segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Brotam


Brotam

Do coração do soldado ensandecido... Sangue.

Do coração do malfeitor... engano.

Do coração do mau político... corrupção.

Do coração do viciado... fragilidade.

Do coração do traficante... Maldade.

Do coração dos desonestos... Ansiedade.

Do coração do solitário... Saudades.

Do coração do aliciador... Remorsos.

Do coração dos destituídos... Revolta.

Do coração dos enganadores... Mentiras.

Do coração dos que traem... Culpa.

Dos corações dos trevosos... Agonia.

Do coração de Deus... Perdão.

domingo, 30 de agosto de 2009

Receio.

Receio.


Tenho medo

De errar e me dá mal.

Não acertar o caminho.

Perde-me por pouco.

Ser tentada e cair por muito.

Que dores me desesperem.

Que a felicidade me condene a não vê.

Não vê a vida que me rodeia,

Não vê a dor alheia.

Ainda tenho medo.

De não ter o esclarecimento necessário

O conhecimento preciso

Para agir como cristão

Budista

Taoísta

Umbandista

Confucionista

Espiritista

Espiritualista

Universalista

Enfim, não me comporta como verdadeiro irmão

De todo que me chega, bate a minha porta

Procurando conforto, paz, alivio para suas dores e solidão.


sábado, 29 de agosto de 2009

Fases.


Fases.


Jesus no ventre de Maria – bondade.

Jesus na lapinha – humildade.

Jesus criança – felicidade.

Jesus menino – aprendizagem.

Jesus carpinteiro – humanidade.

Jesus com os doutores – superioridade.

Jesus como Mestre – amorosidade.

Jesus abandonado – fatalidade.

Jesus crucificado – pura maldade.

Jesus ressuscitado – plenitude e liberdade.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ofereço.


Ofereço.

Ofereço flores

Flores de otimismo

Otimismo em cores

Cores mil

Mil vermelhos, azuis, violeta, rosas, anil

Anil escuro

Escuro como a noite

Noite em todas as flores

Flores e espinhos

Receba os espinhos

Espinhos e flores andam juntos

Juntos as flores os espinhos dão a conhecer

Conhecer a beleza, o perfume, a maciez, a fragilidade, a temporalidade

Temporalidade das flores em nossas vidas.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pássaros livres.


Pássaros livres.


Não fujas

Não temas

Não sou teu juiz

Não sou teu carrasco

Não te condenarei

Nem poderei te perdoar

Não serei tuas correntes

Nem suas algemas

Caminharei contigo o quanto puder

Quando não mais

Descansarei

E tu poderás seguir em frente

Enquanto vejo tua silhueta a se afasta

Lágrimas rolarão em minha face

Mas, assim é o destino, a vida, o plano natural

Ficam os pais

Vão-se os filhos

Aves que aprendem a voar

Cada vez mais alto

Cada vez mais longe

Do ninho.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Procurando a Perfeição.

Procurando a Perfeição.


Há muitas eras procuro a perfeição.

Mas, até agora não encontrei.

Indaguei a muitos, muitos me mostraram caminhos

Que não me levaram a ela.

Já faz tanto tempo...

Mas, ainda a desejo.

Pode estar velhinha,

Cansada,

Deprimida,

Escondida,

Amuada,

Abandonada,

Marcada pela vida,

Desgastada com o rolar dos anos,

Senil,

Esquecida de si nos outros.

Pelos outros esquecida.

E você?

A viu?

Ou também andas a sua procura?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Multiplique.



Uma lágrima

Uma gota de suor

Uma só palavra

Um sorriso

Uma prece

Uma esmola

Uma doação

Uma semente de amor

Pode mudar tantas coisas

Alegrar a tantos

Acudir a tantos

Saciar fome de alguns

Amenizar ao menos um sofredor.

