segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Nova máscara.


Quem sabe estão a minha procura?

Sem saber onde estou.

Nem mesmo quem sou.

Vestido novo, nova roupa.

Ontem malandro.

Hoje doutor.

Ontem ébano.

Hoje neve.

Ontem sutil.

Hoje carne.

Quem sabe me procuram?

Os antigos amores...

Ou os meus cobradores...

Mas, a carne encobre minha face.

Destituída do antigo formato.

Diferente por fora.

Igual por dentro.

Vou por essas estradas.

E não lamento.

Agradeço mesmo com dor

E saudade de antigas paisagens.

Por essa nova máscara.

Por essa nova imersão na carne.

Para fazer brilhar a minha luz.

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