segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Bezerra.


Por que nos chamas?

A Ti não pertencemos!

Não podemos te pertencer.

Vivemos em erro,

Nas mãos sangue,

Nos corações ódio,

Nas mentes malicia,

Nas almas vingança.

Não vês?

Não brilha nossa luz.

Somos sombras.

Entre tantas sombras que cá estão.

Perdidas na própria escuridão

Criadas por cada um dos nossos pensamentos, atos, palavras e omissões.

Não nos olhe com esses olhos de amor.

Nem estenda suas mãos que a tantos curou e ajudou.

Reconheço-te das figuras dos livros,

Das histórias de socorro aos pobres,

Da tua miséria no seio humano,

Da tua sabedoria em orientar,

De tua doação impar, infinda.

Mas, somos apenas sombras.

Vai-te Menezes!

Não estamos preparados para ti.

domingo, 29 de novembro de 2009

Quando chega a noite


Quando chega a noite

Com seus sons soturnos,

Sabe-se lá de onde oriundos

Caminham pedestres moribundos

Pelos cantos das ruas

Submundos

E a noite avança assoberbada

Com gritos, gemidos, facadas

Dos seus filhos e filhas

Por ela abandonados

Em plena madrugada.

sábado, 28 de novembro de 2009

Plantei uma rosa



Plantei uma rosa

Que não era rosa

Sim, vermelha rubra.

A cada dia esperava

Contava cada nova folha,

Cada novo galho,

Verde, tenro, frágil,

Estendendo-se para o Sol.

Tremulando ao menor vento,

Secando ao menor calor,

Sentindo, sabia, quando eu lhe faltava.

Nasceu rubra rosa rubra.

E durante algum tempo participei de sua vida.

Contudo, tão pequena

Tão ínfima,

Tão rápida.

Foi-se minha rosa,

Meu anjo,

De faces rubras,

Lábios rubros,

Que sentia, eu sabia, quando eu lhe faltava.

Minha Rosa...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Bom é...


Bom é...

Sempre estar confiante,

Pleno de contentamento,

Sempre pronto a ajudar,

Lutar por alto ideais,

Não desistir dos sonhos,

Acalentar eternamente a esperança,

Seguir fazendo o bem sem olhar a quem,

Nunca se irritar,

Jamais machucar o que quer que seja,

Não exterminar vidas,

Não magoar,

Eternamente perdoar,

Amar sem fronteiras de cor, credo, opções de vida.

Sê bom

É já não ser humano

É ser um ser angelical

No lodo terreno

Da mentira, da dor, do sofrimento, do escárnio,

Do engano, da luxuria, da desonestidade, do mal.

E mesmo assim continuar

Apesar de tudo, de todos os ferimentos

A preferir a bondade.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Bastava...


Não queria ser um demônio

Esse ser abjeto

Odiado

Temido

Assustador.

Não, não queria ser um diabo

Escuro, vermelho, escarlate

Violento, falso, ardiloso.

Não desejei ser um anjo do mau

Causando desgraças

Destruindo a Terra

Criando guerras

Assassinando crianças

Atormentando idosos

Trapaceando nos cofres públicos

Estrupando, bolinando, estripando os pequenos filhos.

Não, não desejei ser um príncipe das trevas

Odiado por todos

A culpa dos males

O causador do fim dos tempos.

Bastava-me ser humano.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Que o hoje fosse ontem


Desejo que o hoje fosse ontem

Não, o ontem, ontem.

Mas, anteontem

Transontonte.

O ontem antigo

Ontem que do qual não existe nem poeira

Ontem varrido pelo tempo

Espantado do relógio

Sem mais tic-tac, tic-tac.

Ontem

Quando eu era mais feliz

Os olhos que hoje triste fitam o ontem

Olhavam ainda com olhos de alegria

De leveza d’alma

Admiração pela vida.

Ontem se foi

E com ele levou tantas coisas de ontem

E hoje, já não como ontem

Choro, triste, a dor de cada dia.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Nada te pedi que não me deste

Nada te pedi que não me deste

Não no momento desejado

Mas, no Teu tempo.

No tempo certo.

