segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dá-me um abraço.

Dá-me um abraço.

O último.

Não te sintas culpado.

Cada qual dá do seu bocado.

Hoje parto finalmente.

Tantas vezes o pensei.

Mas, as regras, o amor, a responsabilidade, o medo

Impediram minha ida e minha ira.

Passei os anos a tua sombra.

Segurei palavras, atos, omissões.

Fiz, como tu, o que pude

Para te fazer feliz.

Não há o que perdoar.

O erro fui eu ficar.


domingo, 30 de maio de 2010

Paixão e amor.

Quando a paixão se esvai, desvanece e se despede.

Surge o amor que sustem, mantém e enobrece.

Nova relação se estabelece.

A paixão cega e estonteia.

O amor enxergar e esclarece.

A paixão magoa e esperneia.

O amor cura e acalma.

A paixão é rápida, fulminante.

O amor é calmo e compassivo.

A paixão nos leva a loucura.

O amor a atos de bravura.

A paixão é fogo.

O amor é água.

A paixão exige.

O amor doa.

A paixão por qualquer coisa nos tira do rumo.

O amor nos mostra o caminho da construção.

A paixão necessita correr.

O amor percorre lentamente o caminho do saber fazer.

A paixão é necessária para algo começar.

O amor é necessário para o algo sustentar.

Paixão é passo inicial.

Amor é passo final.

sábado, 29 de maio de 2010

Sentidos de um médium.

Vocês estão aqui.

Se não os vejo,

Os sinto.

Experimento seus medos,

Que me causam temores.

Receios que não são meus.

Posso ouvir vez ou outra, suas vozes,

Sussurros que assustam a alma

Que não consegue traduzi-los.

Meu cérebro toca o alarme da loucura

Minha psique não se acovardar.

Ela sabe...

São vocês aqui!

Descendo a escada,

Frente à porta de entrada,

Sentados em minha cama,

Perdidos.

Alguns com tanta raiva,

Tanto ódio,

De terem sido esquecidos.

De estarem sós.

Irmãos enlutados na própria morte.

Não seguiram a Luz.

E pedidos em própria dita

Mortos vivos que perambulam

Tentando esquecer a própria sorte.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Meu menino.




Onde estar o teu sorriso de menino?

Que rumo tomou teu contentamento?

Em que lugar se escondeu tua alegria?

Onde estão os teus brinquedos?

Tua pipa, teu balão.

Teu boneco João bobão.

Já não cambaleias em teus passos.

Já não temes as estradas.

Já saís as madrugas.

Escolhes tuas roupas.

Escolhes teus amigos.

Escolhes teus amores.

Decides sozinho do que gostas.

Decides os teus rumos.

Decides os teus erros.

Já não me perguntas se pode.

Já não me ouve os conselhos.

Já não te importa meu desvelo.

Contudo não te vejo feliz como dantes.

Na tua face estampas as cicatrizes da vida.

E teu sorriso não brota, como era, a todo instante.

És um senhor de respeito.

Responsável no trabalho, cheio de preocupações.

Preso a tantos grilhões.

Já não és mais meu menino.

Já não é mais pequenino.

Já crescestes para o mundo.

Porém, quando a vida te fere a fundo.

Retornas em silêncio profundo.

E no sei maternal descansa das batalhas deste mundo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Que anjo.


Que anjo ouviu meu primeiro choro,

E saciou minha fome,

Aqueceu-me no frio,

Banhou-me em mornas águas,

Adormeceu cansado junto a minha cama,

Cuidou das minhas feridas,

Segurou-me nos primeiros passos,

Ensinou-me as primeiras letras,

Acompanhou-me a primeira escola,

Dividiu comigo o primeiro amor,

Vibrou em minha formatura,

Chorou ao meu casamento,

Sentiu minha falta,

Banhou meu primeiro filho,

E mesmo eu madura,

Ora para mim como se criança ainda fosse.

És tu mãe.

Que sempre estará em meu coração.

Inesquecível figura maternal.

Doce anjo que envelheceu.

E agora quem cuida de ti sou eu.

sábado, 22 de maio de 2010

Navegas sem rumo.


Navegas sem rumo.

Navegas sem rumo.

No oceano dos teus prazeres.

Perdido na tua volúpia de vida.

Na satisfação dos teus desejos.

No divertimento sem freios.

Navegas sem rumo.

Esquecido dos que te rodeiam.

Dos apelos que lhes são enviados.

Das orações que te são endereçadas.

Das preocupações que semeias.

Navegas sem rumo.

Sem ver o tempo que passa.

Sem percebe as ameaças.

Ao teu equilíbrio.

