quinta-feira, 29 de julho de 2010

Criança interior



Criança interior.

Finges que não ouves meus gritos,

Tapa os ouvidos aos meus lamentos,

Cingir de ferro teus sentimentos,

Para não sentir os meus.

Insisto na minha fala, no meu discurso,

E tu te finges de surdo.

Abano em teus olhos meus pesares.

E tu fechas os cílios em pares.

Que maldade!

Mas, te espero, na noite.

Quando teu corpo adormece.

E fujo da tua fortaleza, da tua maturidade,

Desses muros criados pela aspereza, da idade,

Desses cômodos escuros de tua alma.

E eu tua criança submergida

Posso brincar nos teus sonhos

Sem ser censurada.

Livre, feliz e sem amarras.



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