Contudo, eu homem mutável

Já tinha esquecido o desejado

Não sendo mais um presente

E sim um atrapalho.

Estou enfim a aprender

A pedir o menos possível

A fazer minha parte com alma

Alma e amor disponível

Deixando a Ti os resultados

Que podem ser meus desejos realizados

Ou tua Sabedoria materializada.

Agradeço.


Agradeço pela escuridão, negra e espessa.

Traiçoeira e palpável.

Só assim, posso conhecer a Luz

Brilhante, infinitamente soberba.

Agradeço pela dor.

Que rasga a alma corrompe a mente, destrói o corpo.

Só assim, posso saber o que é estar bem.

Sentir saúde, vitalidade, força de vida.

Agradeço pela tristeza pesada, carregada, densa.

Que libera minhas lágrimas pérolas da minha alma.

Agradeço pelo tropeço, pelo azar, pela traição, pelo desconforto.

Agradeço por tudo que incomoda.

Pois, faz-me reconhecer

Que só em teu regato

Em tua torrente de amor

Posso descansar

Posso dormir

Posso ir

Sem sofrer.

domingo, 22 de novembro de 2009

Como colibri


Como colibri

Em bailado rápido e aparentemente insano

De flor em flor.

Um pouco do néctar da vida

Sugado delicadamente.

Como colibri

Frágil,

Pequeno,

Maravilhoso.

Num vai e vem constante

Aparecendo e desaparecendo

Como por encanto.

Quando desejo que permaneça,

Sob meu olhar amoroso,

Admirado,

Estupefato.

É tu irmã inspiração.

Para mim

Um arremedo de poetisa.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Conselhos.


Nunca dê importância a nada que não tenha real importância.

Se tomares por irreal tudo aquilo que não é eterno verás que todas as coisas são efêmeras e passageiras.

Dessa forma nada poderá te tirar dos trilhos do equilíbrio.



Sejas verdadeiro. Mesmo que isso te custe amigos. Pois, caso fossem verdadeiros amigos não te abandonariam ao primeiro sinal de não aceitação dos seus atos.
O receio ou medo é um sentimento necessário à auto preservação que tem por resultado a precaução nos atos. Contudo se o medo e o receio te privam da ação necessária abandona- os. Pois, se tornaram um entrave ao desenrolar da tua história de vida.



Aceite teu parceiro de caminhada como ele é. Saiba que não poderá mudá-lo em nada. As mudanças ocorrem de dentro para fora e nunca ao contrário.

A paz se consegue com luta. Luta interior para não ser sugado pelo egoísmo exacerbado.


Pensar em si mesmo não é um erro. Pensar só em si o é. Pois, esquecemos que vivemos interdependentes e ao colocarmo-nos acima de tudo criamos desarmonia no tecido social que irá nos afetar cedo ou tarde.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Morreu?


Passa o préstito fúnebre

Pelas ruas ainda quase escuras

De cor azul celeste

A cama que acolhe

Anuncia a morte de um anjo

Coberto de lágrimas

Acompanhados por adultos em choque

Pela revolta de quem na terra vive

Pela loucura da mãe

Pela dor do pai.

E atrás desse lúgubre cortejo

Dezenas de crianças

Lindas e perfeitas.

Outros anjos.

Fazem algazarra de felicidade.

Pelo retorno da irmã querida.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

De um para outro.

De um para outro.

Da morte todos escapam

Da passagem não.

No vazio, silencioso do limbo nada existe

Nas diversas moradas do Pai a vida pulula.

Nas grutas infernais, no abismo, no umbral abre-se o caminho de passagem

Para paisagens de belezas impares.

Da dor, do desespero, da loucura, do mal

Nasce o arrependimento.

Que eleva a alma do lodo fétido da consciência intranqüila

A Paz Divina do Celeste Pai.


Maria Ave!


Maria Ave!

Na solidão

Preenche meu coração

Pulsa minha emoção

Desaparece com minhas ilusões.

No desespero

Tua mão

Pousa sobre minha mente

Acalma o mar revolto dos pensamentos

Afastas as rochas dos impedimentos.