Multiplique esses atos

Por cem

Por mil

Por milhões

Por bilhões

E a Terra de prova e expiação

Tornar-se-á o céu então.


domingo, 23 de agosto de 2009

Pacto.

O que te corrói a mim também corrói.

O que te destrói a mim também destrói.

O que te dói a mim também dói.

Viestes antes.

Mas, antes do antes decidimos juntas dividir

Todas as dores, todas as falhas, todas as tolices, toda solidão.

Dividimos nossa permanência nas nossas tocas.

Tocando nossas crias.

Perdoando os mesmos erros.

Amando sem ser amada.

E postergando o fim do amor.

Dividimos as doenças, o cansaço, a profissão, a depressão.

Dividimos a tolice de tentar ser melhor.

De errar menos.

De julgar menos.

De falar menos.

De atirar à pedra.

E ver o cisco no olho do irmão.

Dividimos corpos parecidos.

Defeitos e qualidades.

Dividimos um amor seco.

Sem abraços, sem carinhos, sem doçuras.

Um amor prático.

Apto e pronto a socorrer.

Ao menor sinal de fraqueza.

Esse foi nosso pacto.

Esse é nosso amor.

sábado, 22 de agosto de 2009

Onde está minha alegria?


Onde está minha alegria?

Sorrias quando eu sorria.

Onde está minha alegria?

Em que lugar tu adormeceste?

E te esqueci por tanto tempo.

Hoje te procuro e não acho.

Onde está minha alegria?

Que já não me enche o peito de bonança.

Meus olhos de luz,

Meu corpo de energia.

Desistisses de mim?

Esquecestes de mim?

Desamparastes meu coração?

Não te encontro em nenhum lugar.

Já corri o mundo.

Cada vilarejo, cidade, estado, país.

Nada...

Não te encontro nem no outro

Brincando de esconde, esconde.

Talvez tenhas morrido em mim

De fome

Fome de amor

Fome de ternura

Fome de risadas

Fome de se alegrar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Anseio


Anseio

Pela Tua Luz

Expulsando as trevas do meu paraíso

Pintando de azul e rosa

O céu da minha boca em sorriso.

Transformando meus dedos em galhos verdes

As unhas em flores mil.

Minhas palavras em ventos suaves

Meu olhar em água cristalina

Banhando a terra seca e ferida.

Meus pés em raízes gigantes

Sustentando a vida.

Tornando-me árvore que dá frutos

Que sombreia caminhos para viajantes

Repouso para os cansados.

Só tua Luz

Transformaria a figueira seca e fria

Em vida palpitante

Alegria.



quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A não ser Tu.


Amei

Como pode amar um homem,

Como pode amar uma mulher,

Amei profundamente,

Em cada célula do meu corpo,

No sangue que corria nas veias,

Tu estavas.

Amei.

Cada momento,

Em meu pensamento o teu corpo divino,

Teu resplendor,

Tuas palavras,

Amei teu amor,

Sem nada me pedir,

Só que me perdesse em ti.

Amei.

Mesmo no fim,

No momento de agonia,

Nos cravos e espinhos,

Amei-te ainda mais e mais,

Ninguém a não ser Tu,

Desse ato de abandono,

Seria capaz.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Humanos.


Na minha alma moram todos esses monstros

Que atacam a qualquer hora

Qualquer um.

São os que estrupam crianças,

Batem em idosos,

Queimam seus filhos,

Matam seus pais,

Incendeiam mendigos.

Todos, todos estão aqui comigo.

Fazendo parte dessa realidade bruta

Dessa vida desconexa

Dessa dor de ser “humano”.

Serão tão humanos como eu?

Posso considerar-me humano?

Frente ao espelho da consciência,

Frente a Verdade,

Frente ao Juiz,

Ao Juiz final.

Serão Luz? Serei Luz?

