terça-feira, 16 de março de 2010

Meu papel.


Dei a todos o que pude

Se foi pouco sinto muito

Mas, foi o que pude dar.

Não enchi sacos de moedas,

Não passei horas ao leito do irmão desconhecido,

Não visitei os apenados,

Não cobri de amor os filhos pequenos da rua,

Não matei a solidão dos velhinhos dos abrigos.

Passeia a maior parte de vida no trabalho

Na manutenção do meu lar.

Criando meus filhos para o mundo.

Apoiando meus pais envelhecidos,

Deles cuidando

Até seus desencarnes.

Era muito que fazer.

Deveria ter sempre tudo em dia

E o trabalho era maior que as horas.

Não, não sei se mereço o céu.

Mas, sei que cumpri, na Terra

O meu papel.

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