quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Que um poeta atenda meu pedido

Que um poeta atenda meu pedido

E ouça minha oração

Sopre ao meu ouvido palavras de encanto

Que toque a todo coração sofrido.

Que as almas que lêem suas palavras se tornem leve

E possam volitar em seu Universo interno

Ver que de Luz são feitas

E aceitar suas sombras com amor.

Que cada palavra seja um curativo

Um sana dor especifico

Trazendo de volta ao ser o que lhe é mais preciso

A paz consigo.




terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pela manhã


Pela manhã


Mesmo durante o dia está a Lua ao céu

De brilho pouco e pouca lua

Ela está lá

Como a marcar encontro com o rei solar.

Sua beleza parece ofuscada pelo brilho imenso do astro rei.

Contudo, tranqüila termina seu passeio entre as nuvens.

Não a incomoda o brilho imperioso

Frente a escuridão que traz consigo

Aproveita a luz amiga

E redonda rola feliz

Entre novas nuvens brancas azuladas

Feito colchões

Criados para ela adormece

Depois de uma noite estrelada.

Não sem antes ver o rei Sol

Dobrar-se e lhe aquecer.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A senhora

A senhora

_ Não a conheço senhora.

_ Claro que sim querida.

_ Por que me chama de querida se nunca a vi. Só agora.

_ Mas, eu te vi crescer.

_ Como se nunca a percebi nada me lembro da senhora?

_ Eu sempre estive aqui.

E apontou para o centro do meu coração.

_ como assim?

_ Junto com o tempo. Fui me formando.
Em cada sorriso, que marcava os cantos de tua boca.
Quando então fechava os olhos e surgiam as pequenas rugas ao seu redor.
Quando o Sol queimava tua pele e te manchava a curtis.
Ou franzias o cenho a não ser ouvida.
Dentro de cada célula que não se renova como antigamente.
E vieram os cabelos brancos.
O amarelar dos dentes.
O andar mais lerdo.
As “dores nos osso”
A visão curta.
O cansaço com mais facilidade.
E aos pouco me instalei e você não notou que chequei.
_ Oh! Quanto perdi!
_ E quanto ganhastes. Em sabedoria, em lembranças, em vida vivida, em ganhos, em hoje ajudar mais que ontem.
_ Mas, não será sempre assim. Um dia ficarei decrépita e imprestável.
_ Então, teu Pai, que tudo sabe e vê, justiça perfeita de fará descansar em seus braços e renovará todo o seu ser. Concedendo-te uma nova vida.

domingo, 27 de setembro de 2009

Um rato

Um rato

Passou por trás do fogão

Escondeu-se sob o forno.

Aquietou-se para não ser percebido.

Não era assim, um raaaaaaaaaato!

Uma catita.

De olhos cativantes, vivos, inquiridores.

De focinho que mexia a cheirar o mundo.

Incluindo a mim.

Com pelo brilhante

Negro como noite sem lua

Liso como tinta liquida.

Na verdade um lindo rato.

Fora a cauda descabelada

Seria um maravilhoso bicho de estimação.

Mas...

Veio a isca

Veio a fome

Veio a janta

Veio a morte

Veio a compaixão

Pelo pequeno rato

Que como eu

Era mais um ser de criação.

Margarida


Margarida

Margarida e suas flores

Lá vai Margarida e seu cesto de flores

Cestos de rosas, sempre viva, mil amores

Lá vai Margarida embotando o ar de cores

De suas flores

De seus lábios rubros

De seus azuis olhares.

De longos cabelos.

Lá vai Margarida impregnando o ar de odores

De suas flores

Rosas vermelhas, brancas, amarelas

Lírios

Cravos

Cheiro de pele nova.

Cabelo lavado.

Lá vai Margarida pelas estradas

Cheia de flores

Flores como Margarida

Cheia de sonhos de amores.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Concede-me


Concede-me

Mais um desafio para fortalecer-me

Outro ataque para firmar minhas defesas.

Uma nova maledicência para dar silêncio como resposta.

Outra incompreensão para exercitar minha tranqüilidade.

Muitos julgamentos para reconhecer-me neles.

Falsos testemunhos para crer que por Ti virá à verdade.

Caminhos tortuosos para encontrar as boas veredas.

Tristezas para Tu me consolares.

Inimigos para conquistar com amor.

Dar Senhor o que realmente necessito.

