quarta-feira, 25 de março de 2009

Incongruência



Incongruência.


Que sinto se não compaixão

Por esse ser de agora

E não de então.

Que nos olhos não há mais brilho

Na boca nem dentes ou sorriso.

Nas mãos rugas e pele seca

No rosto estradas.

Nos cabelos falta cor

Nos brancos fios, ralos, o amarelo sujo.

Não existem mais desejos

Não existem mais sonhos

Não existe ilusão.

O mundo lhe roubou a leveza

Tirou-lhe a beleza

Matou-lhe a juventude.

Não tem mais sentido sua existência.

Mas, se partires, que agora não seja

Faz-me feliz tua presença

Mesmo com olhar vazio de solidão.


Nenhum comentário: