quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Fim do ano.




Fim do ano.

Muda algo então?

Findam...

Tuas dores?

Teus desamores?

Teus anseios?

Teus devaneios?

Teus dissabores?

Tua melancolia?

Tuas antipatias?

Teu rancor?

Tua magoa?

Tuas paixões?

Tua solidão?

Findariam.

Pelas tuas ações de bondade.

Tua ajuda e caridade.

Teu amor ao outro.

Teu esquecimento de si mesmo.

Tua aceitação do destino.

Tua força em mudar o que pudesse.

E num mundo de desilusão, violência, traição.

Fosses braços abertos, fosses compaixão.

Feliz Homem Novo!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Cárcere.

Cárcere.

Olha pela janela.

Saí daí.

Desse canto escuro.

Empoeirado.

Pelo tempo desgastado.

Estragado.

Entulhado de “coisas”.

Que já não servem.

Vem, vem à janela.

Aberta para o mundo.

Se para a tristeza.

Também para a felicidade.

Se para feiúra.

Também para a beldade.

Vem, saí daí.

Saí de ti.

Voa pela janela dos olhos.

Alma presa em dor.

Alma presa em si.

(visite:
Poemas e Encantos II )


segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

São vinte.

São vinte.

Dez quase sempre deitados.

Dez que passam o dia sustentando peso.

Dez comendo poeira.

Dez lavam louças.

Dez varrem casas.

Dez trabalham na terra.

Dez trabalha no escritório.

Dez embelezam.

Dez consertam.

Dez desenham.

Dez enxugam lágrimas e confortam.

Todos juntos são vinte.

Que pertencem a um corpo.

Vinte dedos que exprimem e realizam

Os desejos da alma.

(visite:
Poemas e Encantos II )


domingo, 28 de dezembro de 2008

Deus dorme.

Deus dorme.

Enquanto sua criação continua a caminhar.

Por estradas mal sãs.

Por caminhos torpes.

Por ilusões matreiras.

Deus dorme.

Enquanto seus filhos.

Passam fome.

Passam necessidades.

Passam pela dor.

Passam pelas doenças.

Deus dorme.

Enquanto os milhões de Adãos e Evas...

Imolam seus corpos ao deus dinheiro.

Ritualizam pelos prazeres baixos.

Morrem para terem e não para serem.

Destroem seus corpos nos copos, no ópio, no crak.

Deus dorme.

Enquanto seus homens de barro e carne...

Matam uns aos outros.

Por dinheiro.

Por poder.

Por vícios.

Por paixões.

Deus dorme.

Cansado.

Num travesseiro de penas de ganso.

Úmido de suas lágrimas.

(visite:
Poemas e Encantos II )

sábado, 27 de dezembro de 2008

Passou o Natal.

Passou o Natal.

Terminou o Natal. Mais um Natal.

Breve os piscas-piscas serão retirados das janelas, das árvores, das portas. O Papai Noel voltará a hibernar na sua caixa por mais um ano, junto com a lapinha, os anjinhos, a bota com pirulitos, as bolas da árvore e a própria árvore de natal.

Embrulhados em jornais velhos que trazem estampados em suas páginas: mortes, acidentes, problemas ecológicos, políticos, sociais, fúria da natureza, o dia-a-dia.

Um a um os símbolos natalinos são postos no esquecimento. Dentro do maleiro do guarda-roupa. Junto com tantas outras quinquilharias da nossa vida.

Foi festejado o nascimento do Cristo? Sim, por alguns que em algum instante lembrou-se do presente que nos foi dado pelo mesmo. A maioria de nós aproveitou o Natal para descansar, brincar, dançar, viajar, embebedar-se.

Muitos se fecharam em suas dores, sua revolta, em seu desespero e solidão. Outros lembraram de natais antigos e banharam a face em lágrimas.

Muita gente deixou o seu Natal para realizar o Natal de tantos que pouco ou nada têm.

Novo ano. Novo fim de ano. Novo Natal. Em que categoria estaremos?
Meu Natal.
Sem natal.
Nosso natal.

Questão de escolha.



sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Não me olhe assim.

Não me olhe assim.

Não fui eu que aí te coloquei.

Não mereço teu ar de reprovação.

Não mereço teu ódio.

Não mereço tua mágoa.

Não mereço teu ressentimento.

Não, não me olhe assim.

Não te lancei ao mundo.

Não te gerei no ventre.

Não te pari.

Não te coloquei ao colo.

Não te amamentei.

Não, não me olhes assim.

Não acalentei teu sono.

Não cuidei do teu corpo.

Não assumi tuas necessidades.

Não te amei.

Não sei quem és.

Não, não me olhes como quem diz:

Não o fizeste...Fazes agora.

(visite:
Poemas e Encantos II )


quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal sem...

Natal.

Sem fome.

De desejos.

Sem medo.

De si mesmo.

Sem dor.

Em nenhum ser.

Sem receio.

Do outro.

Sem lixo.

Humano.

Sem luxo.

Em demasia.

Sem racismo.

Harmonia.

Sem modismo.

Vazio.

Sem falso moralismo.

Doentio.

Sem desamor.

Destrutivo.

(visite:
Poemas e Encantos II )


quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal pobre.

Natal pobre.


Podem achar pobre o meu natal

Nele não tem peru com ameixas,

Não tem champagne,

Não tem cesta.

Não tem árvore ou pisca.

Não tem presente.

Não tem visitas de parentes.

Não tem nem mesmo data fixa.

Meu natal é todo dia

Quando de boa vontade

Satisfaço minhas manias

De ajudar como posso.

O peru vira salsicha na creche da esquina.

As ameixas são os pães das idosas aos sábados.

A champagne! Refrigerante aos pequenos.

Minha cesta... Básica.

A árvore minhas raízes no bem.

O pisca minha luz.

Os presentes! Meu estar onde me chamam.

Meus parentes! Irmãos do mundo.

Meu natal é todo dia.

Agradeço a Ti Jesus.


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Peço.

Peço.

Quente é teu amor.

Que me envolve todos os dias.

Que me faz brilhar.

Que me ilumina.

Mesmo ao longe.

Trás a mim a vida.

Sem ti pereceria.

Tornaria-me estéril, seca, acabaria.

Não seria mais fecunda.

Não daria vida.

Não manteria a vida.

Contudo, não sou mais tão jovem.

Nossos filhos me sugaram tanta energia.

Que teu amor já não consigo receber com tanta alegria.

Pois queima minha pele, estoura em apostemas.

Mais que aquece incinera.

Não consigo proteger-me de sua paixão.

Meu irmão Sol.

Abranda teu calor.

Para que essa velha Mãe Terra possa ainda girar azul no espaço.

(visite:
Poemas e Encantos II )

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Clamando.

Clamando.

Mãe?

Esquecestes de mim?

Estou só.

Choro.

Sinto fome.

O frio estala meus pequenos ossos.

Mãe?

Onde estás?

Meus olhos procuram tua visão.

Ainda embaçada para mim.

Estão cheios d’água.

Que escorrem pela minha face.

Mãe?

Socorre-me!

Minha roupa está molhada.

Suja com meus dejetos.

Moscas me atacam.

Mãe?

Por que me abandona a sorte?

E desaparece junto com a escuridão da noite?

Com convite do desejo da carne.

Mãe?

Ouve meu choro.

Choro que diminui.

Que passa.

Pelo meu cansaço.

Minha fraqueza.

Embalando meu sono.

(visite:
Poemas e Encantos II )


domingo, 21 de dezembro de 2008

Sinto falta...

Sinto falta...

Dos tempos de ontontem.

Das charretes nas ruas.

Com cavalos em trote lento.

Das damas de longos vestidos.

Exibindo com delicadeza sua beleza.

Dos cavalheiros de chapéu e cartola.

Amáveis, prestativos e sorridentes.

Dos senhores de bengala com cabo a ouro.

Passeando despreocupadamente.

Das crianças nas ruas a brincar.

Sem medo.

Das portas abertas.

Convite escancarando aos amigos e vizinhos.

Das janelas sem grades.

Sentido de confiança no próximo.

Dos muros sem cerca elétrica.

Muros baixos cercados de flores.

Dos tempos onde o homem confiava no homem.

E abria-se a porta àquele que dizia: venho na paz do Senhor.

(visite:
Poemas e Encantos II )




sábado, 20 de dezembro de 2008

Refazendo.

Refazendo.


Quem de solidão delira

Entre tantos olhos fixos.

Entre braços que não envolvem

Em abraços inexistentes.

Queima de febre de amor

Não tratada...

Sofre.

Estende mãos, implora.

Olhos que lhes olham

Não choram.

Chora só.

Até aí, só.

Não mais caminha desiste

Não há estrada aceitável.

Não há rotas felizes.

Não há o que preencha sua dor.

A solidão corroeu sua alma.

Espatifou seu coração.

Dilacerou seus sentimentos.

Não, mas um homem.

Um oco monumento.

De carne e sangue.

Respingando pela vida em delírios.

Perdeu sua alma nos caminhos.

