domingo, 4 de outubro de 2009

Morri


Morri

Entre as sedas de frança.

Junto ao vinho do porto.

O queijo suíço.

As águas de Veneza e suas gôndolas.

O azul da velha Europa.

O pijama de fio egípcio.

Cercado de empregados

Dos melhores médicos.

Sem que me faltasse um só comprimido.

Uma só droga que não conseguia mais deter a dor.

Entre rostos sisudos, sérios, distantes.

Entre pessoas da alta sociedade.

Contudo sem um sorriso amigo.

Um agradecimento sincero.

Uma lágrima verdadeira.

Uma mão amiga sobre a minha.

Quão seca foi a minha semeadura nessa vida.

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