terça-feira, 21 de abril de 2009

Um anjo vestido de homem.


Teu corpo.

Difícil te ver assim

Frio, inerte, branco algodão

Sem sorrir, sem chorar, sem murmurar suas dores

Quase esquecido

Completamente só

Ninguém, de cá, te acompanhará

Por mais amor que te tenha

Por mais devoção

Por todo tempo de união

Inteiramente, inexoravelmente, perdido para nós

Deixado para trás

Quando todos retornam à sua vida

Você fica

Dizem os anjos que não

Que já te levaram a tempo

Enquanto dormias como um deles

Puseram-te ao colo, te ninaram, retiraram tuas dores

Conduziram-te ao céu.

( In memória de Kildare dos Anjos Rodrigues. Um anjo vestido de homem passou por aqui).

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