quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Quando o amor...


Quando o amor

Faz-nos sofrer

Dói

Amarga

Estanca o prazer da vida

Enjaula na solidão

Acaba com a paz

Enlouquece

Retira de nós a felicidade

Abandona-nos

Destrói-nos

Destrona-nos dos sonhos

Não era amor

Era ilusão

Dos solitários.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Bate à tua porta o passado


Bate à tua porta o passado

Com todos os sonhos que tivestes

Cheio de esperanças esquecidas

Repleto de alegrias

Gente que foi embora há tanto

Retornando gentil e sorridente

Com mãos cheias de presentes

Desaparece a saudade

Renasce o viver de novo

O que não pode ser realizado

O que não foi dito

O que se deixou por fazer

O arrependimento de não ter concretizado

Os desejos, os anseios, as aspirações

Enche-te de coragem e vai

Chama-te a vida

Talvez tua última oportunidade

De seres o que queres ser.

domingo, 25 de outubro de 2009

Que seja um


Que seja um

Em meio aos tijolos

Aos muros

As portas fechadas

Junto aos portões encadeados

Com todas as luzes acesas

No centro do medo

Do desespero e da dor

Olhando a morte de tantos

Que seja um

Apenas um levantando uma bandeira

Branca de paz

Será como árvore

Que entre caules e folhas

Dará frutos.

Seja um.

sábado, 24 de outubro de 2009

Ante a dor


Ante a dor

Posso estancar o passar

Silenciar o riso

Baixar os olhos

Criar barreiras

Impedir novos amores

Estancar minha humanidade

Rasgar o peito

Ranger os dentes

Ou

Liberta a dor

Liberar minha alma

E retomar a caminhada.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Doce e fulgente Luz Divina




Doce e fulgente Luz Divina

Apoio dos esquecidos dos Caminhos, escada dos que buscam a ascensão, clareando, retirando, limpando com ferro ou fogo, dor e amor a alma amargurada e enlutada pela lama da vida.

Tu és Àquele que segura o cajado e nos aponta o norte.

O farol que corta a cerrada neblina do desespero e da amargura criada por nós e contra os outros, contra a nossa essência.

És Tu o portada da Boa Nova, o que ensinaste não foi jogado à poeira do tempo, não foi e não será nunca esquecido.

Ah! Meu doce rabi que tuas sandálias possam de novo percorrer nossa terra e teus olhos nos tragam a esperança da liberdade, de todos os males que causamos.

Recebe-me Senhor em teus braços.

Esquece, perdoa minhas falhas.

O espinho que cravei em sua testa, tua coroa de espinhos, meu inferno.

Psicografado em 11.08.2009.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Grilhões.


Grilhões.

Que grilhões te prendem à carne?

Que te ferem e não te importas?

Que prazeres tão desejáveis te acoplam nesta crosta?

O amo que humanamente se dissipa, que finda, que passa velozmente?

O apego aos bens que o tempo corrói e tudo extermina?

O gozo da vida humana que destrói pouco a pouco, o corpo de carne?

Reparas nas estrelas no céu

Que mesmo mortas ainda brilham.

Seja como elas.

Quando o teu corpo fenecer, tua luz seja o luminar para tantos outros.

Que ainda perecem da ilusão da felicidade perfeita

No mundo das imperfeições.

(26.05.2009. Sem identificação espiritual. Psicografia).

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Flor Cipreste.


Flor Cipreste.

Qual flor cipreste em alto monte

Branca, alva, deslumbrante

Rica em odor inebriante

Pequena perola ou diamante

Balança ao vento uivante

Frágeis pétalas oscilantes aberta ao Sol

A chuva escassa ou abundante

Resiste às intempéries da vida causticante

Assim, é alma do ser errante

De planeta em planeta

Jornada desgastante

Do mal que cria do bem que faz

Temendo um julgamento inexistente, ineficaz

De um Deus medonho um incapaz

Sem saber a verdade que satisfaz

Deus é só amor

Não culpa, não julga só ama demais.

*Canalizado em 19/10/2009.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Dama azul


Dama azul

Gira eternamente

Entre os holofotes estrelares

Trás em si vida palpitante

Filhos e filhas

Que mantêm há tanto tempo

E a que a consomem.

Já não é mais uma jovem

Contudo carrega consigo a beleza das balzaquianas.

Seu corpo ainda atrai

Sua dança ainda conquista

À sua visão viajantes param diante de sua beleza.

Outras damas e cavalheiros

No baile do universo estão

Mas, só tu em azul

Está em meu coração.

domingo, 18 de outubro de 2009

Juro.


Juro.

Juro que é meu último apelo.

Nada mais farei.

Nem por mim, nem por ti.


Esforcei-me, trabalhei, cansei.

E até agora realmente nada sei.


Os mistérios preenchem minha mente.

A miséria do mundo minha alma.

Tua dor a minha dor.


Já cansei.

Desisto ou não desisto.


Sou carvalho ou bambu?

De uma coisa sei

Quão pequena é minha fé

Em Ti Senhor meu Rei
.

sábado, 17 de outubro de 2009

Sedex para Deus.



Sedex para Deus.

Santo anjo

Diz ao meu Senhor

Que cá estou em dor.

Que não ouviu Ele meu clamor.

Nem por fax, sedex, E-mail o contatei.

E agora não sei.