Para ser um humano e mais tarde divino.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Percebas


Percebas


Não te moleste

A zombaria alheia

A dor do orgulho ferido

O fogo da inveja

A língua dos maledicentes

Os ataques inconseqüentes

As palavras ásperas

Os julgamentos

Os destemperos

As comparações

Pois, tens em ti tudo isso

E os usa sem nem perceberes

No jogo da vida.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Em meio


Em meio

Em meio a gritos... Seja o silêncio.

Em meio ao desespero... Seja a calma.

Em meio à tristeza... Seja a alegria.

Em meio à mentira... Seja a verdade.

Em meio à autocomiseração... Seja a esperança.

Em meio à dor... Seja o lenitivo.

Em meio à loucura... Seja o equilíbrio.

Em meio à displicência... Seja a competência.

Em meio à desconfiança... Seja a fé.

Em meio às trevas... Seja a luz.

Dada a ti por teu Pai.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cajado.

Cajado.

Fenda Senhor com teu cajado

A fronte calejada do teu servo.

Para que a luz da sabedoria penetre

Onde a luz da ciência não consegue chega.

Fenda Senhor com teu cajado

O coração inquieto do teu servo

Que não aceita as provações e dores.

Para que as compreendas não como castigo

E sim, como possibilidades de conquistas.

Fenda Senhor com teu cajado

Os pensamentos insanos

De grandeza, orgulho, opulência, egoísmo

Do teu servo.

Para que eles estilhaçados pela Tua força amorosa

Reflita qual miríade de espelhos Teu amor.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ah! Vida...

Ah! Vida...


Esqueço no leito

Entre os lençóis e travesseiros

Na maciez do colchão

A vida.

Entre o inicio da escuridão

O fechar dos olhos

As últimas respirações sentidas

O bater compassado e tranqüilo do coração

Esqueço a vida.

No silêncio do primeiro sono

No não existir

No não ser das primeiras horas

Esqueço a vida

Até que ela em meio aos sonhos

Vêem-me

Dilatada, abusiva, colorida, em hieróglifos

Cheia de mistérios em mensagens quase indecifráveis

Mostrando que continuo

Aqui e lá

Em seu seio palpitante

Ah! Vida.


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Promessa.

Promessa.


Eu tive sonho

Nele morria.

Meu corpo na rua

Não mais respirava

Não mais vivia.

Minha irmã aos meus pés

Chorava e sofria.

Eu acima dela e de mim

Pedia, suplicava não chores assim.

Deixa-me ir.

Era noite e as estrelas me chamavam.

Imensa minha vontade de ir.

A consciência ainda apegada aflita lembrava:

O choro da irmã querida, o filho que de mim ainda precisava.

Enquanto eu implorava deixa-me ir.

Até que de ti lembrei mãe querida

Da minha promessa de não ir antes de ti

E voltei.

Abandonando o sentimento de vida e imensidão,

Liberdade em plenitude.

Para as dores da vida então.


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ainda me amas?

Ainda me amas?

Pelo pão que não ofertei,

Pelo perdão que não dei,

Pela caridade que não exerci,

Pela confiança que traí,

Pelas mentiras que falei,

Pelas faltas que tive,

Pelo orgulho que nutri,

Pelo ódio que senti,

Pelos dissabores que espalhei,

Pelos golpes que dei,

Pelos maus tratos que afligi,

Pelo escárnio que usei,

Pelas humilhações que causei,

Pela moeda que escondi,

Por toda dor que originei,

Pelas intrigas que instiguei,

Pela maledicência que divulguei,

Pelas maldades que armei,

Pelas almas que amaldiçoei,

Por todo mal que criei pela minha ignorância,

Ainda me amas Senhor?


domingo, 6 de setembro de 2009

Idas e vindas.


Partidas.


O que me diziam teus olhos quando eu partia?

Teu choramingar tristes?

Quase um uivo?

Tuas “mãos” a segurar as grades do portão

Como quem diz: não me deixes.

Teu olhar a me seguir onde estivesse.

Tua guarda como asas de anjo.

Tua cabeça em meu colo era tua felicidade.

Nossas brincadeiras.

Você sempre me ouvindo as queixas, os choros, os sonhos.

Hoje sou eu que te procuro

Procuro e não te encontro.

Busco na memória tua forma.

Teus carinhos.

Teus beijos.

Teu olhar terno.