Ou tomados pelas trevas

Seremos arrojados aos abismos

Entre o ser e não ser

Sem forma ou cor

Sombras dementadas

Em busca da sobrevivência?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Quem aqui vem, vem em busca de mistério


Quem aqui vem, vem em busca de mistério

Não de respostas prontas e verdadeiramente verdadeiras.

Vêm atrás de um fio de esperança

Uma teia tremulante de aranha.

Que talvez lhe dê um consolo

Ou sivar para tapa-lhes os olhos da verdade em que crer.

Eles vêm, vê e vão

Alguns tão ocos como chegaram

Outros com alguma semente que se esfoçará para brotar

Algum compreenderá como eu o que escrevo.

As palavras continuarão correndo

Como um rio limpo ou sujo

Não importa.

O importante é que esteja aqui

No momento em que se quer ler

Em que se busca algo

Mesmo sem saber o que.

Num blog de letras cinza, de desaparecidos, de mortos e vivos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Quando cessa a luta.


Quando cessa a luta.

E já não há mais desejos.

Não têm imensa importância todas as lágrimas.

As mãos que te tocam não te esquentam.

Os olhos que te fitam não te confortam.

Palavras soltas nada lhe dizem.

Não há mais vontade.

Olha-os um a um.

A todos que estão presentes.

Relembras tuas história de vida com cada um deles.

Um sorriso teu.

Alegria deles.

Mas, vem o cansaço.

O cansaço de um luta árdua.

O cansaço de uma luta longa.

O cansaço de persistir.

Olha-os e sorrir pela última vez.

Tentando se despedi com alegria e consolá-los.

Pena que não entendem.

E vens então comigo.

domingo, 16 de agosto de 2009

Flores e amores.


O amor
Bonito, lindo, adorável

Se tratado, amado, cuidado.

Floresce em todo canto

Quanto recebe a luz de que o ama

E o ama como ele é

Vermelho feito tulipa

Branco feito lírio

Rosa feito rosa

Amarelo como cravo

Grande como girassol

Pequeno feito flor silvestre

Vindo do lodo feito lótus.

Não importa sua origem

Não importa sua vida

Importa que lá esteja

Para ser admirado

Acariciado

Bem tratado

Abençoado

Amor.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Explode beleza!


Explode beleza!

Nas cores d’ouro do Pai Sol

Em pleno vivificamento da vida.

No calor que aquece a pele e a rosácea.

Explode beleza!

No balançar das folhas coqueirais.

No ir e vim das marolas, das ondas.

Na areia fina que brinca de pião.

Explode beleza!

Num céu azul indescritível

De nuvens brancas e coloridas

Que brincam de pega-pega.

Explode beleza!

Nos milhões de olhos

Verdes, azuis, marrons, negros

Que param um momento, um instante, um segundo

E saúdam a pintura da natureza

Tão próxima de suas vidas.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Existe tanta beleza

Existe tanta beleza

O colibri parado no ar

O gavião em imensa altura a plainar.

O silêncio, majestoso do fundo do negro mar

O balé dos golfinhos

O canto da jubarte

As flores campestres

As orquídeas das estufas

O capim crescendo livre morro acima

A cascata límpida escorregando entre pedras e limo

O jovem voando de asa delta

Pairando sobre as ondas em pranchas

Casais de mãos dados

Olhos nos olhos

Encantos de amor.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Só agora.


Só agora.

Por onde andei?

Que estradas cruzei?

Encruzilhadas escolhi?

Trilhas passei?

Que caminhos segui?

Com tanta pressa que nem lembro.

Das paisagens.

Se existiam flores ou canteiros.

Rosas ou jasmim.

O céu era azul ou rubro entardecer.

Olhava sempre à frente.

Passavam os vilarejos e suas casas.

Moças bonitas.

Crianças sorridentes.

Pássaros cortavam o ar.

Ninhos escondiam seus filhotes.

Pequenos castelos humanos em mania de grandeza.

Eu seguia em frente, sempre em frente.

Nada era mais importante que meu futuro.

