quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ramalhete.

Confeccionei um ramalhete.

De rosas, jasmim, sempre vivas, cravos e afins.

Enfeitei num laço rosa.

E tão belo ficou que o quis só para mim.

Admirava sua beleza

Suas cores tão diversas

Seus perfumes diferentes.

Escondi de olhos alheios

Para tê-los só para mim

Escondi-o de todos num egoísmo sem fim.

Poucos dias se passaram

Murchou meu ramalhete

E não tinha com quem compartilha

Nem mesmo a lembrança dele.

O mesmo fiz com as flores que tinha a oferta

A todos que amei e as preferi guardar.

Por medo de ser rejeitado, tomado como frágil ser.

Hoje sem flores nem ramalhetes.

Vivo na solidão a sofrer.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Durmo



Durmo

Como morta estivesse... Durmo

O mundo inexiste e durmo

Esqueço, não sinto, não vejo... Durmo

Não existo... Durmo

A consciência escurece, os olhos se fecham... Durmo

Nada vejo nem luz ou sombra... Durmo

Algumas vezes irrompem imagens e estória... durmo

Sei que não consiste na vida chamada real... durmo

Não lembro nada que incomode

Nada que doa

Nada que machuque

Durmo

Durmo para o mundo sem com ele me importar

Da mesma forma que ele se importa comigo.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Poetas do além


Poetas do além

Ao meu redor sussurram

Palavras que não entendo

Não compreendo

Não consigo ao papel passar.

Eles se esforçam

Trabalham

Mas, minha mente tão pequena

Não registra a grandeza de suas almas

A beleza de suas palavras

A simetria de suas rimas

A sua escrita perfeita

E erro...

Peço perdão aos poetas, poetisas e poetinhas

Que têm em mim um vaso de barro estúpido

Um cérebro ainda escuro

Mas, que está sempre disposto

A ser a mão que mesmo em erro

Tentar passar seus sentimentos ao mundo.


sábado, 21 de fevereiro de 2009

Uma colombina

Uma colombina.

Um palhaço de rosto pintando.

Um passo

No frevo

Do quente asfalto.

Uma bebida,

Um beijo roubado,

Olhares marotos, risonhos, permutados.

Uma mão une-se a outra,

Mão dupla,

Coração acelera.

A música anima,

O sangue esquenta,

O toque,

A carícia que esquenta,

O desejo que aumenta,

O inicio o fim.

Vai-se o palhaço desconhecido.

Desce a ladeira dançando a colombina

No ventre a semente

Futuro

Que não tinha sido desejado.




sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

É carnaval nessa terra dos Brasis.

É carnaval nessa terra dos Brasis.

Pessoas de cores diferentes brancas, negras, pardas, indescritíveis em suas cores misturam-se numa massa de euforia.

A bebida, a maconha, o crak, a cocaína, o antigo lança perfume hoje mais fatal e outras drogas, estão por toda parte. Jovens, adultos e crianças as abraçam. E enchem seus cérebros com emoções que não conseguem ter no dia a dia. Procuram a paz, a euforia, sentirem-se fortes e imunes a dor. Vã tentativa...

Mulheres e homens, sem distinção de cor, raça ou religião, numa grande democracia se unem em amor carnal, paixão de carnaval. A o beco do beijo, o beijo roubado, o sexo nas escadas cheirando a xixi. Mas, não importa, o prazer é obtido mesmo se perdendo a dignidade.

São almas tristes, que buscam um pouco de alegria na festa da carne, e esquecer os males que as atormentam, como se fosse possível deixar a si mesmo por alguns instantes. Embotam o cérebro com química e liberam o que tem de pior em si. Entram nas garras da depressão bipolar. Brincam de ser feliz.

Serão os dias carnavalescos ou animalescos?

Pobres seres desprovidos de autoconhecimento, de valores humanos, de sentimentos religiosos.

Claro que alguns vão só para olhar, só para se divertir. Contudo, se expõem a uma egrégora de energias densas que carregam consigo para seus lares e suas vidas.