Partiste para sempre

Eu que sempre partia fiquei.

Não te esqueci amigo.

sábado, 5 de setembro de 2009

Orando.


Dificilmente durmo sem orar. Mas, não pense que o faço como a maioria das pessoas, rs. Tenho um monte de folhas com orações para Perdão aos Antepassados, Oração do Perdão, A Grande Invocação, A Cruz de Caravaca (com uma centena de orações e novenas), o Mantra da Alma, Ho’oponopono, Om, Sai Ram, Ave Maria, Oração ao Anjo da Guarda e outras.

Trago no meu quarto de “rezar”, como meu filho o batizou o Terço (dois na verdade), três diferentes Malas, sem contar meus próprios dedos que utilizo para contar as orações e mantras.

E foi por causa de um mantra, que relembrei há pouco e que me deixou muito feliz, que cá estou escrevendo. Para dividir com vocês esse pedido a Divindade do nosso coração. Você pode pronunciá-lo nove vezes, vinte e uma vezes, cento e oito vezes, mil e oitocentas vezes. Sendo preenchido pelo contentamento amplo da Luz.

“QUE TODOS OS SERES DE TODOS OS MUNDOS SEJAM FELIZES”.

Um desejo simples que transformaria todo o Universo em paraíso.


Bênçãos.

Menina, mulher, anciã.

Poesia de menina mulher.

Sonhos de menina mulher.

Verdades de menina mulher.

Paixão de menina mulher.

Vivência de menina mulher.

Prazer de menina mulher.

Sorrisos de menina mulher.

Alegrias de menina mulher.

Tempo de menina mulher.

Fim dos tempos de menina mulher.
Só mulher.

Mulher só.

Mulher sem sonhos.

Mulher sem verdades imutáveis.

Mulher sem vida de mulher.

Mulher sem prazer.

Mulher sem alegria.

Fim dos tempos de mulher.



Anciã.

Calada.

Carrancuda.

Carcomida.

Cansada.

Mulher.

Morta.

Morta


Viva.



sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Bambu.


Vergo-me

Mas, não quebro.

Dobro-me

Mas, não arrebento.

Sigo o vento

E aproveito.

Não posso fazer todos os movimentos desejados

Mas, visualizo todos os quadrantes.

Estou em cima do muro

Até que minha consciência decida descer.

Então, lutarei pelo que quero

Depois de ter sido espicaçada

Dobrada

Manobrada

Triturada

Mas, não morta.

E o que não mata...

Fortalece.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Meu amor é diferente


Meu amor é diferente

Não é igual à maioria da gente

Não é aceito completamente

Meu amor... Ah! É diferente

Escandaliza alguns

Outros nem o presentem

Escondo meu amor diferente

Por trás de um cabelo curto

Uma voz rouca e forte

Um tom de comando

Passos firme

Corpo rígido

Sem cor

Enquanto prefiro o rosa

Meu amor é diferente

Diferente de tanta gente

E tu Senhor se espanta?

Julga-me?

Condena-me?

Espanca-me?

Ou compreende o que sou.

Portador de um grande amor.

Só que diferente...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Você morreu


Você morreu

Morreu há tanto tempo

Num passado embotado

Semi-apagado da memória.

Mas, te busco inconsciente

E voltas constantemente em meus sonhos.

Mas, você morreu.

Morreu com minha juventude

Com meus tenros sonhos

De ser feliz

Simples e feliz.

Por que insiste minha alma em te buscar?

Nesse novelo de pó

Em que realmente não existes

Desistisses de nós

Esquecesse de mim

Do que fomos

Do que poderíamos ter sido.

Separou-nos o destino

Nossos atos e escolhas

Mas, tu sempre vens

E aumentas minha dor

Porque sonho como poderia ter sido

E não foi.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Estou só


Estou só

Oh! Pai como me sinto só.

Em meio a multidão e só.

A esperança da plenitude abandonou-me.

Sonhos humanos que desaguaram na solidão.

Sinto-me só.

Única nesta vida.

Sem uma raiz.

Pequena flor em vendaval.

Barco de papel em regato.

Nuvem em dia de Sol e vento.

Só.

Tantos e eu só.

Tantos só como eu.

Oh! Meu Pai estou só.

Preenche-me,

De Ti.

Transborda em mim.

Completa-me.

Pois, só Tu, só Tu,

Findaria eternamente essa solidão tão humana.