O louvor a mim mesmo.

A fama.

A fortuna.

Foi-se o passado.

Não vivi o presente.

E hoje descubro que não há futuro.

Só o agora.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Diferentes.


Diferentes.

Éramos diferentes.

Sonhávamos.

Solidários.

Tínhamos senso de justiça.

Estendíamos mãos.

Abraçávamos causas.

Lutávamos por um mundo melhor.

Arriscávamos nossa integridade.

Sorriamos dos perigos.

Corríamos perigos.

Tudo por um companheiro.

Nenhuma, nunca, uma traição.

Reformadores de bar.

Que entre uma cerveja e outra mudávamos o mundo.

Foram-se os sonhos, a solidariedade, a justiça, as causas, o mundo melhor, os perigos, os

companheiros, as cervejas, os bares.

E traímos as pessoas mais importantes do mundo: nós

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Esperanças.

Esperanças.

Espero um homem melhor.

Dos que tantos que existiram.

Daqueles que transformaram O utensílio de ferro

Em espada.

O cavalo que arava o prado

Em carro de guerra.

O veleiro que singrava docemente o mar

Em navios negreiros.

Fogos de artifícios

Em balas de canhão.

Crianças

Em soldados.

Mulheres

Em bombas.

A paz.

Em guerra

domingo, 9 de agosto de 2009

Ho' oponopono



Ho 'oponopono

Nem que seja teu último ato

Teu último olhar

Teu último sorriso

Tua última palavra

Teu último gesto

Tua despedida final

Teu desenlace

Teu desencarne

Teu fim neste mundo

Causado

Pelo desencanto

Pela fome de amor

Pela indiferença de todos

Pelas humilhações

Pelas dores

Pelas doenças

Pelos vícios

Pela violência

“Sinto muito, Perdoe, Te amo, Sou grato”.

sábado, 8 de agosto de 2009

Sandice.

Será tão pavorosa a solidão que enlouquece?

Ou nos deixa mais livres, soltos, verdadeiros?

Traz-nos a dor do silêncio que entristece?

Ou nos põe a pensar no que é Verdadeiro?

Quem sabe nos leva a alamedas escuras?

Quem sabe nos guia a Luz Divina?

Talvez perpetue nossa amargura?

Talvez nos retire da mesmice?

Abandonados as moscas como na sandice?

Ou nos tornara o louco do Tarô?

Lançando-nos a pontes quase intransponíveis?

O reconhecimento da nossa alma e do nosso Senhor?


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Toma o meu amor.


Toma o meu amor.

É teu.

Fazes o que bem entendes

Eu te dei.

Para toda a eternidade.

Ele te seguira.

Onde fores, onde estiveres como estiveres.

Não te abandonará nunca.

Mesmo que assim o pense.

Mesmo que assim o sintas.

Cheio de amigos ele estará lá contigo.

Na solidão da vida ele estará lá contigo.

Maldizendo-me ele estará lá contigo.

Ele sempre estará contigo.

Nunca te abandonará.

Meu amor de Pai por ti.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dominaste o mundo.

Dominaste o mundo.

Teu poder se estende de pólo a pólo.

Não há mais lugares inexplorados na crosta.

Mapear-se todos os cantos; as florestas, as montanhas, os desertos.

Envias robôs ao fundo do oceano, incomoda os seres abissais.

Sobes as montanhas e gritas: conquistei o topo do mundo.

Suas máquinas perfuram o seio da Mãe que chora. Um choro negro.

Seus irmãos menores, possuidores de alguma consciência, o temem.

Criasses armas que poderiam destruir teu lar no universo muitas e muitas vezes.

Depredasses a natureza.

Transformas-te o verde em amarelas dunas.

Dominastes uns aos outros.

Derramas-te teu próprio sangue nos campos de batalhas.

Alimenta-te de ódio, vingança, dor.

Mutilasse teu próprio irmão.