Como fazer para ser ouvido

Quem sabe com tua corneta de ouro

Anuncie o meu recado.

Que seca está a ficar minha casa,

Que meus irmãos se matam,

Que a fome impera,

Que não se dá só se toma,

A brutalidade impera,

A corrupção campeia,

E em meio a tudo isso

As viúvas e crianças, de Jesus, pranteiam.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Que faço?


Que faço?


Por que não sei oferece flores?

E meu sorriso não alegra ao outro?

E minhas mãos são geladas ao toque?

E não trago prazer a lugar algum?

Que faço para ser amada?

Ser eu embrutecida, dementada,

Ou fingir que sou flor matutina, frágil, delicada?

Quem me descobrirá a trama?

Talvez ninguém nunca.

Caso descubram o que será de mim?

Solidão sem fim?

Que faço para ser amada?

Amo também a ti?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Corra, corra, corra.


Corra, corra, corra.


Não pare,

Só corra.

Se parar...

Não ouça.

Se ouvir...

Não sinta...

Se sentir...

Endureça...

Se tocar teu coração...

Esqueça!

Não abra a mão

Do seu tempo precioso,

Do horário de trabalho,

Da sua solicitude com o chefe.

Corra.

Não socorra.

Não olhe.

Não pare para ver.

Seu filho

Entre as ferragens de um carro

A sofrer.

domingo, 11 de outubro de 2009

Estou em paz.


Estou em paz.

Reconheci meus erros,

Paguei minhas contas,

Resolvi meus problemas,

Perdoei os desafetos,

Aos inimigos meu pedido de perdão,

Disse a todos, que me acompanham o quanto os amos,

Soltei os cães no jardim,

Podei as flores murchas,

De uma vida de pouco sentido,

Sentei a mesa com a família

E agradeci ao Pai

Por estar vivo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Quem poderia?


Quem poderia?

Tirar-me do fosso?

Que cavei tão profundo.

Onde colhi e coloquei todas as dores do mundo?

Quem poderia estender-me a mão?

Estática, imunda, seca do mal.

De todo mal que fiz.

Estendida há séculos, paralitica, senil.

Quem poderia falar

A ou meus ouvido mudos

Ocos de sons

Cheios de gritos, sussurros, malicia.

Tapados as palavras sãs.

Quem faria essa boca sorri

Nem que fosse um esgar

Uma paródia de sorriso

Um rachar de lábios.

Quem poderia me socorrer

Das paredes que fiz tão forte

E em círculos prendi-me no tempo

Em cada ato escandaloso e vil.

Tu que me ouves poderias?

Ou nem acreditas que ainda existo?

Num lugar lúgubre

Criado pela minha própria maldade

Habitado pelos meus iguais.

Em covas e abismos.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Asas de anjo


Asas de anjo

Abre-te.

Envolve-me.

Desce comigo a profundeza de meus abismos.

Sente o fel da minha alma.

Deleita-se com meus prazeres.

Afunda teus olhos em minhas chagas.

Choras comigo.

Como ser pequeno ser tão velho?

Temes pela minha sanidade,

Pela minha vida,

Pela noite que escura se aproxima,

Pelos meus olhos que vê o mal,

Que vê como os homens afastam-se,

E todos me temem ou odeiam.

Estabeleces comigo um contato

Cantas uma canção de ninar.

Daquelas que só anjos e mães sabem cantar.

Enquanto me arrumo pra dormi na calçada

Velas por mim

Meu anjo guardião.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pai Nosso.

Pai Nosso.


Por que não estendes a mão

Doas o pão

Ele é nosso

Não só teu.

A cada dia que temos é hoje

Ontem não mais existe

Amanhã Deus dará

Ou não.

Perdoas as ofensas recebidas

Para as que fizessem também possam ser anuladas.

Não temas

Pois, não terás inimigos

Quando segues os ensinamentos do Pai.


domingo, 4 de outubro de 2009

Morri


Morri

Entre as sedas de frança.

Junto ao vinho do porto.

O queijo suíço.

As águas de Veneza e suas gôndolas.

O azul da velha Europa.

O pijama de fio egípcio.

Cercado de empregados

Dos melhores médicos.

Sem que me faltasse um só comprimido.

Uma só droga que não conseguia mais deter a dor.

Entre rostos sisudos, sérios, distantes.

Entre pessoas da alta sociedade.

Contudo sem um sorriso amigo.

Um agradecimento sincero.

Uma lágrima verdadeira.

Uma mão amiga sobre a minha.

Quão seca foi a minha semeadura nessa vida.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Obrigado Senhor


Obrigado Senhor

Pelo pão à mesa

Que não divido.

Pela roupa nova

Que guardo junto a tantas outras.

Pela saúde

Que desperdiço.

Pela alegria

Que não reparto.

Pelas conquistas

Que para mim guardo.

Pela abundância financeira que não divido.

Pelo Teu amor infinito

Que guardo comigo.

E fico só

Sem parceiros, sem amigos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A cada desencanto


A cada desencanto

Um ferimento

Um profundo sentimento

De dor.

A cada desencanto

Inicio de tormento

Lixo mental em processamento

Emoção em degeneramento.

Em cada desencanto

Um sonho a menos

Um sorriso não dado

Uma lágrima escorrendo.

Em cada desencanto

Uma revelação

Um fundo corte no coração

Esvaziando a paixão.