Urra agora para reencontrá-la.

Quem sabe, Oxalá, assim o possa.

E humanamente se refaça.

(visite:
Poemas e Encantos II )


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Na noite

Na noite

Na noite caminho

Volito entre paredões

Da cidade suja

De ruas escuras

De becos sem saída

De avenidas silenciosas.

Alta madrugada

Dorme a humanidade

Somente um ou outro pode caminhar livremente.

Alguns sempre acompanhados por seus guias amparados.

Buscam a tarefa do bem.

Outros ceifam almas.

Enlameiam-se em lugares impróprios a Luz.

Luz que têm.

Eu caminho.

Eu aprendo.

Eu caio e me arrebento.

Eu levanto e me contento.

Com a minha liberdade de escolha.

Com a conquista de ir e vir.

Agradeço.

Busco a seara, a vinha.

Sou mais um trabalhador da última hora.

Na busca da Luz minha.

(visite:
Poemas e Encantos II )


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Em mim.


Em mim.

Nenhuma dor.

Nenhum descontentamento.

Nenhum sofrimento.

Mesmo o desespero.

Mesmo o desalento.

Mesmo o tormento.

Nem todo mal.

Nem todo caos.

Nem toda libertinagem.

Nada pode nos separar.

Nada pode nos afastar.

Nada pode nos desligar.

Somos Céu e Terra.

Sal e água no mar.

Luz e calor solar.

Amor infinito e amor à medrar.

Eu vivo em Ti.

Tu estás em mim.

Nada que aconteça pode isso mudar.

(visite:
Poemas e Encantos II )

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Estou morto!

Estou morto!

Contudo sinto...

Sinto meu corpo.

Que não é meu corpo.

Mas, sou eu, num novo corpo.

Estou morto?

Como posso então ver, ouvir, falar?

Sentir a dor no peito que me levou a vida.

Retirou-me a família e não permite meu despertar?

Estou morto...

Para quem ficou.

Para quem não desencarnou...

Para quem não despertou...

Estou morto.

E outros olhos me olham.

E outros lábios me falam.

E outras mãos me tocam.

Dirigindo-me a uma nova (ou antiga?) vida.

(visite:
Poemas e Encantos II )


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Bom combate.


Bom combate.

Saberei um dia

Muito distante

Alguns segredos do universo.

Estarei entre estrelas brilhantes

Seres de luz harmoniosos

Anjos e arcanjos.

Ficarei calada

Já não haverá necessidade de palavras

Nem mesmo poesia.

Nenhuma fantasia

Nenhuma dor

Nenhuma agonia.

Minha mente vagará pelas galáxias

E serei mais um anjo do Senhor.

Plácido, sereno, delicado, só amor.

Belo, intocável esplendor.

Luz em profusão.

Não estarei mais ligada à escuridão.

Não voltarei mais a esse lar.

Contudo enquanto não chega esse dia

Vou a batalha, ao bom combate.

Contra tudo em mim que não reflete com fidelidade

A realeza da minha alma

Minha irmandade com a Luz.

(visite:
Poemas e Encantos II )


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Danças.

Danças.

Pernas que não pisam o chão.

Voa em círculos.

Parecem colibris.

Colibris coloridos em torno das flores.

Veste-se translucidamente.

Cabelos em coque.

Ossos finos.

Mãos delicadas que falam.

O que a música repete.

Saltas e num instante para no ar.

Frágil.

Lindo ser.

Indescritível beleza.

Que vem dos gestos sem igual.

Sois a música.

Sois a dança, o bailado.

Sois a bailarina.

Todo o palco.

Toda a platéia.

Enquanto danças.

Toda a realidade.

(visite:
Poemas e Encantos II )


domingo, 14 de dezembro de 2008

Pedidos.


Pedidos.


Rega-me...

Suplica a flor.

Brinca comigo...

Pede-me o filho.

Auxilia-me...

Implora o mendigo.

Passa, tudo...

Impõe o bandido.

Ora por mim...

Roga o necessitado.

Cuida-me...

Solicita o ancião.

Ouve-me...

Requer o cônjuge.

Dá-me atenção...

Requesta o animal.

Todos querem algo.

De muita, muita importância.

Que não nos custa uma moeda.

Todos só desejam amor.

(visite:
Poemas e Encantos II )

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sinfonia.

Sinfonia.

Não são meus passos firmes

Como o foi um dia.

Mas, não é a velhice.

É a maturidade.

Que ensina e ensinou

A ilusão secreta de todas as coisas

As meias verdades em toda a existência.

Não são mais imutáveis minhas idéias.