Diversão não é degradação, não é desrespeito a si ou ao outro, não é esquecer o que somos.

Se existem aqueles que não sabem da sua natureza divina, existem os que já desconfiam e mesmo os que a percebem. Estamos evolutivamente no melhor lugar que podemos alcançar. Aqui não vai julgamento. Talvez um aviso, um lamento de vê irmãos humanos enlouquecidos e bestializados.

Oremos por todos que estão nas ruas da festa de Baco. Auxiliando com nossos pensamentos o trabalho realizado pela esfera espiritual de socorrer àqueles que ainda conseguem merecer a ajuda.

Paz Profunda.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ao lar retornar.


Não vim para destruir.

O que me foi dado.

O que foi ensinado.

O que aprendi com o que fiz.

O que foi promulgado.

O que herdei.

O que recebi e lamentei.

O que nunca esquecerei.

O que jamais deixarei.

O que fui.

O que não sou.

O ódio e o amor.

O despeito.

O tirano.

O facínora.

O doutor.

O salvador.

O religioso em eterno louvor.

A este Ser que Tudo Criou.

Sou a soma do que fui.

Sou o que serei um dia.

Sou a sombra e sou a luz.

Sou a alma encarnecida.

Carne e alma unidas.

Morro e renasço a tantas eras.

E venho e vim.

Para tentar e conseguir

O caminho do Lar reencontrar.

Na Luz do Pai me extasiar.


Por fim.

De mim quem sabe...

De mim quem sabe sou eu...

Sei onde o calo aperta,

A gravata da nó,

O rabo da porca torce,

A cerca que posso derrubar,

A roça que posso picar,

De mim quem sabe sou eu...

As dores que escondi,

As lágrimas que não chorei,

O grito que não dei,

O amor que escondi.

De mim quem sabe sou eu...

A palavra que não cumpri,

A voz que não soltei,

O conselho que esqueci,

O silêncio que compartilhei.

De mim quem sabe sou eu...

Não me julgues tão depressa

Não me digas o que fazer.

Se agora estou nessa

Como anda você?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O vazio.

O vazio

O vazi

O vaz

O va

O v

O

.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Houve um tempo

Houve um tempo

Em que os relógios eram lentos

E os passos medidos nas estradas.

Havia tempo para parar às janelas

E falar do tempo, da vida, da caminhada.

Corria o tempo frouxo

Nos relógios de algibeira.

E os homens bem vestidos

Tinham tempo para as damas.

Que gastavam enorme tempo

Em produzirem beleza

Em espartilhos e pó de arroz.

Era tempo de calma, calmaria

Não havia pressa em passar o tempo

O tempo passava sozinho e discreto

Sem alardear sua passagem pelo tempo.

Tempos idos e perdidos

No baú dos tempos esquecidos

Que algum ancião abre

De tempos em tempos.


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Caso doesse em mim a tua dor


Caso doesse em mim a tua dor

Não seria tua

Seria nossa.

Caso a tua fome

Dilacerasse o meu estômago

Eu te alimentaria.

Se tuas lágrimas brotassem dos meus olhos

E meus sorrisos dos teus lábios

Seriamos mais unidos.

Quando o teu grito de socorro

Saísse da minha garganta

E meu gemido da tua

Estaríamos juntos.

E se tudo acontecesse conscientemente a todos

Perceberíamos enfim

Somos UM.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Meus anjos.


Dentro de mim mora um anjo

Escondo...

Moram dois.

Um vermelho feito fogo.

Outro azul feito um céu matinal de verão.

São amigos com certeza!

Discutem sobre tudo

Em nada concordam.

Se um quer

O outro não.

Se um deseja

O outro repudia.

Quando um diz sim

Claro que o outro renega

Vivem assim as turras

Brigas homérica, infindáveis.

Que se não fossem trágicas

Seriam cômicas.

Ou será que não são?

De dia o azul me acompanha

É a paz.

A maturidade.

A bondade.

A beleza angelical.

À noite vem o vermelho.

É a vida palpitando.

Os desejos.