É o mais poderoso dos seres neste mundo.

Então, porque ao fechar a porta do teu quarto solitário

Choras?


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Quem dera ser um anjo.

Quem dera ser um anjo.

E caminhar entre as estrelas.

E ver o rosto Divino.

Prosear com Jesus.

Receber às dezoito horas a benção da Grande Mãe.

E canta, em coro, com outros bilhões de anjos.

Quem dera ser um anjo de cura.

Para exterminar todas as dores do corpo.

Um anjo psicólogo.

Para desentortar as almas.

Um anjo psiquiatra;

Para curar os loucos.

Quem dera ser um anjo gênio.

Para inventar toda máquina necessária ao bem estar.

Um anjo sábio.

Para ensinar as Grandes Verdades.

Um anjo de felicidade.

Para que todos sorrissem.

Um anjo rico.

Para tirar velhos e meninos das ruas.

Um anjo ou mesmo um homem.

Que abraçasse uma dessas causas.


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Encontro com Deus.

Encontro com Deus.

Encontro com Deus quando auxilio alguém a atravessar a rua,

Dou uma informação sobre um endereço difícil,

Afago a cabeça de uma criança fora dos padrões aceitos de beleza.

Encontro com Deus.

Quando paro para escutar um ancião solitário na fila do banco.

Usando palavras doces de consolo para quem sofre.

Fazendo companhia a um amigo ou estranho em um hospital.

Encontro com Deus.

No meu sorriso, recebido e devolvido por um estranho.

Pelo olhar cúmplice lançado a uma trela de menino.

O braço que estendo para alguém descer uma escada.

Encontro Deus.

Em qualquer ato de amor.

Por menor que seja.

Não sou um Chico Xavier.

Não sou um Gandhi.

Não sou uma Madre Tereza.

Não sou uma irmã Dulce.

Sou como você.

Mais, um a caminhar na rua.






segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Quanta dor existe?

Quanta dor existe?

Em cada peito humano?

Em cada sorriso triste?

Em cada espasmo de espanto?

Quanta dor existe?

Na despedida sem esperanças de retorno?

Nos passos que levam o amor para longe, quanto desencanto?

Quanta dor existe?

Na falta de fé e esperança?

No morto sorriso de uma criança?

Nos olhos serenos de um velho?

Quanta dor existe?

Numa entrega sem retorno?

Num abraço sem consolo?

Numa vida sem amor?

sábado, 1 de agosto de 2009

É no silêncio.


É no silêncio.

Não no silêncio do trânsito,

Não no silêncio dos quartos hospitalares,

Não no silencio dos velórios e enterros,

Não no silêncio dos extáticos,

Não no silêncio dos que não podem nada pronunciar,

Não no silêncio do sono,

Não no silêncio da noite,

Não no silêncio dos enamorados,

Não no silêncio dos que andam por tortas estradas,

Nãos no silêncio de quem nada tem para dizer,

Não no silêncio de quem comunga,

Não no silêncio de quem aceita,

É no meu silêncio,

No meu silêncio interior,

No silêncio do vazio,

No silêncio completo, absoluto, inexplicável,

Que ouço a voz de Deus.

Mãos de Deus.

Em meus braços.

Em meus braços o peso do teu corpo

Em meus braços, mãos, tuas chagas

Em meus braços tua mãe e seu choro

Em meus braços onze abraços de desespero

Em meus braços a pedra do tumulo

Em meus braços mulheres que choram

Em meus braços o fim de uma era.

Em meus braços tuas mãos que sagravam

Em meus braços outras mãos

Mãos que por Ti constroem

Mãos que auxiliam

Mãos que trabalham

Mãos que doam

Mãos que ensinam

Mãos que edificam

Mãos humanas de Deus

Criando na Terra

O Plano Divino

Para cada ser

Para cada irmão

Nos dedos das mãos de Deus

Que indica o caminho da Luz.