O tempo instrui-me.

Que tudo é mutável.

Hoje de um jeito, amanhã de outra maneira.

Diversidade.

Não acredita em tudo que vê meus olhos.

Há um bilhão de imagens que não enxergo.

Um bilhão de cores que não percebo com minha visão.

Assim, o que parece não é.

Posso parar para ouvir.

Mas, cada som é uno.

A música é composta de inúmeros tons.

Os quais devo aprender a separar do conjunto.

Solitários, cada qual, tem um significado.

Unidos tornam-se sinfonia.

Assim, como a vida feita de unidades e diversidades.

Torna-se única.

(visite:
Poemas e Encantos II )




sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Anjo, anjo vai dormi.

Anjo, anjo vai dormi.

Já te ninei.

Cantigas de dormir cantei.

Vai anjo dormi.

Fechas os olhos.

Não me olhas assim.

Como quem quer ficar.

Comigo a noite toda a brincar.

Meu anjinho vai dormir.

Enquanto piscam as estrelas.

A lua balança no céu.

Antes de o rei Sol acordar.

Deixa-me dormitar.

Todo o dia dói te abandonar.

Em mãos não conhecidas.

Ah! Meu anjo como gostaria de contigo ficar.

Mas, não posso, tenho a vida a ganhar.

Dorme anjo, dorme.

Dormindo eu e tu minha alma ainda te velará.

(visite:
Poemas e Encantos II )






quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Passo, pedaço, caminho.

Passo, pedaço, caminho.

Cada passo, um pedaço, um passo.

No caminho, um passo, um pedaço.

Um pedaço, de caminho, a cada passo.

Passo, passo, passo.

No caminho passo, a cada passo.

Um pedaço, com mais passos.

Um pedaço, menos passos.

Um pedaço, lentos passos.

Um pedaço ágeis passos.

Um pedaço mais de mil passos.

Cada passo, um pedaço, de caminho, a cada passo.

Caminho, a cada passo, um pedaço.

Paro o passo no caminho, beleza vejo.

Aumento o passo no caminho, medo.

Estanco o passo, estupefato.

Acelero o passo, pesadelo.

Modero o passo, cansaço.

Findo o passo.

Findo o pedaço.

Findo o caminho.

Por hoje.

Amanhã.

Novos passos.

Novos caminhos.

Novos pedaços.

(visite:
Poemas e Encantos II )







terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Busca.

Busca.

Procuro o que está perdido

Na névoa do tempo que tempera a vida

No canto do relógio que não estanca

A nostalgia insana de minha alma.

Busco o que está perdido

Em lembranças tão antigas

Que mal as reconheço.

Dirijo-me a um passado inexistente

Sombras indefinidas pelo tempo

Pó.

Estendo a mão para sonhos

Imagens oníricas desbotadas

Amassadas pelo passar dos anos

Destruídas pelo real.

Tao irreal como eu mesma

Minhas lembranças, meus tormentos.

De não ter vivido o momento

E experimentado a vida.

(visite:
Poemas e Encantos II )




segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Rimas, lontras e outras coisas mais...

Rimas, lontras e outras coisas mais...


Nem sempre rima

O que se fala.

O que se conta.

O que se espalha.

Casa de lontra.

Escondida nas beiradas.

De rios escuros.

Em meio da mata.

Busco a rima.

Pra embelezar.

O que escrevo.

Pra te encantar.

Falo de amor para te tocar.

Falo de dor para você chorar.

Falo do mal para dele te afastar.

Falo do bem para dele te aproximar.

Falo do demo para te assustar.

Falo de Deus para Ele tu amar.

E ele então me dá a rima.

Simples, pura, infantil.

Para ninguém espantar.

(visite:
Poemas e Encantos II )




domingo, 7 de dezembro de 2008

Ofertório.

Ofertório.

Ofereço meu coração.

Ofereço minhas mãos.

Ofereço meu trabalho.

Ofereço meu cansaço.

Ofereço meu sorriso.

Ofereço meus sentidos.

Ofereço meu riso.

Ofereço meu colo amigo.

Ofereço minhas forças.

Ofereço minhas lágrimas.

Ofereço minha calma.

Ofereço o que tenho.

Ofereço o que crio.

Ofereço tudo que possuo.

Achas pouco...

Morro...

Renasço...

E continuo...

A oferecer de novo tudo.

Se algo esquecer me perdoe.

Voltarei.

Aprenderei.

E a Ti oferecei.

Pois, nada é meu realmente.

Tu me deste o que possuo.

Assim, nada ofereço.

Só restituo.

