quinta-feira, 13 de maio de 2010

Humana condição.


Caí de boca e joelhos

Na fria e áspera terra.

Na crua indigesta realidade.

Senti o corpo ferver, quente, alucinar

Pelo sangue nas veias a borbotar.

Pela primeira vez a dor que antes não conhecia.

Algo cruel, brutal, que me enfraquecia.

Estava vestido de ossos e pele.

Pele suja que fedia.

Já não podia ver tudo

Um pouco a frente,

Um pouco ao lado.

Nunca o que estava as minhas costas.

Eu que era Luz

Beleza,

Apuro,

Pela luta do poder e glória,

Pela não aceitação,

Da Perfeição.

Desci...

Há milênios desde então.

De anjo

A humana e duradoura aflição.

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