

Quem chorará uma lágrima sentida?

Que levarás para o outro lado?

Um corpo de carne que apodrece?

Uma roupa que se dilui com o tempo?

Os sapatos de cromo que mofarão?

Um esquife de primeira?

O cordão de ouro?

O anel de doutora?

Nada que não seja teu.

Nada que não construísses interiormente.

Somente o amor que sentes.

O bem que fizestes.

Poderás levar como bagagem.

Que em nada te pesará na viagem.

Mas, ao contrário te elevará a divinas paisagens.

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