(visite:
Poemas e Encantos II )




sábado, 6 de dezembro de 2008

A ponte.


A ponte.


Há tanto perguntava

O que aqui vim fazer?

Qual minha missão?

Que trabalho foi me dado?

Que papel teria nesse orbe?

Seria de grandíssima utilidade?

Beneficiaria dezena, centena, milhares, milhões de pessoas?

Com algum ideal modificaria o mundo?

Traria paz às nações?

Esperanças a desvalidos?

Uma voz de Deus?

Finalmente descobri.

De uma forma trivial.

Que seria algo essencial.

Uma ponte.

Entre pessoas.

Que o orgulho, a empáfia e o desamor separam.

Quando no fundo são iguais.

Se atravessarem a ponte.

Que une as partes separadas pela ilusão do rio da separatividade.

Unir-se-ão em amor profundo e inabalável.

(visite:
Poemas e Encantos II )



sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Rosa negra.


Triste

Solitária

Negra flor

Brota do meu peito.


Seja bela

Seja pura

Seja única

Brota do meu peito


Jamais cederá ao tempo

Seu viço eterno

Consome sonhos de paraíso

É única.


Sendo assim

Existirá pela eternidade solitária

Sem par

Sem que a acompanhe.


Estaremos sós

Eu e ela

Eu sem desejá-la

Ela sem me entender.


Ofertando-me oportunidade única

De tê-la comigo

Delicia para um colecionado do inusitado

Solidão para um mendigo de amor.

(visite:
Poemas e Encantos II )

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Voltaria

Voltaria

Aos meus poucos anos

Sem nenhuma experiência

Somente com os sonhos

As tolices de menina

Mataria a senhora em mim

Cheia de pecados, culpas, ressentimentos.

Voltaria a ser a louca

Desvairada adolescente

Determinada a ser feliz

Mesmo entre as grandes dificuldades existenciais da adolescência.

Esqueceria a minha idade e tudo que realizei

Os meus passos na senda

O meu desenvolvimento na Luz

O discernimento do bem e mal.

Voltaria a ser a adolescente virgem

De todo conhecimento dado como importante.

Só queria viver de novo...

Sorrir de novo...

Ser feliz de novo...

Ter seu amor de novo...

(visite:
Poemas e Encantos II )




quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sendo cuidados.


Sendo cuidados.

Quero um campo florido

De flores coloridas

Salpicado de vermelho, amarelo, verde.

Sob um céu azul celeste claro.

Um Sol amarelo ouro.

Uma brisa fria.

Um regato.

Uma colcha de grama.

Eu deitado.

Olhando nuvens que formam formas.

Criando formas para as nuvens.

O vento assoviando ao meu ouvido.

O perfume das flores carregado pelo ar.

Eu, a natureza e minha alma.

Tranqüilos numa manhã de domingo.

Cuidados por Deus.

(visite:
Poemas e Encantos II )



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Homem em pedaços.


Homem em pedaços.


Junta os cacos deixados no caminho.

Foram muitos.

Como peles de cobras que foram trocadas.

Porque os répteis cresceram.

Junta teus cacos.

Tu os quebrastes.

Tu os espalhastes.

E agora os recolhes.

Pequenos e grandes.

Branco e pretos.

Coloridos.

Sujos e limpos.

Une-os.

Crias algo belo.

Como uma obra de arte.

Feita de resto de louças.

Pedaços de louças.

Que deixam boa lembrança

A quem a vê.

(visite:
Poemas e Encantos II )



segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Quão seco está seu coração?

Quão seco está seu coração?

Quanto ele já deu para ser preenchido?

Como já se doou para ser reconhecido?

O que já fez para ser tachado de bom?

Qual falha perdoou para ser visto como compreensível?

O que ele esqueceu para não ser chamado de vingativo?

Quantas lágrimas secou enquanto chorava por dentro?

Que ilusão criou para esquecer o mau trato?


Fez isso porquê?

Querias ser aceito?

Querias ser amado?

Querias pertencer a um grupo?

Querias tua presença desejada?


Para que?

Para ser usado?

Para ser capacho?

Para ser pisado?

Para ser maltratado?


Não te valia ser tu mesmo?

Com erros e acertos?

Luz e sombra?

Amor e ódio?

Abraçando teus dois lados?

Equilibrando o que sois?

E não tentando ser o que não és!


Que te amem por ti.

Amem-te como sois.

E não pelas máscaras que usas.

Para esconderes tua alma entristecida.

Teus monstros adormecidos.

Teu frágil amor.

(visite:
Poemas e Encantos II )