A doce mentira.

Os anseios esquecidos aquecidos.

Quando nasce o Sol se encontram.

Enquanto durmo.

E unidos observam o astro rei

E os grandes que o habitam.

Saúdam a todos

Sorriem marotamente um para o outro

No fundo sabem...

Que um não existe

Sem o outro.

Ela




Ela.


Em algum canto de minha alma

Repousa tranqüila

Como inofensiva

Víbora tinhosa

Ardilosa e vil.


Cheia de encantos quando surge

Travestida de amor a mim mesma

Apoiado em chamado amor próprio.


Arrasta-se lenta feita trepadeira

Que consome a mãe que a alimenta

Até secá-la por inteiro

Parasita.


Egoísta, ególatra, centro do mundo

Pensa em si como única

Não aprendeu ainda

“que nenhum homem é uma ilha”.


Soberba inigualável

Com seu séquito de abjetos sentimentos

Impõe-se a minha mente

Aos meus sentimentos

Essa emoção que já deveria estar moribunda:

Empáfia.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Quem dera




Quem dera

Quem me dera

Passar silenciosamente

Pelo mundo

Sem alarde

Sem som

Sem murmúrio

Sem lamento

Sem riso

Passar como um risco

Fino e reto

Sem nunca ter se retorcido

Incólume

Limpo

Direto

Sem ouvidos

Sem máculas

Sem manchas

Sem marchas

Marciais ou mundanas

Só passar

Sem levantar suspeitas

Que minha sombra

Era imensa

Do tamanho de minha luz

OI

OI gente! ainda nao estou com meu PC (carinhosamente conhecido com Tiranossauro Rex). Mas, meu compadre levou-o para conserto e me deixou o primeiro vibrião da informática do nosso orbe.

Um beijo a todos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Noiva

Vem

Veste tua roupa de núpcias

Torna-te virginal.

Entre os tecidos.

Esconde a euforia normal.

São risos, sorrisos e dentes a mostra.

Felicidade geral.

Caminhas para o altar dos apaixonados.

Flutuas melhor dizer

És à flor da festa.

O centro dos olhares.

Tua mocidade brilha a luz dos candelabros

O sino toca a tua entrada.

És uma das noivas.

Escolheste o teu caminho.

Como tu outras

Que te seguem de olhos marejados.

No fim do corredor

Um só noivo para tantas

Espera de braços abertos

Na cruz.

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Tanto tempo

Tanto tempo

Seus olhos

Grandes como bolas de gude

Negros como jabuticabas.

Seus dentes perfeitos

Num sorriso grandioso

De lábios grosso.

Abaixo de narinas dilatadas

Prontas para sorver a felicidade do mundo.

São suas mãos calosas

Ásperas do trabalho duro

E seu canto gemido

Sussurrado

Às vezes alegre como pardais

Outro momento rouxinóis.

E teu olhar que me segue

Num misto de espanto e ódio.

Choram de fome...

Tua pele reluz

Como ébano

E cantas a saudade do paraíso sumido

Numa nau de velas brancas

Que partiu para o desconhecido

E chora tua mãe

África.

Pelo filho perdido

Pelos filhos dos filhos

Em seio estranho

Que os amamentarão

Ou não?

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dói.


Dói

A cada instante,

A cada segundo,

A separação.

Entre esse e o outro mundo

Coroe,

Os antigos preceitos,

Os antigos conceitos,

Os antigos erros.

E caminho entre cá e lá

Como um cego na estrada.

Como criança perdida.

Como meretriz na avenida.

Dói.

As máscaras trituradas,

Do rosto arrancadas.

Deixando a mostra o ser monstruoso.

O ser defeituoso.

O coringa.

Dói

E mesmo assim caminho.

Entre tantos espinhos.

Pois, ao longe percebo, vejo.

A Luz, que alumia.

Outros seres em desatino.

E os acolhe nos abismo,

Em braços de amor.

Curando-lhes as feridas,

Concedendo-lhes nova vida,

Dando-lhes esperança.

É o Mestre Jesus.

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