A tua alma.

Navegas sem rumo.

Dementado pelo vicio.

Corroído pela peste.

Esquecido pelos amigos.

Sem amparo preciso.

Navegas sem rumo.

Pelas trevas que criastes.

Quando em corpo.

E finda a vida na carne


Agora curtes em lamentos.


Navegarás sem rumo.

Até sentirdes o peso das tuas faltas.

E cansado da revolta que te anima à fera interna.

Dobrar joelhos a Deus.

E pedir socorro em profunda constrição.

E o barco da tua vida

Encontrará porto seguro.

Bálsamo para tuas chagas.

Rumo para tua existência.

Pois Deus teu pai.

É puro amor e beneficência.

Jamais abandona quem lhe pede auxilio.

E nunca esquece um só dos seus filhos.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sem inimigos.


Deus ajuntou todas as águas e deu nome de mar, e ajuntou todas as graças e deu nome de Maria (São Luiz de Montfort).

”Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus.” (João Calvino, Com. Ser l’Harm. Evangelho. 20)

Firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que, tanto no parto quanto após o parto, permaneceu virgem pura e íntegra.” (Zwinglio, em ”Corpus Reformatorum”)


Creio que [Jesus] foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo concebida pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria que, tanto antes como depois de dá-lo à luz, continuou virgem pura e imaculada.” (John Wesley, fundador da Igreja Metodista, em carta dirigida a um católico em 18.07.1749)

“Maria é na cristandade inteira o mais nobre tesouro depois de Cristo, e que nunca poderemos exaltar o suficiente a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda nobreza, com sabedoria e santidade”. (Martinho Lutero) blog: catolicismosemsegredo.



Não, não lhes resistem os inimigos. Pois, nada resiste ao seu amor. (Mallika)

Ave Senhora.



Ave Maria.

Ave Senhora mãe do Cristo.

Ave senhora santíssima mulher vaso puro.

Ave senhora pela tua existência.

Ave senhora pelo seu sacrifício.

Ave senhora pela sua dor.

Ave senhora pela sua esperança.

Ave senhora dos sorrisos.

Ave senhora dos milagres.

Ave senhora da fé.

Ave senhora dos anjos.

Ave senhora que escuta os sons dos lamentos.

Ave senhora que secas lágrimas.

Ave senhora que nos assenta ao colo.

Ave senhora de nenhuma queixa.

Ave senhora de infinita bondade.

Ave senhora de infinita beleza.

Ave senhora de ilimitado amor.

Ave senhora que eternamente roga por nós.

Amém.

Santa Maria.


Dormi tarde. Hoje acordei cedo.

Ontem fiz minhas atividades com os meus irmãos de crença na ajuda aos que partiram, no entanto, ainda não encontraram a Luz. Que sem sombra de dúvida não somos nós.

Somos apenas pequenas fagulhas que a misericórdia Divina utiliza como pequenos vaga-lumes indicando, como faróis distantes, um dos caminhos.

Às sete horas ouvi a oração de purificação dos irmãos do CR e volvi meus pensamentos, a parti daí, para mãe Maria.

Que como eu você que passa a ler as próximas postagens possa receber seus eflúvios.

Assim Seja.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O samaritano hoje.



Esse texto não é de minha autoria. Navegando pelos mares da rede tive o prazer de encontrá-lo no blog: http://estoraqueextreme.blogspot.com/2010/01/parabola-do-bom-samaritano-hoje.html


E atrevi a postá-lo cá. Espero não está fazendo algo errado. Mas, o texto é uma lição e tanto para nós que estamos envolvidos com igrejas, templos, centros e esquecemos-nos de Deus. Boa leitura.


O Bom Samaritano = O Bom Travesti
E perguntaram a Jesus: “Quem é o meu próximo?”
E ele lhes contou a seguinte parábola:



Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, um garçom que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste. A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e se ganha pouco. Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: “Vá passando a carteira”. O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira. Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão.


Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um padre no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: “Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você.” Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: “Ego te absolve...” Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião.



Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um pastor evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: “Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento. Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!" O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, “aleluia!” e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma.


Uma hora depois passava por aquela rua um líder espírita que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: “Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram. Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir.” Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma.

O sol já ia alto quanto por ali passou um travesti, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos. E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido.


Terminada a estória, Jesus se voltou para seus ouvintes. Eles o olhavam com ódio. Jesus os olhou com amor e lhes perguntou: “Quem foi o próximo do homem ferido?”
Fonte:
Portas Abertas

Humana condição.


Caí de boca e joelhos

Na fria e áspera terra.

Na crua indigesta realidade.

Senti o corpo ferver, quente, alucinar

Pelo sangue nas veias a borbotar.

Pela primeira vez a dor que antes não conhecia.

Algo cruel, brutal, que me enfraquecia.

Estava vestido de ossos e pele.

Pele suja que fedia.

Já não podia ver tudo

Um pouco a frente,

Um pouco ao lado.

Nunca o que estava as minhas costas.

Eu que era Luz

Beleza,

Apuro,

Pela luta do poder e glória,

Pela não aceitação,

Da Perfeição.

Desci...

Há milênios desde então.

De anjo

A humana e duradoura aflição.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Quero te amar.


Quero te amar.

Como jamais amei algo ou alguém.

Como o amor ama o amor.

Preciso de Ti.

Como de oxigênio que estar a se afogar,

De morfina como quem perece de dores atrozes.

Busco-Te.

Como os olhos a luz,

As cores,

A beleza.

Necessito-te.

Como a criança do seio materno,

Do cinjo precioso da mãe,

Da proteção maternal.

Quero estar aos seus pés.

Feito pequeno cão de companhia,

Que segue eternamente

O dono que escolheu.

Ajuda-me,

Socorro-me,

Ampara-me

Permite,

Autoriza,

Acolhe-me.

Não me deixes sem Ti.

Pois, sem Ti não existo.

Meu pai/mãe cósmico

Cerque-me com Tua Benevolência.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Linhas de vida.

Linhas de vida.
Possivelmente ninguém as acha belas

Mas, sinceramente merecem respeito

Pelo que representam,

Por aquilo que as criaram,

As trouxeram a tona.

Não é concebida a toa.

Têm toda uma história de vida e luta.

Podem ser profundas,

Rasas,

Retas,

Tortas,

Rígidas,

Flácidas.

Contundo, quem tem compreensão

Sabe o que representam.

A perda de um amor,

O último adeus,

A memória que se foi,

O passado que não volta.

Estão estampadas em que as aceita ou não.

E mesmo quando destruídas pelo bisturi...

Parecem continuar ali

De forma indelineável,

Fantasmagórica.

É, é assim.

Não adianta fugir.

Por isso as respeito,

Espero não renegá-las,

Elas são atestados de tempo, vida, sabedoria ou aprendizagem.

Estão por todo o corpo.

Saúdo minhas, nossas, vossas rugas.
Retratos de vida.




Retratos infernais.



Fácil retratar o inferno,

Com todos os seus demônios,

Todos os seus horrores.

As dores infligidas,

As perseguições,

As inquisições.

As feridas, as pústulas abertas,

Resultantes de tantos desacertos,

Erros cometidos em milhares de inda e vindas.

Chagas alimentadas invariavelmente pelo egoísmo,

Que cultivamos, amamos, alimentamos.

Em cada ato voltado para nos beneficiar.

Assim, de vida em vida,

De morte em morte,

De nascimento, em nascimento,

Criamos mais horror.

Retornando, retornando sempre ao Hell.

Morada dos demônios que parimos.

É fácil dessa forma recordar o inferno,

Em todos os seus detalhes,

Em todos os seus círculos,

Pois, o carregamos conosco.

Adormecido, inconsciente.

Mas, lá registrado em nossas almas e mentes.

domingo, 9 de maio de 2010

Ela


Ela

Estar sempre presente,

Sempre a postos,

Difícil dizer um não

(corta seu coração).

Dar sem pedir troca,

Esconde sua mágoa em sorrisos.

Primeiro eu,

Depois, se puder, ela.

Suas orações sempre me constam,

Na sua mente eu habito

Vinte quatro horas por dia,

Sete dias por semana,

Trinta dias por mês,

Enfim, todos os momentos.

Não vê algo bonito que não me queira dar,

Capaz até de se endividar.

Perde o sono com os meus problemas,

Ora para que sejam resolvidos.

É minha ferrenha advogada,

Nos meus erros... Panos frios.

Sou sua eterna menina.

Mesmo ao meu cinqüentenário.

Por essas, e por mais um milhão de coisas,

Amo-te mãe.

Amo-te muito.

sábado, 8 de maio de 2010

Psiuuuuuuuu!


Toc, toc, toc,

Batem na porta.

Zum, zum, zum,

Zunida o besouro.

Chua, chua, chua,

Água correndo.

Tchbum.

Um grande mergulho.

Aaaah.

Que suspiro.

Rock, rock, rock,

Serra serrote.

Glub, glub, glub,

Bebe-se água.

Hummmmmmmmm,

Alguém ta pensando.

Kkkkkkkkkkkk,

Que risada boa.

Snfi, snfi, snf,

Não, não chore.