No frio desespero

Cobre-me com teu manto

Aquece-me

Conforta-me.

Faz-me te amar

Cada dia mais

Teus cândidos olhos

Teu sorriso perfeito

Tuas finas mãos

Teus pés descalços que pisam a serpente

Teu coração Imaculado.

Ave Maria!

Ora pro nobis!



terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ave Maria

Ave Maria

Que doa sua vida aos filhos.

Ave Maria dos regatos.

Ave Maria

Em simplicidade de vida

E poucos desejos.

Em cheia de amores

Espalhando-o por onde passam.

De boca magnífica

Que ora

Na hora dos Ângelus.

Ave Maria

Das Graças que se doa...

Do Socorro que supre...

Da Concepção que cria um lugar melhor...

Do Auxilio que ajuda...

Da Paz que tranqüiliza...

Das Dores que santifica...

Ave Maria

Ora pro nobis!

domingo, 15 de novembro de 2009

Não me jogues a primeira pedra.


Não me jogues a primeira pedra

Não atires a lama que suja

Não fales do que realmente não sabes

Não dê ouvidos a todas as palavras

Palavras podem ser vãs

Mentiras

Malogros

Enganos

Falsidades

E terás tua alma embotada em tua Luz

Pela falsa crença no que não foi

No que não aconteceu

No que não houve

No que pensaram que se deu

E em tua ânsia de falar

Sem meditar no que dizes

Condenarás a mim e a ti

As dores que poderiam ter sido inexistentes

sábado, 7 de novembro de 2009

Engana-te


Engana-te

Realmente aqui não vim para isso

Não te tiro o que é teu

Tua colheita ti pertence

Em cada grão, caule e folha.

Não gostas dos resultados?

Nada posso fazer

A não ser esperar tua próxima

Semeadura

Com certeza escolheras melhor os grãos:

Verdade ao invés de mentira,

Apoio ao invés de censura,

Proteção ao invés de abandono,

Cuidado ao invés de descuidos,

Paciência ao invés de intolerância,

Amor ao invés de ódio.

Não te enganes

Minha cruz, minha vida, minha morte,

Foi só para te mostrar o caminho

Não te obrigo a segui-lo

Só te espero um dia.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mãe Divina.


Mãe Divina.
Mãe Divina estende tuas mãos sobre nossos opróbrios.

Que a Tua Luz ilumine esses corações que sagram de remorsos.

Piedade Virgem Santíssima por todos aqueles que esquecidos dos ensinamentos do vosso filho,

Dos seus tormento e dores

Passaram a vida no mundo imaginário dos prazeres.

Apieda-te Senhora de todos nós.

Que rogamos, suplicamos a Tua ajuda para minorar nossos sofrimentos.

Rogue por nós Senhora Mãe de Deus.

(Psicografado)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Se eu ouvisse as vozes dos anjos

Se eu ouvisse as vozes dos anjos
O que me diriam?

Pediriam algo
Que me fosse impossível realizar?
Como ser perfeito.

Se eu ouvisse as vozes dos anjos
O que me diriam?

Que sou responsável
Por mim, pelos outros, pela Terra?
Por tudo que cruza a minha vida.

Se eu ouvisse as vozes dos anjos
O que me diriam?

Felicitariam minha caminhada
Em busca de mim mesmo?
Mesmo sem ter me encontrado.

Se eu ouvisse as vozes dos anjos
O que me diriam?

Que meus segredos mais bem guardados
São jóias de vidro.
No baú de Deus.

Se eu ouvisse as vozes dos anjos
O que me diriam?

Possivelmente enlouqueceria
E voaria sem asas
Nos recantos da alma.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu Homem.


Eu Homem.

Que brilhe a Tua Luz em mim.

Que Teu acorde sublime todo o meu ser.

Que seja o encanto da minha existência.

Que não me pese os pecados pelo Teu perdão.

Que minha fúria odiosa não te aflija o peito.

Que meus maus feitos não te crave outros cravos.

Que de joelhos, eu homem, aos pés da tua cruz

Peça-te perdão.

(28.07.2009. Sem identificação espiritual. Psicografia).