Ooooooooh,

Que espanto,

Bip, bip, bip,

Buzinas de carro,

Foooooommmmmmmmmmmmm,

Buzina de caminhão.

Tapiocaaaaaaaaa, milho verde, pipoca, frutaaaaaaaaaas,

Vendedores ambulantes.

Buuuuuuuuum,

Algo explodiu.

M....................

Palavra feia.

Crak,

Quebrou.

Aiiiiiiiiiiiiiiii,

Machucou-se.

Au, au, au.

Cão latindo.

Cocoricooooooooo,

Galo cantando.

Vrum, vrum, vrum,

Motor esquentando.

Vraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaammmmmmmmmmmmmmmm.

Liquidificado em ação.

...............................................................................................................................................................

Pssssssssssssssiu!

Silêncio!

O rei dormiu.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Teu anjo te chama.



Teu anjo te chama...

Com voz inefável,

Sem harpas,

Sem flautas,

Sem sons audíveis.

Teu anjo te chama...

Entre os sóis,

As luas,

As estrelas,

As caudas frias dos cometas.

Teu anjo te chama...

Entre nuvens de poeira,

Nos abissais buracos negros,

Abismos sem fim.

Teu anjo te chama...

Com ternura,

Com zelo,

Com docilidade,

Com bondade.

Teu anjo te chama...

Infame criatura!

Feita de pó de estrelas,

De um pequeno sopro,

De uma pequena chama,

Pequena e Divina.

Teu anjo te chama...

Para e tenta ouvi-lo.

Para que não te perca a alma,

Para que tu não te percas,

Na vil vida que levas.

Arrastando-te pelo pó

Da Terra

Maculando-a.

Teu anjo te chama...

E se não ouves

Ficaras enredado na lama,

No lodo,

Na imundice de teus insanos desejos,

Que só ver a ti

Que criam, em vida, tantos pesadelos

De inumanidade,

Morte,

Terror,

Maldade.



quinta-feira, 6 de maio de 2010

Como uma teia...




Como uma teia.

Teia de aranha que envolve sua presa,

Que adormece os sentidos da vítima,

Que não surge a visão,

Que fina e invisível envolve,

Em seu manto de morte e escuridão.

Como uma teia.

Feita aos poucos,

Delicadamente,

Sutilmente,

Que se enrosca imperceptível ao iludido,

Que pensa estar livre desse tecido,

Que o envolve como uma placenta,

Mas, não lhe traz ou assegura sua existência,

Simplesmente devora suas carnes,

Entorpece os seus sentidos,

Extermina-o da face terrena.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sem atenção...


Sem atenção...

Arlequim, palhaço, saltimbanco,

Em todos os circos presente,

Alegrando picadeiros,

Fazendo gente contente.

Iluminado rostos infantis

Com a magia do meu sorriso,

Das quedas premeditadas,

Das trombadas,

Enfim, das palhaçadas.

Não sei então porque insistem

Em me pintarem assim

Triste.

Retratando em mim o que são

Infelizes, abatidos, sorumbáticos

Seres.

Que se prendem

As nuvens negras

Da tristeza, das lágrimas, da solidão,

Sem prestarem atenção

Nas cores,

Sons,

Beleza,

Alegria,

De tudo bom que trás a vida

Para os seus corações.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

continuo...


Continuo...

Espantou-se?

Não devia.

Animais têm alma.

E vivos permanecem.

Mesmo que o corpo feneça

A vida aparente dilua-se

Minha alma também é abençoada.

Minha vida continua.

Somos criaturas do Pai

Ele de nós não esqueceu.

Morre o corpo

Fica o Eu.

domingo, 2 de maio de 2010

Anjo da saudade.


Triste anjo da saudade

Das lembranças.

Do que não foi esquecido.

Que deveria ter sido olvidado.

No negrume dos tempos abandonado.

Deslembrado.

Não te quero...

Por que vens?

Não te chamo,

Não te espero,

Não te amo.

Qual a sombra que segue os corpos

Silenciosa, rastejante, sutil,

Tu chegas.

E com teu véu tece a agonia

A melancolia, a tristeza.

De lembrar

O que eu desejo

Que minha alma esqueça.


sábado, 1 de maio de 2010

Peço a ti pão.



Peço a ti pão.

Sei que não podes me dá mais que isso.

Dê-me ao menos pão.

Não posso contar com seu abraço,

Estou suja.

Com teu sorriso,

Tens tanto problemas.

Com tua palavra amiga,

Tens tanta pressa.

Então, me dê pão...

Para saciar minha fome humana.

Já que não tens condições de saciar

Minha sede de amor.